Enigmas de Londres, Volume 1 – Espíritos do Tâmisa


Peter Grant tinha tudo para ser apenas mais um jovem guarda da Polícia Metropolitana de Londres. Após um encontro inesperado com um fantasma, contudo, ele é recrutado para a unidade secreta que trata de casos relacionados à magia e ao sobrenatural, tornando-se detetive e aprendiz do inspetor Nightingale, o último mago da Inglaterra.
Sua primeira missão é descobrir quem é o espírito vingativo que anda transformando pessoas comuns em assassinos sanguinários. Com isso, aprende a usar magia, convive com grupos de vampiros e revira covas pela cidade. Além, é claro, de negociar uma trégua entre deuses enfurecidos do rio Tâmisa.

Eu estou realmente encantado com o livro. Foi o meu primeiro livro das “férias”, e eu consegui lê-lo razoavelmente depressa, porque mesmo quando eu sabia que precisava dormir, eu não conseguia e continuava virando e virando as páginas… uma leitura envolvente, divertida e misteriosa, Ben Aaronovitch começa realmente muito bem a sua série, nos prendendo depressa aos personagens e nos enchendo de curiosidade para como os próximos livros ocorrerão.
O li totalmente por acaso. Estava com um Vale Presente andando pelo shopping, ainda sem saber que livro levar, e a capa me chamou a atenção – bem como o comentário impresso nela: “O que aconteceria se Harry Potter crescesse e se unisse ao CSI?”. Como a sinopse realmente me agradou, e ainda tinha o agravante de que o autor do livro já fora roteirista de Doctor Who, eu comprei o livro na mesma hora… e assim que o comecei a ler, vi-me viciado muito rapidamente, lendo sempre que podia, até levando para o trabalho para ler em intervalos entre uma aula e outra!
Espíritos do Tâmisa é o primeiro livro de uma série, infelizmente ainda o único publicado no Brasil, e não consegui descobrir informações sobre lançamento do restante da série. Esse ano foi o lançamento do quarto livro em terras estrangeiras. Contando as aventuras de Peter Grant como você leu na sinopse acima, Ben Aaronovitch consegue criar uma narrativa ousada que mescla muito bem o sobrenatural com os mistérios do mundo das investigações, me recordando um pouquinho de Sherlock Holmes… essa mistura toda com uma narrativa “leve” e envolvente, e um estilo jovem, não tem como não se apaixonar.
Ainda estamos repletos de referências! Foram tantas que eu fui obrigado a realmente fazer uma lista… quando descoberto da magia ele pergunta se é como Harry Potter (não, porque ele não é um personagem fictício, segundo Nightingale), o que não o impede de citar Voldemort futuramente. Também há o sistema da polícia chamado de HOLMES, e uma breve citação a SHERLOCK. O Chapéu Smurf, o paletó à moda eduardiana que lembra Doctor Who, Arquivo X, até o guarda-roupa de Nárnia estava ali! O ótimo filme Os Doze Macacos (e muitos mais que eu ainda nem assisti), os munchkins de Mágico de Oz, Star Wars (a saga e o Darth Vader) e os hobbits.
Sim, e o Ministério da Magia.
O livro de Aaronovitch é surpreendente, porque começa nos apresentando um primeiro assassinato macabro, e o maravilhoso momento no qual Peter conversa com seu primeiro fantasma – Nicholas Wallpenny. Depois ele vai descobrindo mais sobre esse novo mundo, ganha até um novo lar onde aprenderá mais sobre isso [Folly], e conhece outros tipos de criatura… mas o que mais me prende é a brutalidade dos assassinatos (como o cara que matou esposa e filho) e o grande mistério que os cerca, bem como todos os efeitos colaterais, a história da desfiguração por causa da “possessão” do fantasma, que está fazendo as pessoas agirem de maneira realmente estranha.
Foi inteligentíssimo a maneira como isso se ligou à antiga história do Sr. Punch, e como ainda colocaram o Henry Pyke como um intermediário – especialmente como os personagens foram usados para que os planos dessem certo, a história toda do teatro, e o magnífico clímax auxiliado por Molly, quando Peter Grant é, de certa maneira, enviado de volta no tempo para ver e interferir em acontecimentos para impedir mais assassinatos. Digamos que não foi bem uma viagem no tempo, mas de certa maneira o foi… uma viagem no tempo espiritual. Inteligente o suficiente para até unir isso aos Espíritos do Tâmisa.
Amei os personagens. Incrível como Ben Aaronovitch conseguiu criá-los e torná-los reais para que nos importássemos com eles. Peter Grant era jovem, ousado e muito interessante – Lesley também era interessante e curiosa, além de muito competente. Os seus superiores eram todos shows à parte que vão te divertir muito ao ler o livro. E os Espíritos do Tâmisa podem ser sérios, mal-humorados, radicais ou extremamente sensuais… assim como Peter, também gostei particularmente de Beverly. E Molly? QUE ÚLTIMO CAPÍTULO SURPREENDENTE! Nunca mais vou olhá-la com os mesmos olhos, só dizendo…
É uma mistura muito boa, e a história envolvente é muito bem amarrada. Repleta dessas referências e com uma linguagem simples e impossível de largar, Espíritos do Tâmisa é um interessante início para essa série de Ben Aaronovitch – há um quê de magia a la Harry Potter, um mistério a la Sherlock Holmes, alguns deuses e espíritos a la Percy Jackson, mas ainda assim uma literatura original e diferente de qualquer uma dessas. Incrível e delicioso de ler, eu espero ansiosamente o lançamento no Brasil dos próximos livros! E recomendo a leitura para todos que gostarem do gênero. IMPRESSIONANTE!

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