On Broadway – Matilda, the Musical


A whole new “Matilda”.
Há tempos que eu estava bastante curioso por essa versão musical de Matilda. Assim que ela foi anunciada (e as pessoas devem lembrar que eu coloquei o trailer no blog), eu comecei a surtar… ansioso por vê-la, e planejando que verei em janeiro, em minha viagem para Nova York. Felizmente consegui uma gravação do musical e pude assisti-lo, depois de tanto se falar desse sucesso inegável que recebeu tantos prêmios. E é encantador. Antes de ver estava preocupado em dissociar a imagem dele da do filme, agora me dou conta de que isso nem era necessário…
Porque assim como a nova versão de Charlie and the Chocolate Factory, o musical é baseado no livro de Roald Dahl, e não na versão do filme. Mas o filme de 1996 protagonizado por Mara Wilson é a nossa referência quando se escuta falar em Matilda – porque o filme conquistou toda uma geração, eu mesmo sou uma prova disso, sempre que possível o assistindo novamente quando ele passa na TV. E jamais perde o encanto, tem um gosto de infância para mim… é sempre divertido, emocionante e triste. E eu amo ver esse quê de magia que o filme traz.
Mas a roupagem de Matilda no musical é outra. A história é basicamente a mesma, mas parece que a personagem da Matilda foi ainda mais humanizada. Embora no filme ela fosse fofa e encantadora, aqui ela está mais ativa, aquele cabelo meio armado me dá uma sensação de “revolting child” e o musical é totalmente diferente… a Matilda do teatro muito rapidamente nos encanta e nos conquista, afinal vê-la cantar é maravilhoso, e a personagem ganha outra perspectiva. Matilda, the Musical não é a história da garota inteligente que tem poderes especiais, mas a história da garota inteligente rejeitada pelos pais…
Logo no início, temos a maravilhosa cena de Miracle. É um choque ouvir as crianças todas cantando “My mummy says I’m a miracle” enquanto ela nunca pôde escutar isso de seus pais, e sua letra na música é totalmente diferente… a música também é maravilhosa para apresentar o estilo do musical, as crianças talentosíssimas, e o médico que já é a primeira versão da Srta. Honey, na minha opinião. E eu ri com a maneira como sua mãe não tinha se dado conta que estava grávida até a hora do nascimento… uma coisa bem caricaturada que ficou muito interessante.
Porque essa é uma das marcas de Matilda. Tudo é bem caricaturado – como o próprio figurino de sua família e a maneira como eles a tratam – “Listen to the boy” / “I’m a GIRL!” – e os cenários. Ou os personagens em si, como Miss Trunchbull, uma personificação do mal, mas que ainda acaba ficando engraçada, como os musicais mais leves da Broadway tendem a deixar os personagens. Aqui aproveito para elogiar o trabalho do cenário, realmente fascinante! Amei a construção de livros, tanto na casa quanto na biblioteca, e a escola é perfeita com as mesas e cadeiras que saem do próprio chão… toda vez eu me encontrava fascinado por isso…
E nem me deixe começar a falar de “When I Grow Up”.
Dessa maneira, o talento para a telecinesia só acontece tardiamente no musical. Por um tempo cheguei a duvidar que aconteceria, mas acontece em um belo momento cantado por Matilda (“Quiet” – ela, humilhada pela diretora, se refugia em um lugar em sua mente em que tudo é quieto e em paz), e também acaba de maneira bastante simples. “I moved it with my eyes. Am I strange?”. E paralelamente ela desenvolve um outro tipo de dom não explorado anteriormente, que é o da pré-cognição, ou algo assim, ao contar na biblioteca uma história que mais tarde descobre ser a verdadeira história da Srta. Honey. Mas a personagem de Matilda se tornou absurdamente humana – aqui, a vemos sofrer pelo desprezo e incompreensão dos pais, vemos que ela cria uma figura paterna fictícia que a protege e está lá para ela, a vemos chorar e sentimos sua dor… também nos emocionamos com a despedida dos pais. Tudo é mais forte e mais intenso, e eu gostei disso.
O musical estreou no West End em 2011, e depois de longas temporadas de sucesso, o musical chegou à Broadway nesse ano, conseguindo sucesso de crítica e público – o musical está sendo aclamado, e considerado uma das melhores estréias do ano. Tal sucesso promete uma vida longa para a produção, que já tem planos futuros inclusive de uma adaptação cinematográfica. Mara Wilson até já se mostrou disposta a trabalhar no novo longa. O reconhecimento envolve 7 diferentes prêmios de “Melhor Musical” e 5 Tony Awards… baseado no livro de Roald Dahl, letra e música de Tim Minchin e livreto de Dennis Kelly… um grande sucesso, com razão! Recomendo que todos que puderem assistam, porque vale muito a pena. É revigorante!

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