La Usurpadora (2019) – Paulina ajuda Carlos a ser melhor!



“Você sabe o nome dos amigos do seu filho?”
Devo confessar que essa parte do roteiro está me assustando um pouco, porque eu não quero correr o risco de a Paulina escolher ficar com Carlos Bernal no fim de “La Usurpadora”. Mas também acho que estamos em tempos modernos o suficiente para entendermos que o fato de a Paulina se importar com Carlos, ser importante para ele e ajudá-lo a ser um ser humano melhor (!) não significa necessariamente que ela está “apaixonada” por ele e deva ficar com ele… eu acho que a personagem de Paulina tem MUITA QUÍMICA com o Nava, eles ficam bem juntos, e o Nava, em toda a sua imperfeição, tem tantas qualidades que podem ser admiradas por Paulina – Carlos já parece muito mais distante dela e de tudo o que ela sempre defendeu. Não sei, não vejo química nas cenas de Paulina e Carlos, e espero que ela não se confunda tanto assim.
A história das fotos sensuais vazadas de Lisette continuam gerando consequências. Paulina e a família conseguiram apoiar a garota para que ela se sentisse forte, mas Paulina quer investigar essa história – eu gosto de como a base da personagem de Paulina é justamente o fato de ela se importar com as pessoas… e, por isso, ajudar quem pode e como pode. Quando ela vai confrontar Diego pela publicação das fotos (QUE CENA!), ela lhe dá um merecido tapa na cara, mas sente que talvez ele não seja mesmo culpado… por isso, ele pede que investiguem mais a seu respeito. E não demora para que descubram que Molina, o cara que trabalha na casa, é tio de Diego. Pedro, o cara que trabalhava com Nava, acaba trabalhando no caso, e eu adoro como ele bate em Molina quando ele o chama de “gordo asqueroso”, mas ele acaba não sendo muito útil…
Por enquanto pelo menos.
Acontece que Pedro é muito bom no que faz, mas ele tem medo que as pessoas descubram que ele é gay… ele demorou algum tempo até contar a Nava sobre o seu “segredo”, e o Nava reagiu extremamente bem, mas e os outros? Pedro consegue interrogar o Diego de forma bem persuasiva, e eu amo a cena – ele faz o garoto chorar e se sentir culpado, conta que Lisette tentou se matar por causa disso tudo, e então promete entregar a Lisette uma carta de Diego, “explicando tudo”, se ele soltar a língua… mas, sabendo que Pedro está no caso, Molina não tarda em entrar no seu celular, e descobre as mensagens que ele troca com seu namorado… e isso é tudo o que ele precisava para ameaçá-lo. Pedro não vai passar nenhuma informação importante para o Pascual, por medo que Molina conte a todos que ele é gay, e então ele seja exonerado.
O que é revoltante.
Outro personagem que continua ganhando uma atenção incrível do roteiro é o Emílio – para mim, um dos melhores personagens dessa versão! Emílio ainda bebe, sob a influência de seu “amigo”, mas ele acaba, também, ingerindo drogas em um bar, e a culpa rapidamente toma conta dele… então, desesperado e envergonhado, ele liga para Feru, a garota que conheceu quando decidiu estudar música, e pede que ela vá buscá-lo… doeu-me quando o Emílio implorou que ela fosse, e disse que “ia morrer”, porque era a sensação que ele tinha. Feru vai buscá-lo, mas ela também tem algum problema que ainda não conhecíamos, e então ela passa mal, e não consegue socorrê-lo. Emílio está desmaiado ao seu lado no banco do carro, mas ela também sente tanta dor que não consegue continuar dirigindo, e então desmaia, e os dois ficam ali por muito tempo.
Quando Emílio desperta, provavelmente algumas horas depois, o papel se inverte: ele precisa cuidar dela. Então ele liga, pede ajuda, e os dois acabam no hospital. Ela por causa de uma peritonite aguda; ele por causa da mistura de álcool e cocaína. E essa é uma das cenas em que eu mais detestei o Carlos – ele chega no hospital para “ver o filho” e age como um tremendo babaca, dando bronca e gritando e o acusando… o Emílio não estava certo em beber e se drogar, mas aquela não era a hora, o lugar ou o jeito de falar sobre isso. Era possível ver, no olhar de Paulina, o quanto ela reprovava aquela atitude de Carlos – tanto que ela é a única que responde a respeito da pergunta insistente de Emílio sobre Feru. Carlos, por outro lado, é insensível e grosseiro. Emílio está muito mal, ele está tendo uma crise séria, e é evidente que ele precisa de ajuda.
Eu amei a cena da Paulina DANDO BRONCA em Carlos, dizendo que o precisava ser dito, e eu quero dizer que ela o destruiu ali! Ela explica que não era que ele não tinha que chamar a atenção do filho, mas não era ali e não era daquele jeito. Além disso, ele viu como o Emílio estava mal, e “ele não precisava fazê-lo se sentir ainda pior”. Ela arrasou com a última coisa que diz, quando diz que o álcool e as drogas são apenas a ponta do iceberg, e abaixo disso tem o abandono e a solidão: “Você sabe o nome dos amigos do seu filho? De sua namorada? Qual foi a última vez que ficou doente?” E ele não sabe, claro. Paulina, em contrapartida, é carinhosa, mãezona, e eu gosto de como ela conversa com Emílio, como toca o seu rosto, como o abraça, como o acolhe… é uma cena tão linda, e Piedad assiste, sem entender nada… não é algo que Paola faria.
No dia seguinte, ela comenta com o Carlos sobre como “ela parece outra pessoa”. E isso tudo começa a fazer com que Carlos mude, tome novas atitudes – o que é ótimo, porque Paulina influencia as pessoas de uma boa maneira, mas só isso. Eles não podem ficar juntos no final! Mas Carlos faz algo digno: reconhece como errou com Emílio e vai à casa da mãe de Feru, que queria proibi-la de vê-lo, para assumir esses erros e sua parcela de culpa, e explicar que tem certeza de que o filho ama a Feru… enquanto isso, ao chegar em casa, Emílio está arrasado, e é de partir o coração. Ele fala com Juana sobre como “estragou tudo”, e chora, mas logo Feru liga para ele, dizendo que ele pode ir vê-la, e quando ele pergunta o que ela disse para convencer sua mãe, Feru explica que não foi ela quem fez nada, mas o pai dele, que foi lá conversar com sua mãe.
Ele acha super estranho.
Claro.
Mas foi algo bom que Paulina fez. Não o Carlos realmente.
Mais tarde, é LINDA DEMAIS a cena em que o Emílio vai conversar com o pai… eu não consegui ainda gostar do Carlos, não consegui me importar com ele, mas o Emílio… O EMÍLIO É MARAVILHOSO. Amei então a cena em que ele agradece ao pai por falar com a mãe de Feru, e então ele pergunta se o pai está bravo, porque ele mesmo está bravo e decepcionado consigo mesmo – é triste como o Emílio diz que “queria ser forte”, mas ele não consegue. E reconhecer isso é um passo muito grande. Quando o Emílio chora, Carlos veste a máscara de paizão e o abraça, diz que todos o amam e que eles estarão ali por ele, e a cena é forte e emocionante… por fim, Emílio toma uma decisão muito importante e muito bonita: ele diz que quer fazer terapia, “porque ele não consegue sozinho”, e então Emílio e Carlos trocam um lindo abraço de pai e filho!
<3


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