MAMONAS, o Musical – Texto 3 de 3


Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda, e ainda não comi ninguém!
Quando um musical dos Mamonas Assassinas foi anunciado, nós sabíamos que não tinha como não ser um sucesso – envolvidos com as músicas da irreverente banda, nós saímos do teatro em uma felicidade deliciosa. Cantando. Passamos dias cantando as músicas, dançando o delicioso fado do Vira-Vira. O musical é inteligentemente construído em cima tanto de músicas dos Mamonas Assassinas (com experiências deliciosas de envolvimento profundo da plateia, cantando junto, aplaudindo e gritando, como se fôssemos parte de um show dos Mamonas) como de outras bandas de sucesso, sejam elas Legião Urbana, Pink Floyd, Guns N’ Roses ou Rush. Tudo é, claro, envolvido em um sentimento de pura nostalgia. Nós estamos cantando junto com eles, nos divertindo horrores com as performances, aplaudindo e gritando, e ocasionalmente nos emocionando profundamente. Não tem como evitar isso. E, ao fim do musical, estamos atendendo ao pedido do Anjo Gabriel e fazendo o pedido de bis, gritando loucamente “Mais um! Mais um! Mais um!” que, infelizmente, acaba depressa demais com os garotos se apresentando para os aplausos finais.
Como todo mundo estava lá aguardando as músicas dos Mamonas, o musical começa lindamente com o Ensemble saindo do fundo do teatro vestidos com roupas clássicas que nos lembramos de ver os Mamonas, tantos anos atrás. Chapolin Colorado. He-Man / Robocop Gay. Enfim. E cantando um medley com várias das músicas que adoramos, como Mundo Animal, Pelados em Santos e Vira-Vira. Depois, as músicas dos Mamonas mesmo são jogadas lá para a frente, afinal temos toda uma história para contar, que é embalada pelo som de várias bandas famosas, músicas muito boas que me emocionaram. Tivemos, logo de cara, por exemplo, um trecho de Faroeste Caboclo. E, principalmente, depois de Comida nós tivemos Geração Coca-Cola, e aquela música me arrepia inteiro toda vez que a escuto. Não dá para evitar. Temos também Another Brick in the Wall, Tom Sawyer e aquela versão toda zoada do Dinho cantando Sweet Girl of Mine. E a emocionante Terra de Gigantes, que eu adoro. “Hey, mãe! Eu tenho uma guitarra elétrica!” Esse tipo de música marcou a caminhada dos cinco garotos como Utopia, quando o sucesso ainda não chegou, de fato, a acontecer.
Dinho começou a transformar isso tudo. Foi num comício do engraçadíssimo Geraldo Celestino que ele cantou Pelados em Santos pela primeira vez para um público. E FOI UM SUCESSO. Nós representávamos esse público, indo ao delírio, cantando junto (enquanto o Celestino fazia umas expressões fantásticos, palmas para Patrick Amstalden!). Depois veio, já logo em seguida, o delicioso Robocop Gay. E era isso. Quando eles mostraram as músicas novas para Rick, ele ficou verdadeiramente estarrecido. E os meninos com medo de que ele não tivesse gostado, mas é claro que ele ADOROU. Então a banda se transformou de verdade. Rick foi quem se dispôs a gravar as músicas deles, caso eles mantivessem essa linha do humor. Nada de divisão, quatro músicas sérias e quatro engraçadas. Não. Só mantendo-se na linha do humor, porque isso era o que eles eram e o que o Rick queria gravar, e sabia que seria sucesso. E foi, não foi? Só faltava uma coisa: mudar o nome da banda. Afinal, convenhamos: Utopia não tinha mesmo a ver com a nova proposta da banda.
Mamonas Assassinas do Espaço?
Depois dessas músicas, nós acompanhamos várias e várias deliciosas músicas dos Mamonas Assassinas, nas mais divertidas performances aplaudidas pela plateia. Tivemos Uma Arlinda Mulher, Chopis Centis, Jumento Celestino, Mundo Animal, Lá Vem o Alemão… mas me parece que o que eu mais saí cantando do teatro e que foi mesmo um dos meus momentos favoritos, foi Vira-Vira. Eles terminaram o primeiro ato sem cantar a música, mas ela já tinha sido apresentada na divertidíssima cena do carro de João Augusto Soares, com Lígia gritando Suruba! Parece que eles escolheram deixar o público apreensivo, no suspense da enfim apresentação da música – que aconteceu com eles de Chapolins Coloroados, no programa do Jô Soares. E, claro, foi divertidíssimo! O Júlio sendo a Maria Portuguesa, e depois o Jô dançando com eles e tudo o mais… um máximo! Uma que não chegou a ser cantada por eles no musical foi Sabão Crá-Crá, mas foi apresentada divertidamente em dois momentos. E o musical acaba com um pouquinho de Chopis Centis, e de volta o Ensemble nas roupas da primeira cena. Emocionante, divertido, realmente de se aplaudir em pé, sem dúvida alguma!
Minha felicidade é um crediário nas Casas Bahia.

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