Moana 2 (2024)

“What lies beyond?”

Uma garota que salvou a Ilha de Te Fiti, se tornou uma Navegadora e agora é escolhida pelo Oceano para acabar com a maldição de Nalo, reencontrar Motufetu e, com isso, reunir os povos do oceano… “Moana 2” estreou em novembro de 2024 e fez bem menos barulho do que o filme original, de 2016, mas eu preciso dizer que eu gostei bastante dessa nova aventura. Moana segue encantadora, a sua dinâmica com Maui e, agora, com os demais companheiros de jangada é muito boa, e o filme é uma animação bonita, colorida, ágil e envolvente… e eu achei “Beyond” uma música lindíssima e impactante, em parte também pela interpretação poderosa de Auli’i Cravalho, cuja voz dá vida a essa personagem tão marcante do estúdio!

Algum tempo se passou desde a primeira aventura de Moana, desafiando os medos e as proibições do pai para se arriscar pelo oceano que a escolhera, e agora ela tem muito clara em mente qual é seu objetivo: ela pretende encontrar pessoas em outras ilhas ao redor de Motunui, para que eles voltem a se conectar… suas buscas têm sido, até então, infrutíferas, no entanto. Eventualmente, Moana descobre através de uma visão do Tautai Vasa o que aconteceu: há muito tempo, Nalo afundou Motufetu, a ilha que conectava todas as demais ilhas, no oceano… Moana precisa levantá-la novamente se quiser garantir não apenas alguma conexão entre os povos do oceano, mas a vida da Ilha de Motunui, que pode ser exterminada no futuro se permanecer isolada.

Moana se torna a nova Tautai do seu povo e, como tal, ela se prepara para partir para o oceano em busca de Motufetu – mas não o fará sozinha: ela tem a companhia de Loto, que é muito inteligente e pode ajudar nos reparos necessários; Moni, que é o maior fã possível de Maui; Kele, que é rabugento, mas é agricultor e eles precisam dele; e, é claro, Pua e Heihei. A princípio, a missão é “seguir um fogo no céu”, mas Moana não sabe bem o que fazer quando o cometa que estavam seguindo parece “explodir” e eles ficam sem rumo. É nesse momento que ela entra nas aventuras mais improváveis, e ela reencontra um antigo conhecido e conhece uma nova figura importante, ambos que estão ali para ajudá-la a entender que, às vezes, é preciso se perder para se encontrar

O filme tem um ritmo excelente e incansável… e é quando Moana e os demais encontram os Kakamora e as coisas parecem mais perdidas do que nunca que eles são, ironicamente, levados para mais perto de seu objetivo. Devorados por um monstro gigante, o grupo se separa do lado de dentro, com os companheiros de Moana encontrando Maui (para a alegria de Moni), enquanto ela mesma conhece Matangi, uma figura diferente e que vai muito além do que as aparências sugerem… ela está ali para ensinar a Moana a arte de “se perder”, e eu acho que faz perfeito sentido: afinal de contas, Moana é uma Navegadora que descobre caminhos… ela não pode simplesmente esperar algo para seguir; ela precisa se jogar, acreditar e descobrir.

É o que acontece quando uma ajudinha de Matangi envia Moana e seus companheiros de viagem, agora com Maui, diretamente para onde está Nalo… mas também diretamente para onde está Motufetu: É HORA DE COMPLETAR A MISSÃO. Aqui, Moana enfrenta os maiores desafios de sua vida, e ela não tem o Oceano senciente ao seu lado dessa vez. O clímax do filme é uma grande batalha contra Nalo, uma daquelas que faz com que Maui sinta falta do monstro de lava e tudo… e Maui percebe que caberá a ele distrair Nalo enquanto Moana e os demais tentam se aproximar de Motufetu, ainda escondida no fundo do oceano, para quebrar a maldição, porque a atenção de Nalo está primordialmente voltada para os humanos, não para o semideus.

Gosto muito do drama e da coragem do filme… apesar dos seus coadjuvantes, é a dupla formada por Moana e Maui, mais uma vez, que está no centro da ação. Quando Nalo tira de Maui os seus poderes de semideus para que ele não possa levantar a ilha do fundo do oceano com o seu anzol, Moana salta na água para enfrentar a escuridão em busca da ilha – é a última chance que ela tem de tocar o chão de Motufetu e quebrar a maldição. Ela o faz, salvando a Ilha de Motufetu, mas não antes de Nalo disparar em sua direção um golpe que a acerta em cheio e lhe tira a vida… é tão EMOCIONANTE a cena de Maui segurando Moana nos braços enquanto os seus antepassados aparecem e se reúnem ao seu redor para trazê-la de volta à vida…

Dessa vez, não como humana.

Como uma semideusa.

A transformação de Moana é um ato corajoso e bonito do filme. Agora, ela é como Maui, e ganha a sua primeira tatuagem, bem como um remo iluminado que equivale ao anzol mágico de Maui. Os dois semideuses conseguem levantar a Ilha de Motufetu do oceano, depois de ela ser novamente tocada por uma humana, o que quer dizer que a maldição de Nalo está quebrada e os povos do oceano podem voltar a se reunir… que é o que vemos acontecer no fim do filme: Moana retorna para Motunui como uma nova pessoa, mas a sua jangada de sobreviventes não está sozinha: está acompanhada de uma frota de outras pessoas, já que a conexão é finalmente possível mais uma vez. O filme até brinca já com uma prévia de “Moana 3” graças a Nalo.

Ele ainda está por aí… e com raiva.

Não consigo ver, no filme, grandes problemas que expliquem a sua recepção menos calorosa. Acho que “Moana” foi uma grande e deliciosa novidade que encantou e conquistou os corações da audiência, e “Moana 2” tem, naturalmente, menos tom de novidade, mas é uma sequência competente, carismática e com bons novos personagens… gosto muitíssimo da irmãzinha de Moana, por exemplo, e de todas as cenas que elas compartilham – fiquei realmente emocionado com a garotinha correndo para receber a Moana quando ela retorna de uma missão da qual ninguém sabia se ela retornaria com vida… quer dizer, Moana não é exatamente a mesma quando volta para Motunui, mas é ela, não é? Ela está de volta, como queria estar!

Musicalmente, o filme perde a colaboração de Lin-Manuel Miranda, o que é uma pena, porque eu gosto bastante do seu trabalho, mas eu acho que tivemos boas músicas aqui. Acho que muito da crítica tem a ver com a grandiosidade de “How Far I’ll Go” e como a música foi além do filme, mas é o mesmo que aconteceu com “Let It Go” em “Frozen”: são casos não tão fáceis de se recriar, e as músicas das sequências tendem a ficar à sombra dessas músicas icônicas que estouraram a bolha. De todo modo, eu achei “Get Lost” uma deliciosa música pop, que eu poderia facilmente ouvir no álbum de alguma cantora fora de um musical; “Can I Get a Chee Hoo?” é uma delícia na proposta do filme; e, como já mencionei, “Beyond” é um solo LINDÍSSIMO e MUITO EMOTIVO.

Gostei bastante do filme! Para mim, um grande e delicioso acerto!

 

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