When It Rains, It Pours – Episódio 3
A pessoa por trás do e-mail.
QUE EPISÓDIO
LINDO! Mais uma vez totalmente fascinado por “When It Rains, It Pours” e a maneira como a série desenvolve sua
narrativa e aborda os temas que se propõe a abordar. É bonito terminar o
episódio e entender perfeitamente qual era o intuito dele e como cada detalhe
contribuiu para a construção de sua história: esse é um ponto de virada
importante para Nakarai Sei e Hagiwara Kazuaki, porque a relação deles está
prestes a passar do virtual para o real, com alguma barreira já previamente
quebrada… deve ser uma transição interessante de se acompanhar. Novamente, a
série se debruça sobre a imperfeição das relações humanas (diálogos
profundamente sinceros nos e-mails trocados), ao mesmo tempo em que indica alguma luz.
A cena de
abertura é, talvez, a minha cena favorita na série até o momento (embora a cena
final desse episódio esteja provavelmente à altura), porque é um momento cru e
verdadeiro. Sem máscaras pela “segurança” do anonimato proporcionado pelo
e-mail, Nakarai Sei compartilha com Hagiwara o que acontecera na noite
anterior, com uma sinceridade que talvez ele nunca tenha tido a coragem de
demonstrar com mais ninguém… ele conta que mora com um amigo de escola por quem
se apaixonou, mas que não o vê como possível namorado, e ele vive frustrado por
desejar e por esperar alguma coisa
que nunca virá, mas esse amigo prometeu que “estaria com ele para sempre” e ele
não quer/não pode perder isso, que é a única coisa que ele tem.
A beleza
dolorosa de “When It Rains, It Pours”
está na maneira como esses sentimentos vêm à tona e como eles são verbalizados.
As dores são claras e evidentes desde o início da série, mas cenas como a de
Hagiwara lendo o e-mail de Nakarai são importantíssimas, porque Nakarai não
teme falar do que ele sente, do que ele deseja ou do que ele fizera para tentar
“iniciar sexo” com o homem por quem está apaixonado, sem sucesso… e talvez
parte de Hagiwara se reconheça naquele relato, mas Nakarai percebe antes a similaridade entre suas
situações, enquanto Hagiwara talvez ainda acredite que o seu problema é
“menor”, que é “mais fácil de transpor” – quando, na verdade, ele está em uma
situação parecidíssima à de Nakarai, e também sem esperança.
Houve amor
entre Hagiwara e a namorada em algum momento… mas já não existe mais.
Acabou.
Como Nakarai
se abrira a respeito de estar apaixonado por um colega de quarto que é um
homem, Hagiwara pergunta se todos os seus interesses românticos anteriores
foram homens, e pede desculpas se estiver se intrometendo, mas Nakarai nem tem
tempo de responder ao e-mail – porque, ironicamente, ele se depara com Hagiwara
no trabalho em pleno fim de semana e os dois acabam conversando. Comentei, ao
escrever sobre os dois primeiros episódios da série, que eu acho muito
interessante o fato de Nakarai e Hagiwara se encontrarem na vida real e terem
diálogos completamente diferentes àqueles que eles têm via e-mail, e ainda
assim há alguma coisa se construindo
em cada pequeno momento que eles têm juntos, por menor que seja.
Já tivemos
outros momentos, outras pequenas conversas, outras demonstrações de educação de
Hagiwara que talvez tenham pegado Nakarai de surpresa… e quanto mais tempo eles
passam juntos, mais eles percebem que eles
se dão bem, embora a relação e as conversas sejam mais engessadas do que as
por e-mail, porque eles não sabem que a
pessoa na sua frente é a mesma por trás da tela do celular. Nakarai e
Hagiwara conversam, riem, andam pela cidade para devolver vários guarda-chuvas
que foram pegados emprestados na última chuva e precisam se esconder de uma
nova chuva forte que cai – e é então que eles terminam em um museu vazio, a não
ser pelos dois, e veem uma estátua cuja temática mexe com cada um deles, por
tudo o que vivem…
Esse é um
momento incrível do episódio. Ambos tocados pela imagem da estátua e tudo o que
ela suscita em suas mentes pedem licença um ao outro para “mandar um e-mail”,
porque eles querem compartilhar com a pessoa com quem estão conversando o que
acabaram de ver – e é na reação à estátua de cada um deles, mandada por e-mail
para o outro, que o reconhecimento acontece… É UM MOMENTO DE TIRAR O FÔLEGO. Há
algo de quase divertido nessa “revelação”, algo de muito inusitado e com toques
de “predestinação”, e eu acho que tem um pouco de tudo isso passando pela
cabeça de ambos quando eles se dão conta.
Há um pequeno “teste” (o Hagiwara mandando o link que prometera naquele dia da
chuva) e alguns sorrisos quando eles “confirmam” o que parecia impossível…
Eu sorri
feito bobo, confesso. Curioso pelo que vem a seguir!
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