“The enemy’s gate is down” – Expectativa para Ender’s Game


Terminei de ler o livro na noite passada, e acabei escrevendo um texto longo, com tanta coisa que ficou de fora… percebi que nem comentei minha expectativa para o filme, o que é perfeito, porque eu posso fazer esse texto. Acho que Ender’s Game tem motivo para ser um clássico da ficção científica, e é muito mais complexo do que se pode imaginar com a simples sinopse – então eu espero, principalmente, que o filme consiga captar o estilo da escrita e possa nos fazer ponderar sobre temas, como amizade, justiça, guerra, alienação.
E que o filme puxe para o lado mais sombrio do que um simples filme infanto-juvenil com guerra. Já percebemos mudanças preocupantes, como o fato de Asa Butterfield ser Ender – é claro que ele é uma graça e um ótimo ator, mas o ator já está com 16 anos, sendo que os eventos principais da história acontecem dos 6 aos 12, com uma espécie de epílogo que vai até os 23… e eu fico confuso por saber que embora isso alivie o nível de manipulação do governo que não pega crianças tão jovens, também significa que talvez a história possa ter um cunho mais adulto.
As stills do filme sugerem 8 soldados por Army?
E os 41?
Para quem ainda não conhece, em Ender’s Game a Terra foi invadida duas vezes pelos Buggers, e agora os governos estão recrutando crianças (feitas sob encomenda) para treiná-las nas artes da guerra, e Ender se destaca dos demais como um incrível e inteligente líder destemido – embora acredite que a idade do ator vá interferir no choque de sua prematuridade. Mas o livro me surpreendeu pela sua quantidade de mensagens escondidas, pela manipulação das autoridades, pela falta de humanidade na maneira como as crianças são vistas e/ou tratadas, e a que tipo de situações todas são expostas. A infância roubada, o terror.
Fiquei bastante curioso para conhecer a Battle School em filme – bem como quero muito ver os Exércitos, quero ver as batalhas incessantes a qual o Dragon Army é submetido, e já imagino as cenas passando depressa de batalha a batalha para dar-nos a sensação de tanto tempo que passou… curioso para ver como a passagem de tempo vai acontecer, como será o crescimento de Ender, como será o momento em que ele se forma, ele como um comandante, o simulador na segunda parte do filme, e o incrível final com Valentine que eu espero que esteja no filme… e o jogo, recriado pelos Buggers. Curioso demais!
Mas o meu maior foco aqui está justamente nas relações de Ender, e é isso que eu quero mais ver. Eu estou curioso para conhecer Alai e ver se será tão convincente quanto o foi ler; quero ver Petra, mas mais ainda quero ver Bean, quero saber se ele será tão irritante e ao mesmo tão encantador; quero ver se Valentine vai ser tão inteligente e política; se Graff vai saber mesclar sua dureza com seu carinho escondido; e Bonzo, embora eu tema pela cena do banheiro, que acredito que tem tudo para ser ainda mais forte em filme do que o foi ao ler. Embora já tenha sido bastante chocante lê-la…
Não há como o filme ser leve – Ender precisa sofrer do começo ao fim, precisa ver sua vida arrancada de si, precisa ver qualquer esperança destruída, precisa sentir-se solitário e sem forças. Ender passa por muitos momentos, desde aqueles que nos enchem de orgulho com sua tamanha inteligência e o seu pensamento rápido, como suas explosões de raiva com a injustiça dos jogos, seu instinto de sobrevivência tão perigoso, e sua própria fraqueza que presenciamos em pouquíssimas cenas nas quais ele se entrega às lágrimas ou aos terríveis sonhos assustadores de uma mente transtornada. Muito ansioso e curioso pelo filme, que ainda não estreou no Brasil… mas retorno em breve para falar dele, assim que o ver!

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