Planeta dos Macacos: O Confronto – Dawn of the Planet of the Apes


Dawn of the Planet of the Apes.
Assim como esse “amanhecer” sugerido pelo título, notamos um filme bastante escuro que parece ter a maior parte de suas cenas se passando durante a noite, enquanto o Planeta dos Macacos como o conhecemos começa a se desenhar. Se em Rise of the Planet of the Apes voltamos longamente no tempo desde o original de 1966 para entendermos como tudo isso começou, esses 10 anos de diferença na história do primeiro e segundo filme da nova trilogia preencheu várias lacunas: já podemos notar uma sociedade muito mais próxima daquela que conheceremos no futuro, quando os astronautas acreditarem que caíram em outro planeta, dominado por macacos.
Os macacos assumem decididamente a liderança desse filme. Se no de 2011 tivemos um grande enfoque nos humanos, com Caesar como o macaco mais valorizado, aqui Caesar já assumiu uma posição de liderança, os macacos já se organizaram em sociedade, e os humanos já começaram a ser dizimados pela gripe símia. É o fim do mundo como o conhecemos – o ataque dos macacos do fim do filme anterior foi o ponto de partida para uma série de eventos que acabou com a vida humana como era conhecida, com cidades abandonadas, destruídas, e os humanos vivendo ou em quarentena, ou se escondendo e/ou se armando para um possível ataque símio.
Nessa conjuntura, temos um filme quase todo dominado por macacos – eles são os protagonistas e guiam a obra com bastante precisão. A espécie de língua de sinais que eles desenvolveram foi bem inteligente, mantendo uma verossímil comunicação entre eles, que aos poucos vai se desenvolvendo à fala bem articulada que teremos futuramente. Além de Caesar, outros macacos já começam a falar algumas coisas também, mas ele e Koba ainda são os mais “fluentes”. Com os dois no comando e opiniões bastante divergentes sobre como os macacos devem prosseguir em toda essa guerra que está nascendo, os macacos assumem papéis quase humanos.
Foi surpreendente ver a corrupção de caráter entre os macacos exatamente como os humanos. Começamos o filme com uma série de projeções, admiramos a profunda sabedoria símia que diz que “macaco não mata macaco”, e que nos faz pensar que eles são diferentes dos humanos – enquanto esses, por sua vez, serão os grandes responsáveis por deflagrar uma guerra que não poderão vencer. No entanto, mesmo que Caesar simbolize, sim, essa paz e sabedoria entre os macacos, eles também estão divididos em facções quase humanas; uma delas comandada por Koba, que quer uma guerra com os humanos a qualquer custo, mesmo que vários macacos precisem morrer para isso.
James Franco não retorna para esse filme, embora não tenha sido esquecido (eu gostei das cenas na casa dele, ao fim do filme) – mas a gripe símia, os 10 anos e a sociedade escondida dos humanos justificam isso bem. Em seu lugar, conhecemos Malcolm, muito bem interpretado por Jason Clarke, que lidera uma espécie de expedição corajosa que planeja conquistar a confiança dos macacos e contar com sua ajuda, provando que humanos e macacos podem conviver em harmonia. Ele, Ellie e Alexander são pouco explorados, mas mesmo assim contam com cenas muito bonitas cheias de belas mensagens: como o filhinho de Caesar brincando com eles, Alexander ensinando Maurice a ler, e momentos assim…
Como Caesar o chama: um homem bom.
Infelizmente, o pior lado humano começa a aparecer entre os macacos, e garante uma guerra que não pode parar, e que não pode ser vencida pelos humanos. Todos sabemos, graças à saga original, que os humanos perdem, os macacos tomam conta do planeta, e que humanos viverão em jaulas, mudos e maltratados – a organizada sociedade dos macacos já sugere isso tudo, mesmo em sua organização física que se assemelha muito ao que vimos no filme de 1966, embora as cores sejam bem diferentes. Koba não retorna, mas Blue Eyes deve ter um papel importante na conclusão da trilogia, que fechará esse ciclo. Ainda espero por uma última cena, nem que seja pós-créditos, da nave caindo no futuro… e pronto, tudo está completo!

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