“Eu sou mais eu… e o futuro é meu!”



Sou mais eu
E o futuro é meu…
Vou correr de encontro ao vento.
Vou tocar o céu… ter o meu troféu!
E provar o meu talento…

Todo começo de musical é marcante de alguma maneira... isso meio que parece uma regra, não é? E com Fame não é diferente… venho hoje falar especialmente sobre a primeira música (a segunda parte dela na verdade, Eu Posso Bem Mais) e como ela é ótima… na cena, somos apresentados ao esqueleto da história e a todos os personagens principais, de maneira divertida e contagiante…
Fame conta a história de uma escola de artes em Nova York, a New York High School of Performing Arts e seus estudantes, desde a sua entrada no curso até a graduação. É um conjunto de emoções e histórias abrangente… vemos desde nerds a rockeiros, gordos e analfabetos… mas uma coisa que todos têm em comum é o desejo de atingir a “Fama”… resta saber qual são os talentos de cada um para isso e quais serão seus meios para atingi-la…
Gosto muito da primeira música por já apresentar uma espécie de resumo de tudo o que veremos (sem contar as referências às cenas seguintes, como “Então se vocês estão aqui pensando que vão viver para sempre ou se enxergam dançando no topo de um carro na Rua 46… entraram pela porta errada!”) e deixar bem claro os dois lados da história… de um lado, temos os professores em todas as pressões (a história de ter que passar na parte acadêmica e se destacar na artística, e quem não agüentar cai fora… e a épica cena do “Trabalho que exige muito mais… bem mais!”) e o susto inicial dos estudantes… ao mesmo tempo em que são extremamente esperançosos e talentosos, eles começam a enxergar que nada ali será uma brincadeira… realmente incrível!
As apresentações na versão brasileira ficaram um pouco maiores do que a versão original… no Brasil, os comentários da Srta. Sherman ou dos alunos (como Carmen Diaz, Joe Vegas… e o grande diálogo dela com Nick Piazza) são mais recheados… são cenas ótimas, e alguns dos personagens apresentam suas falas mais memoráveis aqui. Realmente fantástico! E sou só eu que quase fico com medo ao ouvir os professores falando sobre suas matérias? Especialmente a Sra. Bell falando da Dança… juro que fico com medo!

Senhoras e senhores, duas coisas fazem a vida valer a pena: o amor e o trabalho. Nessa escola vocês terão o privilégio de trabalhar bem mais em algo que vocês amam. Aqui as palavras de ordem são “bem mais”. E nos próximos quatro anos elas farão parte de vocês.

E uma das maiores mágicas da cena como um todo é mostrar diferentes tipos de alunos, de interesses, de esperanças, de pressão que enfrentarão nos próximos quatro anos, e ainda assim os apresentar confiantes no futuro, empenhados em trabalhar… gostoso ver como eles realmente amam o que fazem e como estar ali é algo que todos realmente querem muito, e independentemente do que tiverem que passar, eles se esforçarão… é meio que um convite para que você acorde e busque por algo também… o que você ama? E por que não correr atrás disso?

Eu posso bem mais!
Eu sei que eu posso bem mais…

Gostaria de fazer algumas considerações sobre a tradução da cena… no original, a peça começa com Pray I Make P.A. (Sim, Sim, Sim) e não foi uma tradução tão literal, mas o sentido é exatamente o mesmo… gostei de como eles conseguiram adaptar tão bem (afinal é uma expressão que não existe no português, e precisava ser alterada); ponto para a versão brasileira. Outras partes da música: This ain’t no movie show, playin’ in the theater or a video, fantasy I was always hot to see on the TV ficou perfeita como Isso não é ficção, não é como um filme na televisão, o que você vê não é o mesmo que você viu na TV!
Perda: “In the Fame school”, não tem essa parte na versão brasileira, e não faria sentido afinal essa tal escola dos Estados Unidos não é conhecida nacionalmente como a escola de “Fame”… pelo menos tem a brilhante fala da Srta. Sherman: “Nós viramos a escola da Fama depois que aquele filme estreou”… acho que está valendo, não?
Fala inglês? Avalie a tradução:
I’ll go home and not show up (maybe throw up!) à Vou pra casa e não voltar (e vomitar!)
Uau!

I’m alive and I will survive…
Show the world that I can take it
When I hit the heights
Put my name in lights
Show the world that I can make it
By doin’
By doin’
Doin’

By doin’ hard work!
Eu sou mais eu e o future é meu
Vou correr de encontro ao vento
Vou tocar o céu
Ter o meu troféu
E provar o meu talento
Eu posso
Eu posso
Posso

Eu posso bem mais!

Bastante diferente, não concordam? Como um todo, gosto mais da versão brasileira, pois estou acostumado à ela… mas a parte do “by doin’ hard work” merece seus créditos, a versão original talvez seja mais precisa nesse ponto! Portanto, o “Bem mais” depois de “Trabalho que exige muito mais” vira “Hard work” depois de “The hardest profession in the world”.
A versão brasileira da peça está em cartaz no Teatro Frei Caneca, em São Paulo – SP, com sessões de quinta a domingo (duas no sábado), não sei até quando. Quem tiver a oportunidade, vale muito a pena, é uma ótima peça, com ótima história, músicas e atores, não deixem de conferir! Clique em “ler a matéria na íntegra” para ver um cronograma completo da seção do blog: Fame, o Musical (da qual essa é a quarta postagem).


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10 de Julho – “Eu sou mais eu… e o futuro é meu !”
07 de Agosto – “Eu vou ser alguém…” – Carmen Diaz
14 de Agosto – “Eu quero… eu quero agitar!” – Joe Vegas
21 de Agosto – “Tira a comida… de perto de vez de mim!” – Mabel Washington
28 de Agosto – “Danço na calçada…” – Tyrone Jackson
04 de Setembro – “Vocês levarão seus corpos ao limite” – Iris Kelly
11 de Setembro – “Que bom. Pelo menos um de nós é” – Schlomo Metzembaum
18 de Setembro – Argumento das Professoras
25 de Setembro – O meu futuro vai brilhar…

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