Sombras da Noite

Não gostei.

Já digo logo de cara para todos que estão procurando minha opinião se devem ir ao cinema ou não: eu não aconselho, sinceramente. Acho que Johnny Depp e Tim Burton aceitaram demais essa coisa de que são ótimos e tudo o que produzem é bom, achando que qualquer coisa vai nos descer, mas parece que esse filme deu uma entalada. Uma entalada legal.

Conta a história de Barnabas, um jovem que se torna muito rico e poderoso em Collinsport, e acaba seduzindo Angelique, uma bruxa que para se vingar o transforma em vampiro e o enterra vivo. Quase 200 anos depois, o caixão é encontrado e Barnabas está de volta, para retornar à sua mansão, agora habitada por alguns descendentes e criados. Apaixona-se por Victoria Winters (que nem é o nome dela, diga-se de passagem), tutora do jovem David. E como ainda não quer nada com Angelique, a mulher fica louca destruindo tudo pela cidade.

Bem…

Não me pergunte o gênero. O filme se perde completamente na busca por um. Não consegue ser nem terror nem suspense (o que eu ainda tinha esperança de que fosse), nem drama nem comédia (embora alguns momentos tenham se salvado, como a cena do MacDonald’s e o momento em que Barnabas pede conselhos a Carolyn); mas como um todo, as piadas são forçadas e não conseguiram me arrancar nem mesmo um sorriso…

A história não se sustenta. O filme parece totalmente desconexo, além de apresentar um final “previsível” e sem graça – buscam pelo melodramático, mas não dá lá muito certo. Não falo sobre “clímax”, porque não sei em que hora isso aconteceu (se aconteceu), mas as cenas finais foram confusas, repletas de lutas e explosões que não foram tão interessantes de se assistir. O melhor personagem foi David, e provavelmente porque teve pouco tempo em tela. Mas o final, em que ele se impõe ameaçando com a mãe, eu realmente quis aplaudir o garoto.

Ok, ok. Eu também gostei da Vicky, a personagem era encantadora e Bella Heathcote a interpretou muito bem. Não menosprezo o trabalho de Helena Bonham Carter como Julia ou Michelle Pfeiffer como Elizabeth, pois ambas são ótimas, mas os personagens e o enredo não colaboraram.

Vamos aos pontos positivos: a maquiagem. Se esse filme levar algum Oscar, espero que seja apenas por isso – mas a maquiagem é impecável, típica dos filmes de Tim Burton, e a atmosfera criada para 1972 não é nada natural, bastante excêntrica (como um Sweeney Todd com um pouco mais de cor). E a maquiagem de Angelique nos momentos que antecedem sua morte é realmente perfeita! Aquela foi uma das poucas coisas que me deixou de queixo caído.

Mas não tem muito conteúdo. Uma sequência de cenas desconjuntadas, que mais tentam lhe fazer rir pelo absurdo e nem isso conseguem. Infelizmente. Se você procura algo para ver no cinema, não aconselho. Veja Valente… ainda não assisti, mas tenho certeza de que é bem melhor do que esse… espere lançar o DVD, ou para download na internet, assim você não chorará sobre o dinheiro gasto…

Resumindo: por que eu não vi Homem-Aranha de novo?

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