A invenção de Hugo Cabret


Amei. Finalmente consegui ver o filme, e fiquei encantado. Desde sempre tive curiosidade, e após tantas críticas positivas, tantas indicações ao Oscar, minha vontade de ver só aumentou. E o filme é incrível. Ele é novo, diferente – tem um estilo de narrativa diferenciado, que pode até impedir que algumas pessoas o aproveitem… que o diga as pessoas que saíram no meio da sessão quando fui ver (nem me fale!), mas o filme é genial.
É considerado um filme de aventura e mistério, mas acima de tudo é uma homenagem às artes como um todo. O foco que vejo em qualquer lugar é a grande homenagem ao cinema e à sua história e importância, mas também não consigo deixar de admirar o apreço à arte escrita, ao desenho… ao conhecimento, à cultura. Robin Hood, A Ilha do Tesouro, Julio Verne... gostando de todas essas coisas como eu gosto, não pude deixar de me emocionar. E me emocionei de verdade. E as cenas de Hugo com o pai são geniais...
Não concordo com as pessoas que o nomeiam como um filme infantil. Até imagino que muitas crianças jovens demais não vão saber aproveitá-lo ou admirá-lo. É uma história para todos, genial e brilhante – com uma mensagem incrível e uma narrativa gostosa e envolvente. Já é considerado “aclamação universal” e é um dos favoritos ao Oscar (vamos ver amanhã à noite!) – filme mais indicado (11 categorias no total, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor). Torço bastante por ele…
A história é baseada no livro homônimo escrito por Brian Selznick e conta sobre um menino que vive sozinho em Paris, em uma estação de trem, após seu pai morrer e ele ser também deixado pelo tio bêbado. Ele cuida dos relógios da estação e precisa pegar coisas para se alimentar, o que o faz perder o seu precioso caderno em um momento – tentando recuperar o caderno para consertar o autômato encontrado pelo pai em um museu, Hugo Cabret se envolve em uma grande aventura tendo que resolver um mistério e tanto.
Enquanto personagens ótimos como George Méliès (Ben Kingsley) se desenvolvem, embarcamos em uma apreciação à história do cinema belíssima. Primeiro um simples filme, depois o nascimento do cinema, os primeiros filmes, a revolução que tudo aquilo gerou… algumas simples falas (como “Nós pintávamos o filme. Pintávamos a mão. Quadro a quadro”) te emocionam, e é bonito ver essa ligação com a tristeza da Primeira Guerra Mundial… uma discussão bastante inteligente.
E os atores mais jovens fazem tudo com tamanha perfeição, que você se esquece que está vendo um filme “infantil”. Asa Butterfield e Chloë Grace Moretz (como Hugo e Isabelle, respectivamente) arrasam em suas interpretações, sendo inocentes quando preciso, mas decididos e inteligentes. Hugo conseguiu me emocionar em várias cenas, como em sua tentativa final de salvar o autômato, pouco antes de ser resgatado por George. E Isabelle me encantou por seu intelecto, por seu amor aos livros, por seus discursos apaixonados de como a leitura era ótima… tinha como não admirá-la?
Esse filme conta a história de Hugo Cabret, e de como sua busca por uma nova mensagem de seu pai, e depois as tentativas de decifrá-la mexem com a vida de tanta gente e faz tanta diferença no mundo. É um filme perfeito para admirar, merece uma nota 9,5 para não dizer que merece 10 (pode aparecer algo melhor), mas é incrível para se emocionar e se divertir… torço muito por ele no Oscar amanhã! Até mais!

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