O Sol Também é Uma Estrela (The Sun is Also a Star, 2019)



“Open your heart to destiny”
EU ESTOU COMPLETAMENTE APAIXONADO POR NATASHA KINGSLEY E DANIEL BAE, QUE FILME LINDO! Eu adoro os filmes do gênero, adoro me apaixonar pelos personagens e pela história de amor deles, adoro sorrir e sofrer ao lado deles, terminar o filme emocionado, chorando… não posso entender porque a bilheteria do filme foi tão baixa, sendo que é um filme lindíssimo e que está no mesmo patamar de outras produções de nome, como “A Culpa é das Estrelas”, com a única diferença de que nenhum dos dois morre no final – isso, na verdade, eu acho que é até um ponto a mais para “O Sol Também é Uma Estrela”, porque não vem na esteira de um romance trágico interrompido por uma doença terminal, mas trata de outros assuntos muito pertinentes, como a pressão para uma faculdade em específico, pelo “nome da família”, ou a deportação.
A realidade de estrangeiros nos Estados Unidos.
Conhecemos, desse modo, Natasha Kingsley em primeiro lugar, interpretada lindamente por Yara Shahidi. Ela é uma garota apaixonada por física quântica (e eu adoro como isso se reflete no filme, com as suas narrações, e suas citações a Carl Sagan, por exemplo), e que só acredita nas coisas se elas forem cientificamente provadas e possam ser empiricamente testadas. Bastante cética em relação ao amor. Sua família está sendo deportada de volta para a Jamaica no dia seguinte, e ela ainda tem esperanças de que possa fazer algo para impedir isso, pois passou os últimos 9 anos morando nos Estados Unidos e Nova York é a sua casa. Os pais, no entanto, parecem já ter desistido de lutar, mas ela vai tentar um último recurso: buscar um advogado famoso e que já lidou com vários casos parecidos com o dela, para ver se ele pode fazer algo.
Em contrapartida, conhecemos Daniel Bae, interpretado por Charles Melton. Daniel é quase o oposto de Natasha. Vindo de uma família de sul-coreanos (que têm uma loja de produtos para cabelos afro em Nova York), Daniel sofre a pressão da família para se tornar um médico – essa é a faculdade que foi escolhida para ele desde sempre, e ele nunca contestou os pais, embora não esteja feliz. Ele prefere ser um poeta, em toda sua forma romântica de ver o mundo. Enquanto Natasha acredita em ciência e tudo o que pode ser testado e provado, Daniel Bae acredita muito em destino, no que “era pra ser”. E eu gosto de acreditar que eu tenho muito de Natasha, quando, na verdade, talvez eu acabe tendo muito mais de Daniel, porque realmente parece que tudo se encaixou perfeitamente para que aquele dia fosse dedicado a Natasha e Daniel.
Os caminhos dos dois se cruzam eventualmente. Eles estão no mesmo metrô (que para por uns minutos), indo para o mesmo lugar – ela para a importante reunião com o advogado, ele para a entrevista que vai conseguir para ele a vaga na faculdade que o pai deseja ou não. Mas ambos ainda têm umas horas para matar, e então ele acaba subindo com o amigo para um ponto alto da estação de metrô, onde ele pode ver as pessoas caminhando, até que seu olho encontra Natasha no meio da multidão… a única garota que parou e olhou para cima, porque as pessoas nunca fazem isso. Elas sempre estão apressadas demais para se deter e olhar para cima. Quando ela se vira de costas, ele vê, no casaco dela, a frase “DEUS EX MACHINA”, a mesma frase que ele escrevera naquela manhã, começando a escrever um novo poema… e o que seria isso se não o destino?
Mas, embora tente, ele não consegue alcançá-la.
Romântico, Daniel fica com isso em mente: ele precisa encontrar a garota misteriosa, cujo nome ainda desconhece. E o destino está trabalhando a seu favor, porque ele a reencontra, embora depois ele dê uma “forcinha” ao “destino”, a seguindo pela rua e salvando a sua vida de um motorista idiota que atropela um bicicletista e quase a atropela logo em seguida – E QUE CENA MAIS LINDA. Quando vemos o Daniel correndo até a esquina, puxando Natasha, salvando a sua vida. Ali, eles se conhecem, e ele já está completamente fascinado. Ela, por sua vez, está muito envolvida com a deportação da família para se envolver em algo romântico naquele momento. Mas eles acabam caminhando juntos, conversando um pouco, e eu ADORO como eles têm uns momentos super fofos, ainda que seja o comecinho do filme e algo só esteja nascendo.
Durante as conversas, Daniel descobre que NATASHA NÃO ACREDITA NO AMOR, e a conversa é até divertida, porque eu amei a maneira como ela fala sobre o amor, sobre como o que existe são apenas hormônios, e como as pessoas têm que acreditar em algo superior e ter algo que buscar na vida, para que ela não seja uma coisa vazia até que a gente morra, mas “o amor não existe”. Se ele não puder ser testado e experimentado, ele não existe. Então, Daniel entende isso como um desafio: ele pede um dia para fazê-la acreditar no amor, mas ela não tem um dia inteiro, por isso ele terá que fazer isso em apenas uma hora. Mas ele é confiante, e ele é mesmo tão charmoso que sabemos, desde o início, que não tem como Natasha não se apaixonar por ele. E ele começa fazendo um teste em que casais respondiam perguntas íntimas, e depois se encaravam durante 4 minutos, sem dizer nada.
Assim, durante todo o filme, acompanhamos as perguntas.
QUE COISA MAIS LINDA! <3
Para ajudar, a entrevista de Daniel é desmarcada naquele dia (destino?), mas eles se separam quando Tasha vai falar com o advogado – o que é injusto, ele ainda tinha 37 minutos! A reunião dela com o advogado, no entanto, acaba reagendada para as quatro e meia, porque “ele estava vindo para o trabalho de bicicleta e foi atropelado” (!), e Daniel está do lado de fora do prédio, ainda esperando por ela quando ela sai… agora, eles têm algumas horas para passar juntos. E SÃO ESSAS AS HORAS QUE FAZEM TODA A DIFERENÇA – AS INTENSAS ÚLTIMAS HORAS DE NATASHA NO PAÍS, AS PRIMEIRAS COM DANIEL BAE. As cenas são lindas, emocionantes, ternas, enquanto eles caminham pelas ruas de Nova York, respondem a perguntas, se aproximam mais e mais… com o tempo, a impressão é de que eles já se conhecem há muito mais que algumas horas.
A cena em que Daniel precisa fazer algo para a família e leva Natasha com ele começa desastrosa, mas acaba se tornando uma das mais especiais de todo o filme, porque ela sabe que ele não é o pai dele, muito menos o irmão babaca. Porque o irmão tem uns comentários bem preconceituosos para fazer, e o pai, de forma mais sútil, mas visível, também acaba sendo um babaca, e Daniel não podia estar mais envergonhado, mas Natasha acaba saindo rindo, e eles compartilham aquele momento bonito, antes de irem para o karaokê coreano. E essa, sim, é uma as cenas MAIS LINDAS do filme, quando ela questiona o tema de poemas, de modo geral, que são sempre sobre o amor, sexo ou as estrelas… por que não há mais poemas sobre o sol, se o sol também é uma estrela? Então, Daniel promete que ele escreverá apenas poemas sobre o sol, de agora em diante. Também amei quando Daniel canta para Natasha (ai, como ele é lindo!), e ela se envolve na canção e, ao lado dele, imagina toda uma vida… como é bobo e como é real aquele momento da imaginação voando, dela imaginando-se anos ao lado de Daniel Bae, com filhos e tudo.
E pode não ser apenas um sonho…
No fim da música, ela o beija. Ele está próximo demais, o sonho foi bonito demais, e ela não pode negar isso. Então ela o beija, para a surpresa dele, e os dois estão cada vez mais próximos, cada vez mais íntimos, quando o celular dela desperta, porque já são três e meia, e ela precisa correr para falar com o advogado. Ela briga com ele, diz que essa coisa toda “a está distraindo”, e sai correndo, deixando ele para trás, perdido, completamente sem entender… e foi de partir o coração. Sozinho, ele retorna para casa, tem uma briga séria com o irmão, por causa de Natasha e por causa dos pais, mas o irmão talvez o ajude perceber que ele é “bonzinho demais”, sempre fazendo as vontades dos pais, sem nunca questionar, e sem nunca pensar nele mesmo. Talvez ele não queira ir para a faculdade de medicina, e talvez ele não precisa mesmo ir.
O pai diz, no entanto, que não vai mais ajudá-lo em nada se ele fizer isso.
A reunião de Natasha às quatro e meia com o advogado parece lhe dar esperanças – talvez, afinal, ela possa continuar no país, então ela precisa ir atrás de Daniel Bae… eu entendo toda a sua frustração, e toda a sua confusão. Ela não acreditava no amor, nunca acreditara, e então, em um único dia, Daniel Bae a estava mudando, a estava fazendo perceber que talvez o amor exista de verdade, e ela não podia se entregar a isso como gostaria, porque estava partindo com a família de volta para a Jamaica no dia seguinte! Agora que ela tinha uma chance de continuar ali, no entanto, ela tinha que reencontrá-lo. Felizmente, ele a tinha levado até a loja da família, então ela volta para lá, e embora ele não esteja, o irmão meio que se redime ao entregar-lhe o telefone de Daniel… QUE LINDO O SORRISO DE DANIEL ATENDENDO O TELEFONE E VENDO QUE É TASHA!
Então, Tasha e Daniel têm mais algumas horas juntos, mais momentos para estarem juntos, para se curtirem, e ela ainda não disse isso, mas ela está completamente envolvida – talvez ele tivesse um motivo para ser tão confiante… talvez ele tenha realmente provado a ela que o amor existe. Os dois passam vários lindos momentos juntos, agora com menos diálogo, e as cenas se tornam íntimas e belas… amei o momento dos dois no bondinho, amei a maneira como eles se deitam para dormir na grama, ao ar livre, olhando para o céu sobre eles, e como dormem ali, juntinhos, acordando apenas no dia seguinte, com o sol sobre eles – ele poderia se acostumar a acordar assim todas as manhãs. Aquela manhã, então, é o momento decisivo: às 8h, ele tem a sua entrevista para a faculdade e, às 10h30, ela tem a reunião com o advogado, com uma resposta.
E o destino continua trabalhando a favor deles. Quando Daniel chega à entrevista, ele começa a responder às perguntas como sempre achou que responderia, até que ele começa a ser sincero – ele não quer ser médico, ele não quer ir a essa faculdade. E, então, Natasha entra para falar com o advogado, em busca de uma resposta, e Natasha e Daniel se encaram, porque a reunião dos dois era COM A MESMA PESSOA. “Destino”. Ela quer saber uma resposta, urgentemente, e ela não se importa que ele diga isso na frente de Daniel, e quando ele diz que não pôde fazer nada, ela chora, diz que tudo foi inútil – afinal de contas, ela tivera esperança, e não adiantara nada. Quando ela sai, devastada, Daniel se levanta para ir atrás dela, E EU AMEI A ATITUDE DELE. O advogado pergunta se ele não quer a recomendação, mas ele diz que “não mais do que quer a garota”.
OWN <3
E realmente, o que Daniel e Tasha viveram em 24 horas foi muito mais intenso que algumas pessoas vivem em meses de relacionamento. Natasha manda ele voltar lá para dentro do prédio, diz que ele tem que continuar a entrevista dele, e quando ele diz que “ela é mais importante que a entrevista”, ela responde que ele só a conheceu ontem, não pode ser, mas é. Ele não vai deixá-la, ainda mais nesse estado, ainda mais se essas forem as últimas horas que ela passará no país… então, ele está com ela, a acompanha até em casa (todo nervoso por conhecer os pais dela, ainda mais nessas condições), e como são MÁGICOS os momentos que os dois passam juntos. Cada um deles. Arrumando as coisas. No táxi rumo ao aeroporto. Até aquele EMOCIONANTE último momento dos dois, aquele momento em que toda a história do filme se fecha…
O momento final do teste.
A despedida de Daniel e Natasha no aeroporto é um momento EMOCIONANTE DEMAIS. É a hora de Daniel encerrar o seu “experimento”. Depois de um dia respondendo a perguntas, agora eles precisam olhar um no olho do outro durante 4 minutos – ele não sabe se eles deviam segurar mãos nessa hora, mas ele não se importa, ele faz isso de todo modo. E então eles se olham, as lágrimas nos olhos de ambos, e o sentimento é tão FORTE! Enquanto eles se olham, Natasha nos guia pelo que aconteceu a seguir… ela foi para a Jamaica, Daniel desafiou o pai e foi para outra faculdade, e eles mantiveram contato no início, mas não pôde durar por muito tempo, porque as coisas são assim. Vemos Natasha e Daniel “do futuro”, mas queremos vê-los agora. Ao fim dos quatro minutos, de volta no aeroporto, ela diz que o ama, com essas palavras. “I love you, Daniel Bae”. Ele responde que o experimento funcionou, o amor pôde ser provado… e eles se beijam.
Ela falando de amor…
Ele falando de ciência, dessa vez.
<3
QUE COISA MAIS LINDA!
Eu teria achado lindo o filme acabando naquele momento, eu estava chorando feito louco, emocionado, e naqueles longuíssimos segundos quando a tela escurece depois dos 4 minutos e depois de termos visto o que acontece nos próximos anos, eu fiquei com o coração na mão, tenso, com medo de que realmente acabasse ali… seria muito realista, mas eu não queria. Meu coração romântico não queria. Então foi um alívio quando, ao invés dos créditos, vemos o “CINCO ANOS DEPOIS” na tela! Natasha está formada, de volta a Nova York para uma pós, com o cabelo mais comprido e de pontas rosas (um comentário importante do filme), conversando com o advogado no mesmo bar em que ela e Daniel começaram o experimento, há cinco anos. E ficamos o tempo todo esperando que ele vá aparecer, que ele vá entrar por aquela porta.
Porque é o destino, não é?
Eles não estão destinados a estarem juntos?
Mas ele não entra. O advogado tampouco sabe onde encontrá-lo, nunca mais o viu depois daquela manhã no escritório… é lindo, e um pouco desesperador, como Tasha olha para a porta, esperando que Daniel entre, acreditando no amor (ela o amou durante 5 anos, por causa de um dia) e no destino, e o destino está ali. Quando ela está indo embora, ela demora um pouco para sair, porque tem gente entrando, e é o tempo o suficiente para que “um novo talento” vá até o microfone para ler algo… é um cara, dizendo que vai ler “um poema que escreveu sobre o sol” (só de escrever isso, fiquei TODO ARREPIADO agora!), e então ela se vira, e os olhares se encontram. Daniel e Natasha. Feitos um para o outro, perfeitos um para o outro. Um reencontro simples e emocionante, belo, os dois estão lindos, e então eles se beijam novamente.
E EU CHORO *-*
QUE FILME LINDO! APAIXONADO! <3


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