Novela 1x03 – O Impossível Não Pode Ser Possível

“Eu tô presa num labirinto ficcional. Eu tenho que dar um jeito de sair daqui”

EU ACHO ISSO TUDO MUITO DIVERTIDO! “Novela” é uma comédia deliciosa e absurda, abusando das características das telenovelas para fazer uma sátira/homenagem da maneira mais divertida possível! Depois de ter a sua trama roubada por um figurão da indústria, Isabel misteriosamente foi parar dentro da novela, no melhor estilo “Zoando na TV”, e ela está causando uma grande confusão lá dentro… depois da inesperada estreia de “Rebote do Destino”, Lauro Valente está incomodadíssimo e, mais do que isso, desconcertado com o que está acontecendo: quer dizer, como Isabel pode ter “entrado” na novela e mudado tudo?! Como pode estar indo ao ar cenas que eles não gravaram? Como Grazi, contratada como a protagonista da novela, pode ter sido substituída?

O início desse terceiro episódio de “Novela”, “O Impossível Não Pode Ser Possível”, traz as consequências no mundo real da estreia de “Rebote do Destino” – e não temos notícias de Isabel até que o próximo capítulo comece. Foi surpreendentemente engraçado acompanhar a repercussão que o primeiro capítulo teve… eu achei hilário assistir às reportagens a respeito de como “Lauro Valente subverteu o gênero para criar algo completamente inédito” ou qualquer coisa assim, enquanto todo mundo está curioso para saber o que vem pela frente nessa trama da “roteirista que ficou presa em um mundo no qual as pessoas não sabem que estão dentro de uma novela”. O que Lauro Valente pode fazer a não ser aproveitar o fato de que a novela foi um sucesso?

Ainda que não seja a sua novela.

Ele deixa que acreditem que a ideia é essa mesma.

Sem frentes de capítulos gravadas, porque a morte de Inácio que deveria ter ficado para o 10º capítulo aconteceu no fim da estreia, Lauro Valente convoca o elenco para gravar às pressas o capítulo daquela noite – acho que em breve eles perceberão, no entanto, que esse é um trabalho desnecessário… afinal de contas, Isabel está mudando tudo lá dentro de qualquer maneira. Além disso, ela parece capaz de “materializar coisas com a sua imaginação”, já que nenhuma cena na Ultralux, a fábrica da novela, tinha sido gravada para aquele capítulo, mas quando ela decide ir para lá e tentar “retornar ao lugar onde tudo começou”, a fábrica está lá, bem como os figurantes… portanto, continuar gravando a novela do lado de fora parece um trabalho bastante desnecessário.

Isabel é, naturalmente, A ESTRELA DESSA SÉRIE! Acompanhar as loucuras da personagem presa dentro de uma telenovela fictícia é perfeito, e ganhamos cenas hilárias. Em particular, eu adorei aquela sequência toda com Carla Maranhão, a policial que é mãe de Isabel, e que é chamada para a casa dos Porto Carrero para contar a história de como encontrou Isabel e a criou como sua filha. A sequência de Carla Maranhão encontrando Maristela depois do acidente é, facilmente, uma das minhas favoritas! Eu gosto do tom exagerado que imita a ideia de uma cena dramática em uma telenovela: a trilha sonora, a fala de Maristela à beira da morte, Carla pegando Isabel nos braços e a levando consigo… é ESSA brincadeira com o gênero que faz a série funcionar!

Também amo todas as falas de Isabel! Amei sua sinceridade no funeral, falando sobre como Inácio não vai fazer falta porque ele era um personagem sem profundidade e que não agregava em nada na trama (!), ou de como as coisas que ela diz para tentar convencer todos ao seu redor que aquilo é uma telenovela (!) acabam se tornando novas tramas: ela faz abrirem o caixão de Inácio, por exemplo, dizendo que tem certeza que ele está vazio, porque ninguém ia gravar uma cena de velório com caixão fechado com um ator dentro, porque não tem necessidade… quando eles abrem o caixão e realmente não tem nada lá dentro, eles não acreditam que “estão dentro de uma novela”, como Isabel acreditava: na verdade, eles acreditam que o corpo foi roubado ou algo assim…

E começa uma nova trama em “Rebote do Destino”.

É MUITO BOM!

Toda a coisa de Isabel estar o tempo todo falando sobre como aquilo é uma novela e nada daquilo é real e tudo o mais também se torna um plot: os demais personagens começam a falar sobre como ela “está em negação” depois de ter descoberto que é a herdeira dos Porto Carrero ou qualquer coisa assim, e Isabel percebe que se ela continuar falando tão insistentemente a respeito disso, ela vai acabar internada… o pessoal da camisa de força já está ali para levá-la. Então, ela muda a sua narrativa depressa e consegue “se salvar”. Mas ela vai precisar encontrar uma maneira de sair dali sozinha. Quando o segundo capítulo da novela chega ao fim e, assim como nos intervalos, tudo fica escuro e os personagens estáticos, Isabel descobre que não está sozinha, no fim das contas…

Tem mais uma “pessoa de verdade” lá dentro.

Curioso.

 

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