His Dark Materials 1x06 – The Daemon-Cages



“A life without Pan would not be a better life”
O EPISÓDIO MAIS F*DA DA SÉRIE ATÉ AQUI! Eu critiquei algumas coisas no episódio passado, especialmente porque acho que a série ainda está lutando para explicitar o quanto é profunda e sagrada a conexão de humano e daemon (duas coisas nesse episódio me levam a falar sobre isso novamente; primeiro, quando Lyra chega na Estação e vê trilhões de crianças, e só conseguimos ver DOIS daemons na cena; e, depois, quando Lyra e Pan não se abraçam depois de saírem da máquina e se livrarem da lâmina), mas esse episódio foi tudo o que eu esperava dessa parte de “A Bússola de Ouro”. Teve emoção, foi intensa, as atuações estavam de arrepiar… o que foi aquela cena da Lyra e da Sra. Coulter gritando de lados opostos da porta, por exemplo? Aquilo me desestabilizou, minha nossa! Foi um episódio forte, tenso, emocionante… um marco em “His Dark Materials”.
Lyra Belacqua chegou a Bolvangar, e podemos sentir a tensão dela em cada passo enquanto olha para aquelas crianças sem esperança no refeitório da Estação – o momento é forte e triste, eu só queria ter visto mais dos daemons, quem sabe apavorados, porque é isso o que os diferencia das outras crianças, o que evidencia o horror do que o Magisterium está fazendo ali. Também é emocionante como Lyra olha para Roger, mas eles não se aproximam e não mostram que se conhecem, mas Pan corre para falar com Sal, a daemon de Roger, e depois vem contar a Lyra. Logo que Lyra chega à Estação, mais uma criança é cortada. Chamam Bridget para a máquina de intercisão, e mesmo que não cheguemos a ver acontecer, é angustiante acompanhar os barulhos e a expressão vazia daquela enfermeira sem daemon – embora não ache que quem não leu o livro tenha se atentado a isso.
Às enfermeiras “vazias”.
Nós amamos a Lyra, sua inteligência, sua dissimulação. Ela sabe como agir. Enquanto está sendo fotografada, ela pergunta se estão “medindo o Pó”, e por alguns segundos ela se torna a Lyra que sabe demais, mas ela percebe o quanto isso é perigoso, e rapidamente retorna à personagem de Lizzie Brooks, com o pezinho tímido, a voz mais suave, dizendo que “não vão encontrar Pó nela, porque ela toma banho todo dia”. Lyra é contestadora, e nós adoramos isso nela, e ela faz uns comentários ousados enquanto está sendo fotografada em busca de Pó, mas felizmente ela é salva pelo alarme de incêndio que manda todas as crianças para fora, em uma simulação, e que lhe dá a ideia do que fazer – ali, ela consegue comentar com Roger sobre como “ajuda está a caminho”, e eles causam confusão para que ninguém dê pela falta de duas crianças.
Quando fogem em busca de qualquer informação, Lyra e Roger encontram o que no livro chamamos de “caixas de vidro”, e que aqui são mais gaiolas mesmo – para eles, é uma tristeza imensa ver aqueles daemons sem humanos, e Roger reconhece que são os daemons das crianças que foram levadas e nunca mais voltaram. Então, ele encontra a caixa vazia de Billy Costa, o que quer dizer que ele não está mais vivo. Além dos daemons nas caixas, Roger e Lyra também encontram, na Estação, algumas crianças cujos daemons foram cortados delas, e elas estão estáticas, vazias, quase parecendo zumbis… mas de forma mais inerte e mais triste. Apenas cinco delas sobreviveram, mas elas não respondem muito depois do “processo” horrível. Lyra precisa dar um jeito de escapar, e de levar todas aquelas crianças com ela… para escaparem desse destino.
Lizzie é a próxima chamada para o corte, e esse é um momento angustiante – pensar na separação de Lyra e Pan. A série é mais rápida, mas ainda assim foi horrível aquele momento breve de quando Lyra tenta escapar, eles capturam o Pan (NINGUÉM DEVERIA TOCAR O DAEMON DE OUTRA PESSOA!), ela desmaia, e então eles os levam para a máquina… a cena é angustiante, Pan está apavorado, a lâmina sobe, ameaçando separar criança e daemon/alma para sempre, e então ela grita dizendo que “a Sra. Coulter é sua mãe e ela não vai gostar disso”. E isso ganha a ela segundos preciosos até que a Sra. Coulter chegue à sala, veja quem é a criança lá dentro, testando o “novo equipamento”, e então ela desliga tudo e, gritando, chama o nome da filha. A cena seria mais forte se mais longa, mas foi intensa o suficiente. Uma pena que Pan e Lyra não tenham se abraçado como no livro, ao serem salvos.
No lugar, tivemos Lyra e Coulter se olhando através do vidro…
De alguma maneira perversa, a Sra. Coulter talvez ame a filha. Ela cuida dela, oferece chá, e eu adorei a reação de Lyra. Ela está quieta, fria, não se mexe. Seus sentimentos a deixam assustada, em choque, horrorizada. Conseguimos sentir, apenas pela maneira como ela olha para a Sra. Coulter, o desprezo profundo que tem por aquela mulher e pelo que estão fazendo naquele lugar… e eu gostei muito de como a série foi bastante didática, explicando o que estava acontecendo, e por que a Sra. Coulter e o Magisterium estavam fazendo o que estavam fazendo… qual o motivo de separar a alma das crianças. Então, temos um diálogo bem esclarecedor a respeito dos daemons, de como eles se fixam em uma forma durante a puberdade, e o Pó… as duas acabam com lágrimas nos olhos, mas as de Lyra, ao menos, são sinceras.
O horror é verdadeiro.

“Dust is not a good thing. Grown-ups are infected so deeply that it's too late for them. Condemned to a life of sin, guilt and regret. This is for a better future, a better life”
“A life without Pan would not be a better life”
“Your daemons are wonderful companions and friends to you when you're young, but at the age that we call puberty... an age you'll come into very soon, darling, daemons bring all sorts of troublesome thoughts and feelings. And that's what lets Dust in. A little operation before that and you're never troubled again”
“If it was so good, you should have let them do it. You should have been glad”

O mais irônico é como a Sra. Coulter parece acreditar quando diz a Lyra que “nunca quis lhe fazer mal”, e quando insiste que “o que estão fazendo é para o melhor”. Se assim fosse, então ela não deveria estar contente por sua filha estar naquela máquina? Por que tirá-la de lá daquela maneira? Lyra, no entanto, é mais esperta do que a manipuladora Sra. Coulter, e quando a mãe lhe pergunta sobre o aletiômetro que o reitor de Jordan lhe deu antes dessa viagem, Lyra finge aceitar o seu carinho e o seu apoio, tão dissimulada quanto a mãe (!), e então entrega uma caixinha fechada, supostamente com o aletiômetro, mas contendo, na verdade, o perverso besouro espião que a Sra. Coulter mandou contra ela há algum tempo. Então, ela aproveita a confusão para escapar, deixa a mãe presa dentro do quarto, e eu AMEI a cena das duas gritando, uma de cada lado da porta.
Cena fortíssima.
Então, Lyra comanda a fuga da qual falou e, uma cena após a outra, o nível do episódio sobe e sobe e sobe, sendo a melhor sequência de ação para esse trecho. É DE ARREPIAR. Amei a cena da Lyra falando com a enfermeira sem daemon, a fazendo lembrar-se dele, Nicolas, e amei a cena de Roger indo sozinho falar com as crianças sem daemons, chamando-as para a fuga, em um discurso lindo, dizendo que eles têm a opção de ficarem ali e não fazerem nada, ou de sair e fazer com que os que fizeram isso com eles paguem. Lyra, depois de falar com a enfermeira, ainda faz algo que não chega a fazer no livro, e que é maravilhoso: ela vai até a sala em que estão separando crianças e daemons e destrói a máquina de uma vez por todas. Pode não ser definitivo, mas certamente vai atrasar o Conselho de Oblação, pelo menos por um tempo.
Assim, com a Estação em colapso e a confusão de crianças fugindo, reforços chegam. Quando os funcionários do Conselho de Oblação chegam para tentar impedir a fuga, uma infinidade de coisas acontece. Primeiro, os gípcios chegando e lutando contra os funcionários e os tártaros – destaque para a Mama Costa, vingando o Billy. Depois, quando um tártaro avança sobre as crianças, Lee Scoresby atira nele, o matando e evaporando seu daemon, e aquilo foi muito f*da. Todos eles mereceram aquilo. Depois, Iorek também se junta à batalha, e nós temos toda aquela confusão na Estação, todas aquelas forças unidas para salvar as crianças… por fim, quem termina a batalha são as feiticeiras, e eu AMEI a Serafina Pekkala descendo, ágil como nunca, matando várias pessoas em questão de segundos, permitindo que as crianças escapem de uma vez por todas.
Com as crianças salvas e Bolvangar destruída, Lyra e Roger partem no balão junto com Lee Scoresby e Iorek Byrnison, acenando tchau para os gípcios e as crianças que acabaram de ser salvas. Aqui, temos outro diálogo importantíssimo, de Serafina e Lee:

“The child is destined to be important... to create and resolve conflict. […] She matters more than she can ever know. The fate of more than this world depends on her”
“Well, I had a contract with the Gyptians over what was accomplished in Bolvangar. This... this seems like a whole new thing, which requires, if I'm honest, new contracts and new payments...”
“She will need you, Lee”
“You know, a man should have a choice whether to take up arms or not”
“And you need her”
[…]
“So it's me. She's responsible for the fate of everything, and I'm responsible... for her?”
“The world is in your hands, Mr. Scoresby... and I am delighted it is”

Lee e Lyra estão indo para a próxima parte da história. E ela ainda tem um papel importante a desempenhar… desde o início, as feiticeiras falam de uma profecia, de uma garota que está destinada a mudar o mundo, ou qualquer coisa assim. O reitor da Jordan falou sobre uma “traição”. Tudo isso ainda é parte de “A Bússola de Ouro”, o que quer dizer que veremos no fim dessa temporada, e eu, sinceramente, não tenho certeza de que estou preparado para o sofrimento que isso tudo implica, mas, ao mesmo tempo, também estou curiosíssimo pelo Lorde Asriel erguendo a ponte… antes disso, precisamos encontrar os outros ursos de armadura e salvar o Lorde Asriel de sua prisão. O episódio termina com o ataque das avantesmas-dos-penhascos ao balão de Lee Scoresby, uma cena tão angustiante e tensa quanto todo o restante do episódio…
E Lyra cai lá de cima do balão!

Para mais postagens de His Dark Materials, clique aqui.


Comentários