American Horror Story: Cult 7x03 – Neighbors From Hell


“Yeah, I wish she were dead”
Cult é a temporada que divide opiniões. Eu estou na leva que está gostando bastante da temporada, embora ainda intrigado e curioso para saber onde o roteiro nos levará – no entanto, eu gosto de toda a questão do suspense tomando o lugar do “horror”, que ainda continua presente, em um roteiro interessante que mescla a essência de American Horror Story com o terror das últimas eleições presidenciais. É uma temporada crítica, e que arriscou ao desvencilhar-se de elementos sobrenaturais para contar sua história… mas há muito o que nos assusta na realidade. As FOBIAS são parte importantíssima da temporada, e a sequência inicial, com a feretrofobia, foi mesmo desesperadora, e que sequência brilhante. Não só pela bundinha do ator (!), mas por todo o roteiro que explicou a origem da fobia da personagem, e culminou no culto prendendo-os em dois caixões brancos na sala de casa.
Wow.
“Neighbors from Hell” começa pouco depois do fim do episódio anterior, quando Ally matou Pedro na porta de casa – o seu estado é crítico, e ela se preocupa com Oz, que a viu matá-lo na sua frente, e embora ela não esteja oficialmente em problemas com a justiça, que alega “legítima defesa” para encobrir o próprio preconceito contra o estrangeiro, o assassinato de Pedro repercute, vai parar na televisão, e uma série de protestantes seguram cartazes com a foto de Ally, a chamam de assassina e exigem JUSTIÇA. Mais ou menos uma semana depois do ocorrido, quando o caos tomou conta, possivelmente intensificando as fobias de Ally, ela percebe o quanto o problema é SÉRIO quando Kai aparece na janela de seu carro para tranquilizá-la, para dizer-lhe que “ela não fez nada de errado”, e desejar-lhe um bom dia. Aquilo causou ARREPIOS!
Também tivemos mais dos vizinhos loucos que se mudaram no episódio passado: Harrison e Meadow Wilton. “We want racists out of our neighborhood!” Eles aparecem na porta de Ally com sombreiros mexicanos, Harrison se diz “10% mexicano”, e diz que lhe deu a arma para que ela se protegesse, não para que matasse alguém! Gostei da acusação de ela estar “exercendo seus privilégios brancos de matar alguém de cor e sair impune”. Eles são meio descontrolados e loucos, mas talvez eles tenham tocado num ponto importante. A história da temporada está crescendo, e muita coisa aconteceu ao mesmo tempo. Beverly Hope anuncia na televisão mais duas mortes (as mortes da introdução do episódio), e o símbolo pichado que marca a série de assassinatos na vizinhança: UMA SMILEY FACE. Isso enquanto um caminhão químico preto, com luz verde, passa pela rua de Ally.
No dia seguinte, o quintal está tomado por uns 30 pássaros mortos.
Ally e Ivy são atacadas de todo modo… o episódio estava ousado, como Ryan Murphy adora, no sentido sexual também. Um homem aparece nu na casa das mulheres, masturbando-se, e dizendo que “veio ali para ser chupado”. O anúncio sobre o qual ele comenta existe de fato, está na internet com o endereço delas, pedindo homens que “queiram satisfazer duas lésbicas, e que já aparecem duros para saciá-las”. É obsceno e terrível, e é tudo parte de uma “vingança” contra Ally, que é considerada racista agora – mas vale ressaltar a suspeita ligação com Vincent, que nunca me pareceu tão estranho. Ele parecia meio indiferente, tinha bótons de smileys em cima da mesa, e não foi de nenhuma ajuda ao falar com Ally… sua própria expressão corporal e facial nos diziam que devíamos suspeitar dele. E estamos todos fazendo isso agora!
Outra parte do episódio foca no Mr. Guiney, um porquinho da Índia que os Wilton dão de presente a Oz, e que causa uma série de confusões, como Ally proibindo-o a manter o animalzinho, o que gera uma declaração fortíssima: “I wish I could say my goodbyes to you!”. Depois disso, a ligação que Ally faz aos Wilton torna tudo ainda maiz bizarro e misterioso. Porque ela telefona para eles, e eles lhe dizem coisas terríveis e preconceituosas, e o detetive Jack Samuels está lá na casa ao lado deles, sentindo-se muito à vontade, como se fosse um cúmplice, rindo-se todo do telefonema… uma série de possibilidades ainda a serem exploradas. Ambos os Wilton se unem a Kai no culto, com o lance do mindinho. Ela falando de seu maior medo, humilhada e em dor. “You’re afraid you’re nothing. You’re afraid you’re shit”. Ouch.
O “amigo” que ela mencionou é o detetive?

“Stop saying ‘sorry’. For anything. That makes you nothing. Everything is somebody else's fault from now on. Do you understand? You want to be somebody? You want to matter? Then you make the world wrong”

Caminhando para o grande clímax do episódio, as coisas ficam descontroladas. Depois de um jantar em família de Ally, Ivy e Oz, que me pareceu duramente forçado, leve demais, Ally permite que Oz fique com o “Mr. Guiney”, mas quando eles chegam em casa, veem o sorriso do culto pichado na porta, e o porquinho da Índia rodando dentro do micro-ondas, morrendo explodido, o que é traumatizante. Então ela invade a casa dos Wilton, soca Harrison e, aos gritos, os ameaça. Eu fiquei realmente na dúvida se tinha sido eles mesmos ou não. Porque eles parecem deveras preocupados quando dizem que eles foram “marcados pelo assassino”, e na saída, Oz vê que a casa dos Wilton TAMBÉM foi marcada… em relação àquela sequência de Ally com os caras de máscaras de gás por cima de uma máscara smiley, eu acho que aquilo foi a alucinação do episódio.
A casa dos Wilton foi pichada e “marcada pelo assassino” também por causa de Harrison. Ele fez o pacto com Kai, juntou mindinho com mindinho, e foi uma experiência diferente da de Meadow. Menos humilhante. Kai lhe pergunta de sua “primeira experiência homossexual”, e eu confesso que achei excitante ouvi-lo descrevê-la. Sobre como foi com o namorado de sua irmã mais velha, de como ele e o cara se masturbaram, e quando Kai lhe pergunta “porque ele não o chupou”, ele diz que o fez, dias depois, e teve uma ejaculação precoce. É quase um fetiche gay. Mas o que realmente importa na cena é que Kai consiga uma confissão dele sobre como ele não quer passar o resto da vida com Meadow, e então Kai consegue escutar: “Yeah, I wish she were dead”. E é aquilo: BECAREFUL WHAT YOU WISH FOR…
Com ambas as casas marcadas, as mães de Oz o veem no computador, e quando o abrem, é o vídeo (quem colocou a câmera no banheiro?) de Winter “dedando” (palavras de Ivy) Ally na banheira, na noite do apagão. É tenso e intenso – aquela briga de Ally e Ivy, com Ivy horrorizada, planejando ir embora com Oz… mas enquanto tudo está no ápice do nervosismo, elas ouvem movimento do outro lado da rua, polícia e gritos de Harrison clamando que ELE NÃO MATOU A ESPOSA. Ele está todo sujo de sangue, assim como a casa inteira, mas ele jura que não foi ele. E quando Ally aparece, depois da ameaça formal, é natural que ele clame: “She’s the one! She’s the killer!” Eu gosto muito de todo o suspense, de como ele grita, mas de como ele acaba algemado para ir para a prisão de todo modo… ainda tem muita história para vir dali.
Na sala da casa suja de sangue, o símbolo do CULTO marcado na parede!

Para mais postagens de American Horror Story, clique aqui.


Comentários