[Season/Series Finale] Black Box 1x12e13 – The Fear / Consequences

Eu não acredito que acabou.

Na verdade, o futuro da série está bem indefinido, mas eu não estou confiante para uma segunda temporada – desse modo, adorei a maneira como o roteiro finalizou a série com o mínimo necessário, mas ainda deixando incontáveis pontas soltas que poderiam ser trabalhadas. Tivemos o ápice dos surtos psicóticos de Catherine, e conseqüências catastróficas em sua carreira e vida pessoal, exatamente o essencial para um bom término de temporada, mas algumas coisas eu realmente gostaria de explorar mais… de qualquer maneira, Black Box fez uma belíssima caminhada nessa temporada, e foi uma ótima série que cresceu lindamente com o tempo.

Foram dois episódios apresentados juntos, mas são bem distintos.

The Fear traz o medo como elemento principal da trama, em diversas perspectivas. Uma das mais curiosas, no entanto, é na figura de Mira Darvish, uma mulher que não consegue identificar e reconhecer esse sentimento. Por outro lado, Bickman enfrenta as conseqüências dos últimos episódios, e encara um astronômico medo de operar que o impede de desempenhar sua função dentro do Cubo, há pelo menos uma semana. E Catherine, sem tomar seus remédios e sem aceitar a ajuda de qualquer pessoa, tem o seu mais grave surto psicótico até então, que são cenas incrivelmente bem filmadas e angustiantes que nos deixou roendo unhas.

Fiquei nervoso do começo ao fim do episódio. Foi muito complicado acompanhar todo o desenvolvimento dos problemas de Catherine. Com todo o estresse em sua vida nos últimos dias, e com os remédios fora de controle, ela sai de si – e não aceita ajuda de sua psiquiatra. Ela tem cenas angustiantes de pura tremedeira, de falar sozinha, de ver sombras e se assustar, de dançar pela rua, e aquele final apavorante do primeiro episódio: a maneira como ela enxergava as luzes enquanto dirigia por um túnel (um perigo completo), ou mesmo sua cena semi-nua “dançando” no chão e correndo sem a parte de cima da roupa pelo bosque… logo depois de roubar um carro. Essas ações, combinadas, a levam para dois dias na cadeia, e um mês de internamento.

Ambos episódios muito fortes, mas se The Fear foi marcado pela sua intensidade e pelo medo e nervosismo constante, Consequences foi marcado pelo impacto de retornar ao mundo real, de enfrentar as conseqüências, em qualquer aspecto da vida, e assumir responsabilidades. É um episódio revolucionário, e um Season Finale genial, que terminou a história de Catherine da melhor maneira possível, mesmo que tenha sido muito difícil, para nós, ver aquelas coisas acontecendo, e não sabermos exatamente o que acontece depois que a série chega ao fim. Eu já estou me preparando para as minhas projeções, acreditando que não teremos, infelizmente, uma continuação oficial que possamos acompanhar… e são tantas perguntas.

Quando Catherine sai do hospital e retorna à sua vida, ela se depara com muitas coisas: Joshua não pode mais cobrir seus erros, e Owen não pode simplesmente confiar nela no Cubo – ficando, portanto, responsável por supervisionar e questionar todas suas ações como médica! E ainda existe toda a situação exacerbadamente confusa com Bickman, que é muito mais profissional do que pessoal; as conseqüências do que os dois viveram e, talvez, ainda planejem viver, extrapola qualquer lado pessoal de sua vida, e interfere diretamente em sua carreira, que já estava realmente por um fio graças a todos os acontecimentos que presenciávamos até então.

Tivemos um último paciente para Black Box, Truman Bishop, com um caso interessantíssimo de ver cópias de si mesmo, que a Dra. Black associa a convulsões que ele está tendo no cérebro – enfim, por várias cenas parecia estar acompanhando novamente um dos primeiros episódios, e me dei conta do quanto senti falta daquelas coisas. É muito bom vê-la trabalhar, é ótimo ver Bickman a apoiando incondicionalmente, e também é angustiante ver Owen colocando dúvidas sobre suas ações constantemente. E como se tudo isso não bastasse, o pai de Esme, Johnny, está de volta, exigindo conhecer a filha que é a última chance dele de se curar de uma leucemia.

Desse modo, Catherine ainda se vê obrigada a conversar com Reagan e Joshua sobre, finalmente, contar a verdade para Esme – e não é exatamente o que ela precisava naquele momento, mas a série precisava esclarecer isso antes de um possível cancelamento. Não vimos a cena, apenas a discussão dos adultos, mas temos uma noção da reação de Esme. Completamente compreensível, foi triste vê-la não saber quem é, ou em quem confiar, e indo, por fim, procurar a ajuda de Will – mas também foi bastante triste ver a última cena dela no hospital, e como vai ser difícil, simplesmente difícil, para que ela possa confiar novamente em Catherine.

E como a série termina com um “You’re fired”?

Todas as cenas no final pareceram passar incrivelmente depressa, infelizmente. O abrir das cartas daqueles que vão para a residência (adorei ter Ali de volta, e a maneira como ela colocou McKenzie em seu lugar naquela MARAVILHOSA cena do elevador, que termina com “Then you need to get something else for your life”), a confiança de Owen reestabelecida, a compatibilidade de Esme com Johnny, a operação de Truman, e a ação revoltante de Carlotta. E desse modo terminamos. Com uma bonita sensação de dever cumprido, ótimos episódios e uma ótima série, e perguntas que ainda ficam em nossa cabeça: quem vai ser residente no Cubo? Como Catherine vai se reaproximar de Esme? E o que será dela daqui para frente sem o Cubo?

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