Malhação 2008 – A audiência pela guarda do Tavinho

Problemas finais de roteiro…

Vocês vão me ver reclamar, nesses últimos textos, de todo o plot de “regeneração” da Débora, e eu sei que é algo que eu já devia estar acostumado e esperando de finalizações de temporadas de “Malhação”, mas eu só gostaria que fosse bem-feito… em “Malhação 2008” tudo fica corrido, sem preparação e exagerado no final, e você tem que aceitar essa ideia e pronto. Vou citar dois exemplos que nem são de obras tão renomadas e tidas pelo público como incríveis (embora eu adore): “Violetta” e “Chiquititas”. As duas apresentam “regenerações” muito melhores. Em “Violetta”, Ludmila (que nem fez nada tão grave quanto a Débora!) tem a última temporada inteira (80 capítulos) para se tornar uma pessoa melhor, com o roteiro trabalhando sua mudança passo a passo, altos e baixos, tudo bem crível e bem desenvolvido. Até “Chiquititas”, que correu na redenção de Marian, apresentou uma história mais convincente e a maturidade de Marian de escolher ir para outro orfanato, sabendo que não dava para ficar perto daquelas pessoas a quem causou tanto mal… “Malhação” quer regenerar a Débora sem preparação nenhuma e ainda quer que ela vire “melhor amiga da Angelina”.

É tudo bem bizarro, forçado e chato, se você me perguntar.

E, como eu comentei no último texto, acho muito chato que a Débora fique repetindo o tempo todo coisas como “Essa tragédia toda mexeu muito comigo. Eu mudei”, porque isso só prova que o roteiro estava desesperado para nos convencer dessa mudança, sabendo que não tinha preparado o terreno e, portanto, não era convincente o suficiente. É tipo uma regra dos escritores: “não fale/conte, mostre”. Mas… Débora fala de sua mudança para a Yasmin e, depois, para o Guga, dizendo que “não quer que a Angelina perca o seu filho como ela perdeu o dela”, e então, alguns dias depois, chega a hora de Débora provar que está dizendo a verdade e corrigir um dos seus erros – o Tavinho é o seu sobrinho e ela pode decidir o futuro dele. Enquanto isso, o Guga faz um acordo com o Bruno, dizendo que “ele nunca mais procura a Angelina se o Bruno abrir mão da guarda do Tavinho”.

Eu já falo mais sobre isso

A nova audiência é extremamente TENSA. Assistimos a vários depoimentos, perguntas do juiz e baixarias nojentas do advogado do Bruno, até que Débora chegue, fraca e ainda com a roupa do hospital. Quando ela entra para falar com o juiz e impedir uma injustiça, ele está dando a guarda do Tavinho para Marília (!), e precisamos ver aquele sorriso nojento na cara do Bruno – sinceramente, é FRUSTRANTE que ele termine a temporada sem levar UM SOCO NA CARA, de ninguém! Angelina se levanta, diz que isso não é justo, e então a Débora faz a sua entrada, dizendo que Angelina não pode perder a guarda do Tavinho: ela é sua irmã e só está nessa situação porque ela e o Bruno trancaram o Tavinho em um carro e colocaram a culpa em outra pessoa… devo dizer que EU FIQUEI TÃO FELIZ COM AQUELA CENA. Posso não ter concordado muito com como fizeram a “regeneração” da Débora, mas que foi prazeroso vê-la desmascarar o Bruno, ah isso foi!

Débora insiste, diz que a culpa é dela e do Bruno e a Angelina não pode pagar por isso… o Bruno tenta fazer ela calar a boca, tenta fazer o juiz não ouvir, mas o juiz se interessa pela história, então Débora conta tudo e como fizeram, e devo dizer que EU RI DA CARA DO BRUNO, inicialmente. Depois, ele se levanta e diz que tudo é verdade e que a guarda tem que ficar com a Angelina, e se justifica dizendo que só fez o que fez porque “é apaixonado por ela”. É uma romantização péssima de um cara possessivo e opressor, e é ridículo que eles o façam mudar de ideia de uma hora para outra, pedindo desculpas, dizendo que “machucou a pessoa que mais ama”. ESSE FINAL DE TEMPORADA É PÉSSIMO, VOU DIZER: EXTREMAMENTE FORÇADO. Mas o pior de tudo é que eles ficam dizendo que o Bruno foi “honesto”, que “ele disse a verdade”, ele “abriu mão da guarda do Tavinho”…

NÃO!

NADA DISSO ACONTECEU!

O Bruno ia seguir com essa mentira até o final, até depois da Débora entrar na audiência… ele não “abriu mão da guarda do Tavinho”, ele não escolheu “dizer a verdade”, ele só foi encurralado e ficou sem saída… não teve nada de honesto nem de nobre na sua atitude, como o roteiro quer fingir que foi. Sinceramente, foi patético ver o seu retorno à escola, ver as pessoas lhe dando os parabéns, o aceitando novamente como amigos, como se ele tivesse feito alguma coisa a mais do que a sua obrigação… se alguém realmente agiu esse alguém foi a Débora, que saiu do hospital para contar toda a verdade e fazer justiça; Bruno não se arrependeu e não teria feito nada se a Débora não aparecesse… quando Angelina ganha a guarda do Tavinho, ela diz que o Bruno “se mostrou muito honesto” e provou que “pode ser um bom pai” e, sinceramente, EU RI.

Mas foi mais de nervoso mesmo…

Oh roteirozinho vergonhoso.

Com a história da guarda do Tavinho resolvida, Rita tenta convencer Angelina a dar uma chance ao amor, ao Gustavo, e quem sabe ela até a tivesse convencido, mas Angelina vai visitar a Débora, elas conversam e quando Angelina diz à Débora que sente muito pelo seu bebê, Débora fala que “pelo menos tem o Gustavo” – perdeu o pai, a casa, o dinheiro, mas agora a única coisa que lhe restou foi o amor do Gustavo, e ela diz que “ele se declarou para ela, disse que a amava”. Não chega a ser uma mentira, é mais uma ilusão, porque alguém realmente se declarou para ela e disse que a amava, mas era o Pedro… Débora que está supondo e imaginando que fosse o Gustavo. De todo modo, agora ela faz um pedido para a Angelina: “Por favor, Angelina, me deixa viver a única coisa que me sobrou. Por favor, minha irmã. […] Eu preciso do Gustavo pra me ensinar, pra me proteger, pra não me deixar mais fazer besteira”.

E você sabe o que a Angelina vai fazer… porque ela é boa? Não, porque ela é BURRA.

Sempre digo: a diferença entre “bondade” e “burrice” em novelas é mínima.

Angelina cai no papo da Débora, que diz que “mudou”, e então diz que aceita o seu pedido e vai se afastar do Gustavo de uma vez por todas… Débora diz que está muito feliz de ter uma irmã como ela, pede desculpas, e Angelina responde a chamando de irmã também… logo depois, Guga procura Angelina, apaixonado, implorando para que ela diga que eles ainda têm mais uma chance, mas Angelina se lembra do que acabou de conversar com a Débora e é firme ao dizer que não, eles não têm mais chance nenhuma. “A gente não vai mais ficar junto”. Triste, Guga diz que não vai mais insistir ou procurá-la, então. O problema é que as coisas ficam ainda mais patéticas logo em seguida… como se o Bruno fosse um anjo, subitamente “o melhor pai e a melhor pessoa do mundo”, Angelina, que está indo embora para a Espanha com Rita e Joaquim, faz o quê?

Convida o Bruno para ir embora com eles!

Tudo que eu tenho a dizer é: “É sério isso?”

 

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