Vencer o Medo – A decisão de Inês

Hora de romper o silêncio.

Inês viveu um relacionamento abusivo com Vicente durante anos… e mesmo com os avisos e conselhos constantes das filhas, e a descoberta de traições, Inês não teve forças para se livrar do marido e seguir adiante com o pedido de divórcio quando teve a oportunidade, mostrando como relacionamentos tóxicos se perpetuam de maneira dolorosa e desesperadora. É curioso que o momento em que Inês realmente desperta e percebe que precisa fazer alguma coisa venha com Marcela sofrendo o mesmo que ela em seu próprio relacionamento abusivo com Rommel: ali, quando sua filha repete o padrão tão difícil de ser quebrado, ela encontra forças o suficiente para quebrar o silêncio de tantos anos. Afinal de contas, ela não pode só falar com Marcela…

Ela precisa ser um exemplo.

Antes de conseguir escapar de seu relacionamento abusivo, Marcela passa por várias situações, como o Rommel querendo que ela peça autorização para sair, tentando a impedir de fazer as coisas das quais ela gosta, como o concurso de grafite, e dizendo que a obrigação dela é servi-lo e coisas do tipo… em um dos momentos mais chocantes, Rommel age grosseiramente com Marcela na frente de todos e a peça violentamente pelo braço, gritando com ela por não atender o telefone, e Inês a defende, porque conhece aquele comportamento e não quer que a filha sofra o mesmo que ela sofre há anos… mais chocante ainda é ver a Marcela mais tarde defendendo o Rommel e dizendo que “a culpa é dela, porque fez ele ficar bravo”. É tão triste, tão angustiante.

Ficamos felizes em ver Inês finalmente se livrando de Vicente… que é algo pelo que esperávamos desde o início da novela. Antes disso, no entanto, ele fica ainda mais violento com ela, gritando e partindo para a agressão física puxando o seu cabelo, e quando ela se defende batendo nele com uma panela, que é a primeira coisa que encontra na sua frente, ele usa isso para chantageá-la emocionalmente. Vicente acaba no hospital, mente para Cristina sobre o motivo de estar lá, e passa os dias seguintes apontando para o curativo na cabeça para fazer com que Inês se sinta culpada, o que é uma das coisas mais absurdas e mais nojentas que ele faz… isso + o padrão que Marcela está repetindo com Rommel é o suficiente para fazer Inês tomar uma decisão: e o momento em que ela quebra um porta-retratos dos dois é PODEROSO.

Inês também tem um grande papel fortalecendo a filha para que ela perceba o que Rommel está fazendo com ela… é quase irônico e profundamente triste que Marcela ignore os conselhos da mãe como se o que ela está dizendo não fizesse sentido quando Inês tenta alertá-la sobre os comportamentos abusivos de Rommel, e ela ainda diz que o que tem de modelo de relacionamento é o dos pais e tudo o que menos quer é ter uma relação como a deles – perverso que ela não enxergue, não? Como uma boa mãe, Inês dá conselhos muito bons, dizendo que se a magoa e a machuca, então não pode ser amor, e pergunta se ela quer que a história dela se repita. Eventualmente, quando Marcela percebe e deixa Rommel, ela volta para a casa da mãe, onde é acolhida de braços abertos.

E Marcela ainda tem uma escolta formada por Inês e Cristina contra Rommel.

PALMAS PARA O TAPA QUE INÊS DÁ NA CARA DE ROMMEL!

Cristina, por sua vez, também consegue uma vitória importante no julgamento contra o massagista que abusou sexualmente dela há três anos. Da maneira mais nojenta possível, o advogado dele traz à tona uma história pessoal de Cristina (a briga de Silvia com ela, por causa do Rafa) para tentar colocar em dúvida a honra e o caráter de Cristina e acusá-la de ter “provocado” o massagista, e é desesperador ver que ele pode ganhar, mesmo com tantas vítimas reunidas o denunciando, mesmo com a mãe de uma criança abusada por ele depondo contra… felizmente, quando a esposa dele é trazida ao tribunal, e ele e o advogado estão satisfeitos porque acham que ela vai ficar ao lado deles, ela diz que está ali para poiar todas as vítimas do seu marido.

É catártico. E, agora, ele vai pagar por todos os crimes que cometeu.

 

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