Sítio do Picapau Amarelo (2002) – Bruxa Mãe, Bruxa Filha: Parte 2



“A senhora também é bruxa?”
Diferente de “O Menino Bruxo” e de “A Convenção das Bruxas”, as duas primeiras histórias dessa temporada, “Bruxa Mãe, Bruxa Filha” aposta em uma atmosfera um pouco mais dark, e eu gosto do que isso faz com essa fase do “Sítio do Picapau Amarelo”. Eventualmente, o tom mais leve do Sítio retorna, especialmente quando Morgana está sendo enfrentada pelas crianças, e existe muita confusão, gritaria e correria, mas é uma boa construção sombria até então: para poder “invadir” o Sítio, Morgana faz com que anoiteça mais cedo, e o céu é tomado por trovoadas sinistras, embora não esteja chovendo… os animais da floresta estão alvoroçados, e o pio da coruja, que não é um bom agouro, pode ser ouvido o tempo todo… e Morgana está lá, acolhida por Dona Benta, a dona da casa, e as crianças se perguntam como poderão se livrar dela!
Morgana diz à Dona Benta e à Tia Nastácia que está atrás de sua filha, que “fugiu de casa”, e acredita que ela esteja escondida ali, mas Dona Benta diz que isso não é possível: a única criança diferente que está ali agora é o Peninha, e embora uma garota tenha realmente aparecido por ali junto com as crianças, “ela já foi embora há algum tempo”. Morgana faz toda uma cena sobre como “seu coração de mãe dói” (embora isso até que seja verdade, de seu jeito bizarro!), e diz que Benta e Nastácia precisam ajudá-la a encontrar Lua Cheia. Enquanto Morgana está na sala com Dona Benta, e se assusta ao ver uma foto das crianças (“Me responda: a senhora também é bruxa?”), as crianças pensam em como podem se livrar dela… Lua Cheia, no entanto, não quer ir embora com a mãe, mas tampouco quer “ficar contra ela”, então resolve ir embora.
E foge pela janela.
Sem a ajuda de Lua Cheia, então, as crianças estão sozinhas para pensar em algo contra Morgana, e todas as ideias que Peninha tira de um antigo pergaminho parecem não ser “fáceis” de se conseguir: xarope de rabo de dinossauro, unha encravada de lobisomem… então, o Visconde tem uma ideia, de algo que normalmente é usado contra vampiros, mas que talvez possa funcionar contra Morgana: ALHO. Enquanto eles preparam a “armadilha” contra a bruxa malvada, ela atormenta Tia Nastácia continuamente… primeiro jogando leite e outras coisas na sua cabeça, com bruxaria, depois mostrando “dentes de lobo” que apenas a Tia Nastácia pode ver, ou pulando/voando para se proteger de uma jarra de água, e se pendurando no lustre da sala… Tia Nastácia está APAVORADA, e a verdade é que as cenas da Morgana quase chegam a ser assustadoras mesmo!
Emília e Pedrinho escondem uns dentões de alho na omelete que Tia Nastácia prepara para a bruxa e, já na primeira mordida, ela enlouquece. Ela joga a omelete pelos ares, segura a garganta que queima, e então começa a gritar porque tinha alho, e a cena é cômica e exagerada – talvez um pouco “alta” demais. Morgana se joga no chão gritando, esperneia, e não há nada que se possa fazer para acalmá-la… as crianças descem por causa de todo o escândalo, e Morgana continua dando o seu show, esperneando em cima da mesa e eletrocutando todo mundo que tenta tocar nela para ajudar, e Dona Benta é a única que sente “pena” de Morgana, que, segundo ela, “deve ser muito alérgica a alho”… Dona Benta é uma velhinha bastante inocente, talvez inocente até demais. Afinal de contas, todo mundo já percebeu que Morgana é, no mínimo, “esquisita”.
Eventualmente, ela desmaia e o Visconde a coloca no sofá.
Dona Benta ainda fica DECEPCIONADA e BRAVA com os netos por “negarem ajuda a uma pobre mulher”, e os manda para o quarto, onde eles estarão de castigo – mais tarde ela vai lá “ter uma conversa com eles”. Morgana só se acalma quando acorda e oferecem vinagre para ela, que ela bebe como se fosse refrigerante. Mas o alho apenas a incomodou, mas não fez mais nada com ela, ou a expulsou da casa… “O alho não funcionou direito. A gente tem que pensar em outra coisa”, as crianças percebem. E a próxima ideia que têm é de usar LUZ – afinal de contas, bruxas e seres do mal detestam a luz. Como que para intensificar essa ideia, a energia no Sítio do Picapau Amarelo acaba, e tudo é jogado em uma penumbra… enquanto isso, Lua Cheia é encontrada pelo Zé Carijó, do lado de fora, e levada para a casa do Tio Barnabé, onde é acolhida.
Mas ela diz que não vai voltar à casa de Dona Benta!
A luz que as crianças planejam usar contra Morgana é o flash de uma câmera, e imediatamente eu me lembro de como ela ficou assombrada ao ver na sala uma foto das crianças, achando que eram elas mesmas se escondendo lá dentro: ela não conhece essa tecnologia, e isso pode vir a ser útil… de todo modo, as crianças enfrentam a bruxa, gritando coisas como “Bruxa feiosa!”, e Morgana responde às ofensas e pergunta onde está sua filha, porque sabe que foram eles que a esconderam… as crianças e Morgana acabam em uma CONFUSÃO que conta com uns feitiços lançados e, eventualmente, Emília usa o Faz-de-Conta para fazer a máquina emperrada funcionar, e Pedrinho consegue tirar a foto de Morgana, com o flash a cegando, ainda que temporariamente. Então, Morgana se transforma em um corvo e vai embora.
Eles esperavam que a luz fizesse mais que isso
A “paz” de não ter Morgana na casa não dura mais que poucos minutos. Dona Benta briga com as crianças porque acredita que “eles fizeram alguma desfeita” à “simpática hóspede”, e não acredita nos netos, mesmo quando eles contam que Morgana é uma bruxa… felizmente, a inocência de Dona Benta chega ao fim quando ela mesma é ATACADA por Morgana. Ela retorna rapidamente para o Sítio, começando uma briga com as crianças lá no quarto do Pedrinho, e então Morgana acaba dizendo para a Dona Benta que “já se cansou dela”. Ela diz que cansou de sua voz, de seu jeito de falar, de sua bondade e hospitalidade… então, ela a encolhe ao tamanho de um passarinho e a prende em uma gaiola! Com Dona Benta pequenina, Morgana ri maldosamente, mas eu confesso que gostei disso. Ao menos não tem mais a Dona Benta brigando com as crianças por causa de Morgana!
“Eu encolhi você, velha coroca! Ah, como você me dá nos nervos!”
Então, com a Dona Benta em perigo, as crianças e Tia Nastácia se unem contra a bruxa, com direito a (mais) uma peruca arrancada, e Tia Nastácia batendo na bruxa com uma vassoura… nova gritaria, nova confusão, mas a bruxa acaba vencendo e prendendo quase todos eles – menos a Emília e o Peninha. Com a maioria deles presos, Morgana debocha deles, e eu devo dizer que dei algumas boas risadas aqui… a velha xexelenta, o Tio “Buscapé”, o sabugo de milho que ela vai debulhar e fazer pipoca, milho assado ou milho cozido, o garotinho irritante e a “Narigudinha”. Então, sabemos que as únicas pessoas que podem fazer algo para ajudá-los é a Emília e o Peninha, que estão do lado de fora, espiando tudo e pensando em um plano, ou então a própria Lua Cheia que, mais cedo ou mais tarde, terá que retornar e ter a coragem de enfrentar a própria mãe.
Tio Barnabé até engana a bruxa quando Morgana pega sua espingarda, e diz para ela que, se ela colocar o olho no cano e puxar o ganchinho, “ela vai ver o futuro”. Confesso que eu julguei a cena um pouquinho pesada quando ela realmente atira no próprio rosto e nem vemos o que aconteceu… mas ainda não é hora de se livrar de Morgana, então a arma meio que só explode na sua cara, enchendo seu rosto de fuligem, como é comum vermos em desenhos animados. Ufa. Do lado de fora, Emília e Peninha salvam o Rabicó, que foi preso pela Cuca – Cuca e Pesadelo planejam aproveitar o ataque de Morgana para invadirem o Sítio eles mesmos –, e os três têm uma ideia para derrotar a bruxa: a única arma que pode vencê-la é o AMOR. Então, Emília quer ir em busca de uma flecha do Cupido, o que, devo lembrar, não seria a primeira vez…
“É uma flecha do amor! Agora aquela bruxa tá perdida!”

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