Doctor Who (2025) 2x01 – The Robot Revolution

“Timey Wimey? Am I 6?”

Colorido, absurdo e o começo de uma nova grande aventura. Exibido em 12 de abril de 2025, “The Robot Revolution” inicia a segunda temporada do Ncuti Gatwa como o 15º Doctor, e nos apresenta à mais nova companion que compartilhará com ele a TARDIS: Belinda Chandra. Depois desse episódio, eu posso dizer que sinto que vou gostar muito mais de Belinda do que eu gostei de Ruby Sunday: eu gosto da sua personalidade inesperada para o Doctor, porque ela é uma mulher adulta, preocupada com o trabalho e não muito impressionada com ele ou achando que pode confiar nele assim de cara… não quero me precipitar, mas alguma coisa nessa apresentação de Belinda Chandra me fez pensar em Clara Oswald, e eu sou um grande fã de Clara Oswald!

O primeiro episódio divide opiniões, mesmo a minha – sinto que fico dividido se paro e penso a respeito do episódio. Não acho que seja um grande episódio de “Doctor Who”, do tipo memorável do qual nos lembraremos para sempre como exemplo de qualidade, mas também tenho que valorizar o fato de eu ter me divertido enquanto assistia… é um episódio que tem um pouquinho de “Star Wars”, algumas pessoas comentaram a respeito do 4º Doctor, e eu mesmo fiquei pensando muito em “O Guia do Mochileiro das Galáxias” enquanto assistia. A ideia do episódio é mesmo ser esse absurdo sem tamanho, com Belinda sendo sequestrada por robôs e sendo levada para Missbelindachandra, porque um ex-namorado deu seu nome a uma estrela e agora a querem como Rainha.

Eu acho que é uma forma criativa e inusitada de se iniciar a temporada, em um episódio que parece razoavelmente rápido. A grande vitória do episódio, para mim, vem das reações de Belinda, que não tem medo de mencionar o absurdo de tudo enquanto ela é levada para Missbelindachandra, e alguma coisa acontece, um “shwump”, quando ela está chegando ao lugar… estranhamente, o Doctor está ali há 6 meses, esperando a sua chegada, ainda que ele a tenha seguido na TARDIS quando a viu ser sequestrada na Terra (destaque para a breve aparição da Sra. Flood, um mistério da temporada anterior ainda pendente). E quando Belinda chega ao “seu” planeta, ela se depara com robôs assassinos, humanos rebeldes, perigo e mortes.

A morte de Sasha-55, a mulher que recebera Belinda e que era próxima do Doctor, ajuda a definir o tom do episódio e nos lembrar que, apesar das cores e dos absurdos, ainda é um episódio de “Doctor Who” em que as pessoas estão correndo perigo! Inclusive, Manny e alguns outros humanos parecem achar que Belinda Chandra é a culpada disso tudo… a diferença de tempo experimentada pelo Doctor e por Belinda é explicada por uma Fratura do Tempo, mas o destaque não é para os 6 meses de diferença entre eles, mas para um objeto que viajou 5000 anos no tempo e se tornou um “mito fundador”: o certificado que Alan dera a Belinda há 17 anos, nomeando aquele lugar Missbelindachandra, em sua homenagem. Agora, o certificado está ali…

Duas vezes.

O episódio tem as suas surpresas bem-vindas. Quando Belinda Chandra é levada para o Gerador de IA, por exemplo, descobrimos que o episódio não se trata de Inteligência Artificial… mas de incels. O trocadilho de não ser “AI”, mas “Al”, no chefe dos Robôs funciona muito bem em inglês, e então reencontramos Alan, o ex-namorado incel de Belinda em uma versão “suprema”, e tudo é extraordinário e caótico – talvez excessivamente expositivo. Mas a cena deixa claro por que Belinda Chandra terminou com Alan e não o vê há 16 anos, e agora ele foi trazido a Missbelindachandra porque, no meio do caminho, ela dissera que foi ele quem comprou a estrela e era dele que eles deviam ir atrás… mas a Fratura do Tempo o faz chegar 10 anos antes.

E ele se fundiu à máquina.

Sinto que as resoluções são simplórias – em se tratando de um primeiro episódio, no entanto, eu estou disposto a relevar. De todo modo, Belinda sabe como se livrar de Alan: fazendo com que ambos os certificados se toquem… é o mesmo objeto, e eles não deveriam estar juntos. A explosão, com uma forcinha de um Senhor do Tempo, faz com que toda a vida de Belinda Chandra brilhe frente aos olhos do Doctor, e ele sabe de uma coisa: ela é extraordinária. Ainda que, para o Doctor, ela seja a companhia perfeita, quando Belinda se despede de Manny, de Missbelindachandra e da Citadela que agora recebe o nome de “Sasha 55”, tudo o que ela quer é voltar para casa… e é o que ela diz para o Doctor: ela quer ir embora, de volta para o dia 24 de maio de 2025.

Toda a interação do Doctor e de Belinda dentro da TARDIS no fim do episódio foi algo de que eu gostei bastante. Gosto de como Belinda reage ao absurdo da máquina do tempo (mas como é o Doctor quem faz o comentário sobre ela ser “maior do lado de dentro” e ela responder com um “Eu sei”), ou como reage à informação de que o Doctor conheceu uma descendente sua, exatamente igual a ela e chamada Mundy Flynn, em um planeta distante no Século LI (durante “Boom”, na temporada anterior). Mas amo, também, como Belinda não é daquelas deslumbradas (eu seria), e como ela o confronta falando sobre como Sasha confiou nele e morreu ou como ele acabou de analisar o seu DNA sem sua autorização, e ela não é mais uma de suas “aventuras”.

Belinda Chandra é muito clara sobre o que ela quer: ela quer que o Doctor faça o que é certo e o certo, agora, é atender ao seu pedido e levá-la para casa. Embora o Doctor entenda isso, ele não consegue atender ao seu pedido, porque algo está dando errado… adorei o efeito no interior da TARDIS quando ela “quica” na Terra no dia em que Belinda quer pousar, mas não consegue ficar… isso me lembra muito a série clássica de “Doctor Who” e como o 1º Doctor não conseguia levar Barbara e Ian embora e, enquanto isso, eles viviam as coisas mais absurdas para onde quer que a TARDIS os levasse. Dessa vez, parece que não existe mais Terra na qual pousar em 24 de maio de 2025… esse é o mistério da temporada: o que aconteceu até lá?!

“Doctor, I told you: take me home!”

 

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