WICKED Brasil – Texto 2 de 3


“A dupla vai nascer / O Mágico e eu”
São muitos e muitos atores em palco para contar essa perfeita adaptação da história das Bruxas de Oz, desde quando Elphaba e Galinda se conheceram na faculdade até que elas se despedissem uma da outra em um emocionante momento do Castelo de Kiamo Ko, pouco antes de Dorothy jogar sobre a Bruxa Má do Oeste o balde de água que vai derretê-la. E é muita gente com talento maravilhoso e um carisma incrível. Esses atores PRECISAM ser carismáticos para encarar esses personagens, para ser a fofíssima e dedicada Elphaba; a engraçadíssima e linda Glinda; o distraído e sedutor Fiyero. Com muito talento em cima do palco, eles também apresentam uma simpatia autêntica ao serem encontrados do lado de fora do teatro, e isso só faz com que eu aprenda a gostar mais e MUITO mais de cada um deles. De uma maneira geral, a todos que fazem parte dessa belíssima produção de Wicked, eu queria dizer que vocês TODOS estão de parabéns. Vozes incríveis, dançarinos maravilhosos, tudo impecável em uma dedicação visível para que o musical seja o melhor que se pode oferecer, e certamente o é.
Elphaba é interpretada pela talentosíssima Myra Ruiz. Eu estava tão curioso para vê-la no papel desde que ela foi anunciada como a Elphaba brasileira. Como eu já disse em outras postagens, é olhar para ela e ver a Elphaba – ela tem algo nela que nos faz pensar na personagem. Muito jovem e com um talento imenso, Myra Ruiz é um verdadeiro espetáculo. Que atuação e, principalmente, QUE VOZ! Brava! Me emocionou vê-la cantar O Mágico e Eu (The Wizard and I), por exemplo, e foi incrível vê-la nos mais variados momentos, quando ela tinha que ser a irredutível Elphaba, brigando com a Glinda, ou quando ela estava mais vulnerável sozinha, como ao cantar Não é Pra Mim (I’m Not That Girl). Mas nada, em momento algum, é tão excelente quanto quando ela interpreta a belíssima versão brasileira de Desafiar a Gravidade (Defying Gravity). Não tem como ver aquilo e não terminar o primeiro ato inteiramente arrepiado! A voz dela explode para encher todo o teatro enquanto ela levita sobre o palco, voando para o Oeste, para longe do Mágico de Oz. E as notas que ela atinge! E toda a produção, iluminação, efeitos especiais… TUDO.
Lindíssimo.
Já Galinda (mais tarde Glinda) é interpretada pela super carismática Fabi Bang. Você já gosta dela DESDE O COMEÇO, e não tem como não gostar da Galinda. Ela é super divertida o tempo todo, e é risada garantida quando ela está no palco. Sempre. É uma atuação brilhante que soube captar toda a essência da personagem e ainda dar o seu próprio toque, como é o caso de Popular, que é um momento com o texto pronto no qual cada atriz dá a sua própria contribuição. Fabi Bang estava EXCELENTE com aquela dancinha durante a música! Ela estava ótima na maneira como falava (“Foférrimos e queridíssimos mamis e papis” ou “Miga, se controla! São só sapatos! Desencana”), como se movia, tudo… quem não se divertiu com ela girando aquela varinha na “briga” contra Elphaba, ou depois quando ela reclamou de ser retirada porque “estava ganhando”? E a voz, claro! Acho que o começo, do Sem Perdão à Bruxa (No One Mourns the Wicked) é um dos momentos que mais mostram todo o seu talento, já de cara, e é incrível. Galinda é um dos rostos mais marcantes do musical, e Fabi Bang fez isso brilhantemente. Ela reclamando, por exemplo, da maneira como o Dr. Dillamond pronunciava seu nome, e repetindo o “Galinda. Com um GA” foi ótima.
E depois? “Glinda. O GA é mudo”.
Fiyero, o adorável Fiyero, foi interpretado por André Loddi na noite em que estive presente. Nada contra o Jonatas Faro, nada mesmo, mas eu queria mesmo muito que fosse o André Loddi a interpretar o meu Fiyero. E ele estava fascinante! Ele só aparece pela primeira vez com alguns minutos de musical, em É Só Dançar (Dancing Through Life), que é uma cena grandiosa que nos emociona já de cara! Ele não tem uma participação tão longa no espetáculo, embora até seja o terceiro protagonista, mas é um personagem carismático. E André Loddi o interpretou na medida certa, com todo seu ar desligado, que leva a vida de forma muito leve, e que é apaixonante, já que duas garotas se apaixonam por ele. E metade da plateia. Ele ainda fica deliciosamente sensual quando está com Elphaba na Floresta de Gillikin, cantando Se Eu Tenho Você (As Long As You’re Mine). Um rapaz de um talento maravilhoso, fiquei muito feliz por ter assistido por ele, e também fiquei muito feliz por nós termos um Fiyero tão encantador e tão talentoso para representar essa parte de Wicked aqui no nosso país!
Depois, nós temos alguns outros personagens, todos interpretados por pessoas muito talentosas. São eles, o Mágico de Oz, interpretado por Sérgio Rufino, e ele estava ótimo, especialmente em suas músicas, quando cantou Sentimental (A Sentimental Man) e Mágico (Wonderful) e, claro, o rápido trechinho no começo do musical, no qual só figura sua voz dançando com a mãe de Elphaba. Madame Morrible, interpretada por Adriana Quadros, estava ótima e revoltante, como a personagem tem que ser, repleta de palavras inexistentes, que compartilha com Glinda (e com quem compartilha uma das melhores cenas, por sinal, que é sobre como uma duvida da outra!). O Doutor Dillamond, interpretado por César Mello, que tem algumas cenas muito fofas com a Elphaba, e que se torna um Bode sem o dom da fala no segundo ato, e é doloroso de assistir! Nessarose, a futura Bruxa Má do Leste, interpretada por Giovanna Moreira, e ela estava encantadora no início e durante É Só Dançar (Dancing Through Life) e depois assustadora quando aparece toda vestida de preto, já com as meias listradas e os sapatinhos que passarão a Dorothy, mantendo como escravo Boq, interpretado por Bruno Fraga.
O restante do elenco é composto por muitos atores, cantores e bailarinos, que ou não tem nenhum personagem específico, mas são essenciais para toda a grandiosidade da produção e o movimento que representa o Mundo de Oz, ou então fazem papéis menores que aparecem em apenas alguns momentos, como o Pai ou a Mãe de Elphaba e assim por diante… são eles: Hellen de Castro, Julia Duarte, Roberta Jafet, Sara Marques, Vânia Canto, Carolina Franco, Jess Gardolin, Laura Ávila, Sâmella Nathielle, Andreza Meddeiros, Fernanda Muniz, Thuany Parente, Diego Montez (que eu assisto diariamente na televisão, em Cúmplices de um Resgate), Jessé Scarpellini, Leo Wagner, Matheus Paiva, Rodrigo Negrini (o assisti em Hairspray como Link Larkin!), Fábio Lima, Gabriel Malo, Kauê Ribeiro, Lucas Nunes, Cauan Vieira, Guilherme Pereira e Sandro Conte. Todos de muito talento e essenciais para que Wicked aconteça e seja o espetáculo que é. De uma forma geral: PARABÉNS! E muito obrigado por trazer isso tudo até nós!

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