On Broadway – The Phantom of the Opera – The power of the music of the night…



É um sentimento diferente. Assistir The Phantom of the Opera não se parece com nada mais. Se tratando de uma ópera, possui uma narrativa e um ritmo diferente; é envolvente e mágico. Ao mesmo tempo que encanta, enche os olhos, também mexe com você psicologicamente. A música, em especial, é criada para comover, para proporcionar determinados sentimentos – a música mexe contigo de uma maneira inexplicável. Delicioso.
Tudo em Phantom of the Opera é grandioso. Cenários, figurinos, dança, música, história. Os figurinos são cuidadosamente preparados, dando um ar nobre a tudo, de ópera no século XIX. É o que vemos, por exemplo, na cena de Masquerade, na qual já aproveito para comentar sobre a dança. A dança do espetáculo é perfeitamente coreografada, intensa e precisa. Em alguns momentos, parece que estamos vendo um show de dança, com movimentos impecáveis.
E a cena de Masquerade emociona em todos os sentidos, não?
O cenário foi pensado em detalhes para fazer com que nos sentíssemos dentro da ópera, ou dentro do quarto de Christine, ou no covil do Fantasma. Destaque para o covil do Fantasma, que provoca arrepios toda vez que aparece – o lugar reflete a personalidade do personagem, e o clima do espetáculo… combina perfeitamente com o tipo de cena e música que acontece lá, passa uma sensação macabra e sombria ao espectador. Perfeito.
A história também tem grande participação na grandiosidade disso tudo. Para quem ainda não conhece, Christine é a protagonista, uma bela soprano que perdeu o pai e se torna o alvo da obsessão de um gênio da música, desfigurado, conhecido como o Fantasma da Ópera. Essa obsessão evolui ao longo da peça, e os ciúmes dela e o desejo de que ela se torne a maior estrela tornam o Fantasma cada vez mais perigoso, colocando inúmeras vidas em perigo.
Christine é pura, ingênua e influenciável. Ela é o exemplo de inocência, sempre acreditando em seu Angel of Music (e ouvi-la cantar é sempre arrepiante, você fica quase tão obcecado quanto o Fantasma!). Desde a infância conhece Raoul, quem reencontra quando ele aparece para patrocinar seu novo espetáculo, e os dois se envolvem em um caso que pode provocar a ira do Fantasma. Gosto particularmente do personagem de Raoul, e sei que não são muitos os que estão comigo, mas enfim. E temos o Fantasma da Ópera, o gênio da música obcecado por Christine, e que exerce um poder inexplicável sobre ela. Vivendo na escuridão, sua personalidade começa a se deformar como sua aparência, e isso influencia na vida de muita gente. É bom ver que a história passa de uma simples obsessão e de querer tudo à sua maneira – o Fantasma vai ao extremo para mostrar que está no controle, nos chocando em vários momentos.
E eu não posso terminar esse mês falando de Phantom of the Opera sem comentar algumas músicas e algumas cenas marcantes, que tornam a ópera tão memorável e única. Toda música, como eu já comentei, é forte e marcante… o mesmo ritmo acaba sendo usado em reprises, ou apenas instrumental em cenas de bastante carga emocional, e isso rapidamente conduz o espectador a uma viagem incrível. Os atores não vivem no meio do público, mas é essa grandiosidade das músicas que mais aproxima quem está assistindo da história, fazendo com que sintamo-nos parte de tudo isso.
Algumas músicas se tornaram épicas, e conhecidas até mesmo por quem nunca viu o Fantasma da Ópera, como é o caso de Angel of Music, Music of the Night e Phantom of the Opera. São, talvez, as músicas que mais descrevem o espetáculo, com frases ícones que são usadas ao longo de toda a história. A primeira sendo a maneira como Christine e o Fantasma se referem um ao outro, Music of the Night exclusivamente do Fantasma e Phantom que é a música da dupla de protagonistas, mas é reprisada com outra letra por Christine e Raoul, no telhado pouco antes de All I Ask of You.
Eu amo a cena de Notes, e sempre rio bastante. É o momento em que o Fantasma manda uma série de recados falando sobre Christine, quando ela está lá embaixo com ele; é uma cena bastante cômica em que tudo é lido, diálogos curtos, muita agitação. Sempre gostosa de assistir. Marquarade/Why So Silent, indescritível. Rica em todos os sentidos, e ainda é instrumentalizada pelo macaquinho do Fantasma, o que mexe bastante comigo – toda vez que escuto o macaquinho a tocando me dá uma grande dor no peito, e eu quase choro.
Não me pergunte por quê.
E claro, Wishing You Were Somehow Here Again (de Christine para o pai dela no cemitério) e Wandering Child/Bravo, Monsieur! de Christine, Raoul e o Fantasma, em uma grandiosa cena que termina com a promessa de vingança contra os dois. Antecede o Grand Finale em que Raoul arruma todo o plano para prender o Fantasma durante a apresentação de Don Juan Triumphant.
E o final de Phantom não podia ser melhor para toda a história que acompanhamos. É eletrizante, aguardando por uma decisão de Christine, emocionante, triste, sofrido. Cada cena é perfeita, desde a fuga, até as lágrimas do Fantasma, o macaquinho tocando, a despedida dos dois… a última cena mesmo, em que a máscara é encontrada então – aqueles clássicos momentos em que você arregala os olhos, sem saber o que pensar enquanto a ficha de que chegou ao final luta para cair… genial!
Para quem ainda não conhece (no sentido de não ter assistido, porque ouvir falar é muito difícil quem nunca tenha ouvido falar), eu recomendo que procure. Phantom é um dos espetáculos de mais fácil acesso, graças ao filme de 2004, e a filmagem da apresentação no Royal Albert Hall, na comemoração de 25 anos (de 2011). Então procure, e assista de coração. Esteja preparado para viver. Para se emocionar, rir, chorar, sofrer. Phantom of the Opera merece todo o cuidado, merece ser assistido várias vezes, e ser avaliado com paciência, sempre de novo e de novo. Até mais!


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