Toy Story 4 (2019)



“Quero que conheçam o Garfinho!”
WOODY ENTRE OS “BRINQUEDOS PERDIDOS”. “Toy Story” é a maior história que a Pixar já contou, e o quarto volume da franquia chega 24 anos depois do original, encantando uma nova geração de crianças, e aquelas crianças crescidas que viveram isso tudo ao longo dos anos. Enquanto o cinema enchia de adultos como eu e crianças como minha afilhada, eu pensava em como eu era um “Andy” e eles eram todos “Bonnies”. E os brinquedos que nos fariam felizes continuavam sendo os mesmos. No fim do filme passado, Andy foi para a faculdade e deixou os seus brinquedos como doação para Bonnie, uma garotinha extremamente fofa que prometeu cuidar do Woody, do Buzz Lightyear e de todos os outros com o mesmo carinho que Andy sempre teve com eles. Mas o seu “brinquedo favorito” acaba se tornando um garfinho que ela mesma faz.
No início do filme, estamos 9 anos no passado, e eu gostei do número escolhido. Não se passaram nove anos na história, porque a Bonnie ainda não cresceu (poucas semanas devem separar o quarto filme do fim do 3), mas se passaram nove anos desde o lançamento do último filme… assim, voltamos para uma época em que o Andy ainda era uma criança de 8 anos de idade, e brincava com seus bonecos. Aqui, Woody lidera uma missão de resgate ao carrinho de controle remoto tão importante da conclusão do “Toy Story” original, e que agora está sendo levado pela correnteza durante uma chuva terrível… a trama nos acompanha até o momento em que Betty é doada por Molly, e então Woody tem que se separar de seu grande amor… ela chega a convidar o Woody para ir com ela, e ele cogita a hipótese, mas então escuta o Andy procurar por ele.
O Andy ainda precisa dele…
Quando o filme retorna para o presente, vemos a Bonnie brincando com os seus novos e antigos brinquedos, mas o Woody fica parcialmente esquecido no armário, enquanto ela brinca com a “Xerife Jessie”, e tudo é muito novo para ele… afinal de contas, Woody costumava ser o brinquedo favorito do Andy, e era ele quem comandava o quarto e tudo o mais! Agora, ele não tem mais autoridade alguma… mesmo assim, ele continua sendo o melhor brinquedo que uma criança pode ter, e ele tem a necessidade de se sentir útil. Assim, quando Bonnie teme o primeiro dia de aula, ele sabe que ela pode precisar da companhia de um amigo, e é excelente que ele a acompanhe, escondido, dentro da mochila, porque é ele quem a ampara, mesmo que ela não saiba, quando ela está sozinha durante a aula de artesanato, e é ele quem lhe dá os materiais para que ela crie um novo amigo…
Forky.
E o que dizer do Forky? No fim, o Forky, ou o Garfinho, tem carisma. Ele fica uma gracinha, fruto da imaginação e talento de Bonnie, mas, quando ele ganha vida dentro da mochila (assustando o Woody), ele diz que não quer ser um brinquedo… afinal de contas, ele não nasceu para isso! Tudo o que ele quer é ir para o lixo… mas como ele é extremamente importante para Bonnie, cabe ao Woody cuidar de sua criança, e garantir que o Garfinho esteja ali por ela quando ela o procurar. Por isso, o Woody o vigia constantemente, e sempre o tira do lixo e o coloca ao lado de Bonnie todas as vezes que ele se joga no lixeiro. Quando Bonnie sai com a família de viagem e leva todos seus brinquedos com ela, principalmente o Garfinho, é que as coisas acabam meio que saindo de controle, porque o Garfinho pula para fora do trailer, e o Woody vai atrás dele.
ELE TEM QUE LEVAR O GARFINHO DE VOLTA PARA A BONNIE.
Bem, o Woody sempre é o herói, não? Eu gosto dessa devoção do Woody, dessa vontade de fazer sua criança feliz, e a cena do Woody e do Garfinho andando pela rua é bem fofa! Ali, o Woody fala um pouco sobre o Andy, enquanto também explica para o Garfinho como é bom ter uma criança, e o Garfinho enfim entende que a Bonnie PRECISA dele, e então ele muda sua atitude e resolve voltar para casa. A próxima parada do trailer, onde os demais brinquedos devem segurar a Bonnie, é em um parque de diversões, e ao chegar lá, Woody se depara com o “Antiquário Segunda Chance”, onde ele vê o abajur de Betty em exposição, e ele resolve entrar para ver se, quem sabe, a Betty também está por ali! Mas ela não está. Apenas Gabby Gabby, uma boneca dos anos 1950, meio macabra, que está procurando uma caixinha de som para substituir a sua, estragada.
E talvez Woody tenha o que ela precisa!
Woody consegue escapar de Gabby Gabby e seus bonecos de ventríloquos macabros com a ajuda de Harmony, a neta da dona do antiquário, mas ele precisa voltar para recuperar o Garfinho! Enquanto isso, Buzz também sai em uma aventura, para recuperar o Woody. Afinal de contas, a família está para partir e ELES NÃO PODEM IR SEM O WOODY! Assim, o Buzz ganha as suas cenas, um voo bem legal (e eventualmente desastroso), e acaba encontrado por um funcionário do parque, que o coloca como a atração principal de um jogo chamado “Aventura Estelar”, onde as crianças tentam conseguir prêmios… ali, ele arruma encrenca com o Patinho e o Coelhinho (do trailer “To infinity and my foot!”), mas eles acabam se tornando aliados da busca por Woody, enquanto Jessie toma a dianteira no trailer, furando o pneu para que eles atrasem um pouco mais…
Depois de fugir do Antiquário, Woody acaba reencontrando Betty com os brinquedos perdidos, e é muito fofo ver como É UMA NOVA BETTY. Quer dizer, é a mesma boneca de antes, mas agora ela tem roupas mais práticas e é uma verdadeira líder… depois de ser doada, ela passou uns dois anos com sua nova família, mas depois acabou na rua pelos 7 anos seguintes, o que quer dizer que ela aprendeu muita coisa… e é muito bom ver essa nova Betty, ainda com o mesmo coração bom de sempre, mas agora empoderada e forte, continuamente salvando o Woody e tudo o mais! Woody pede a sua ajuda para salvar o Garfinho de Gabby Gabby no Antiquário Segunda Chance – quando conhecemos um pouco mais de Gabby Gabby, no entanto, percebemos que ela não é uma vilã. Ela só quer ser adotada por uma criança, Harmony, e ela acha que isso não acontece por causa de seu “defeito”.
Por isso ela quer tanto a “ajuda” de Woody!
A missão de resgate acaba sendo UM VERDADEIRO DESASTRE, o clima fica pesado, eles acabam se separando e Woody é deixado para trás, porque ele ainda é o único que quer salvar o brinquedo favorito da Bonnie – até o Buzz diz que “ele já fez tudo que podia fazer”. Mas a verdade é que ainda havia uma coisa que o Woody podia fazer: dar a Gabby Gabby o que ela queria, e isso foi doloroso. Woody abre mão de sua caixinha de fala para que Gabby Gabby seja “perfeita” como sempre sonhou em ser, mas isso não resolve seus problemas… a boneca achou que, se não tivesse nenhum “defeito”, ela seria amada por Harmony, a garota que sempre sonhou ser sua criança, mas Harmony foi uma garota muito babaca e simplesmente não quis saber dela. Então, Woody, de coração bom, acaba levando a boneca de coração partido, dizendo que ela poderia ficar com Bonnie.
No meio do caminho, no entanto, ela conhece Millie.
E elas parecem feitas uma para a outra.
Por fim, então, os brinquedos completam a missão (com direito a uma sequência HILÁRIA em que eles ajudam a “dirigir” o trailer, o Unicórnio fica feliz em “mandar o papai para a prisão” e o Garfinho segura a família do lado de fora), e Bonnie se reencontra com o Garfinho, mas então chega o momento de Woody tomar uma decisão. Ele olha com pesar para Betty ao se despedir para voltar para Bonnie, e percebemos que ele talvez não queira mais ir, e é quando o Buzz diz: “Ela vai ficar bem. A Bonnie vai ficar bem”. Woody já não era mais o brinquedo favorito de sua criança, ele já a ajudara o quanto podia, mas ela tinha outros brinquedos com ela… sua missão fora cumprida, e talvez agora ele quisesse estar com Betty, a boneca que sempre amou e que, por uma casualidade do destino, ele acabou reencontrando… então, por que não?
Woody fica para trás, “não mais perdido”, sendo feliz, em um parque de diversões.
E tem todo um mundo lá fora para ele.
Confesso que eu fiquei um pouco triste com o final. Parte de mim dizia que, se não era para eles estarem todos juntos, afinal de contas, então que o Woody tivesse ido para a faculdade com o Andy, oras! Mas, naquele momento, ele escolheu estar com os amigos, e tentar se adaptar a uma nova vida, a uma nova criança… agora, no entanto, Woody ainda sentia falta de Andy, que sempre será sua criança, e Bonnie não precisava tanto dele quanto Andy sempre precisara. Talvez tivesse mesmo chegado o momento de Woody “se aposentar”, com suas missões cumpridas, e dedicar-se a ele. Brincar com crianças de vários lugares, viver um grande amor, ajudar crianças e brinquedos a se encontrarem em um parque de diversões… parece algo que o Woody faria. E a despedida dele e dos amigos foi muito bonita, especialmente o abraço dele e do Buzz.
Mas, ainda assim, me dói pensar que a “turma” não está mais junta.


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