Person of Interest 5x01e02 – B.S.O.D. / SNAFU


“And how will I remember you?”
COMO EU ESTAVA COM SAUDADE DESSA SÉRIE! Faz algum tempo que eu venho vendo outras séries e vários detalhes de suas tramas me fazem lembrar-me de Person of Interest e sentir saudade dela! Aqui estamos nós de novo, podendo reencontrar a Máquina e nos lembrar de quanto a amamos, bem como as fantásticas cenas de Finch e Root… é uma pena que estejamos na última temporada e o tempo pareça passar tão depressa. Ao menos, estenderam o pedido inicial de 6 episódios para 13, o que quer dizer que ainda temos umas semanas pela frente para nos despedirmos formalmente da Máquina. O que, claro, não quer dizer que nós estejamos preparados para isso! Depois daquele final grandioso da quarta temporada, Samaritan entrando online e o medo constante que a Máquina não chegasse a sobreviver, estamos aqui em uma corrida contra o tempo para salvá-la antes que seja tarde demais. E, depois de salvá-la, ela ainda precisa voltar a ser como ela era antes, reconhecer seus aliados e seus inimigos (as ameaças), e é todo um novo e belo processo de aprendizagem como uma criança insegura que leva tudo ao pé da letra e ainda tem dificuldade para interpretar os fatos.
Essa é a Máquina.
Ainda não temos nenhuma informação oficial de Sameen Shaw – e Root continua querendo encontra-la de qualquer maneira, sem nenhum sucesso. Mas é ótimo vê-la andando pelas ruas de Nova York, vê-la soltar um “You can just call me Root, bitch” para a Samaritan, e nos lembrarmos de em que Universo estamos inseridos, e como essas Inteligências Artificais são ardilosas… como a Samaritan mandando mensagem para os celulares dos civis no metrô. Enquanto isso, Finch prepara-se para tentar trazer a Máquina de volta e, quem diria, o que a salva no fim das contas, são consoles de Playstation de última geração! As motivações e os diálogos fantásticos (sempre muito bem escritos!) de Finch, Reese e Root foram impecáveis, com coisas como “It’s a reflection of you!” enquanto eles tentavam trazer a Máquina de volta à vida. E é um desespero quando ela começa a se descompactar antes da hora e parece que não vai ter o que fazer, porque está esquentando demais… daí nos lembramos da praticidade fria de John Reese, e a sua maneira de resolver as coisas. Simples assim. O que seríamos de nós se não tivéssemos ele na equipe?
Embora eu adore mais ainda as interações Harold e Root.
Ou Harold e Máquina.
As cenas que nos levaram de volta ao passado, 2006, de Harold Finch com a Máquina, foram excepcionais. Eu sempre adorei os flashbacks que envolviam ele e a criação da Máquina. Mas dessa vez não tinha Máquina para nos levar até lá, ainda – também não tivemos a fala completa da abertura, o que faz uma falta terrível! A Máquina se porta mais humana do que os próprios humanos, e sua atitude e bondade nos fazem amá-la profundamente. Quando ela conversa com Harold como seu pai, é doloroso perceber o plano dele de apagar as memórias dela à meia-noite, e ver a reação dela, perguntando-se o que era a morte. Afinal, era o que ele disse ter acontecido com seu pai quando ele perdeu a memória. O “How will I remember you?” nos partiu o coração, e no fim Finch realmente apagou a memória da Máquina. E a pergunta de uma Inteligência Artificial era perfeitamente coerente: como ela aprenderia com os seus erros se ela não se lembrasse deles? Quanto nós mesmos de fato aprendemos com os nossos erros, não é?
Difícil dizer.
Por fim, a Máquina está de volta à vida, e é EMOCIONANTE vê-la funcionando mais uma vez. É assim que ganhamos o início de uma abertura no segundo episódio, cortada bruscamente o que me destrói parcialmente. Mas era um reflexo inteligente, como sempre, do próprio estado da Máquina, que apresenta transições entre os anos de forma confusa, o que mais tarde é explicado pelo fato de ela não ser mais capaz de discernir de forma coerente o presente do passado. Assim, de volta a 1997, ou a qualquer lugar da década de 1990 (porque não é bem claro), ela relembra o Dia R, o dia em que Harold Finch a “matou”, e ela continua vivendo isso e essa dor continuamente. Inclusive, por causa desse problema todo de confusão entre presente e passado, a Máquina dá, por exemplo, uma série de 30 números a serem investigados por seus agentes, mas eles chegam a adolescentes de 14 anos que soltaram uma “bomba” na escola para se livrar da prova de matemática, ou atores fajutos em peças teatrais ruins. Um problema muito maior da Máquina em sua impossibilidade de analisar os contextos nos quais as “ameaças” estão inseridas. O que a torna quase tão inútil quanto qualquer outra coisa.
E a Máquina estava mesmo MUITO confusa. O segundo episódio começa de forma BEM divertida quando toda a disfuncionalidade dela é expressada através de um problema de reconhecimento de rostos, quando os atores trocam aleatoriamente de personagens de forma divertidíssima. Primeiramente Reese e Finch se invertem, bem como Fusco e Reese. Mas depois Reese é o Fusco, Root é o Finch e Finch é a Root     , e foi extremamente ENGRAÇADO, porque era bacana perceber os atores fazendo suas impressões dos colegas. E uma maneira astuta, prática e divertida de apresentar os bugs da Máquina. Mas toda essa diversão acaba depressa, porque os bugs da Máquina são sérios. Ela reconhece Reese, mas também as 62 pessoas cujas mortes ou desaparecimentos são traçados de volta a ele. E ela reconhece Finch e Root como ameaças, os dois. “What on Earth did we do?” Foi angustiante vê-la atacando Root, ver Finch tentando conversar com a Máquina sem conseguir algum tipo de avanço significativo, enquanto a Máquina mostrava vídeos que explicavam claramente as suas opiniões. Complicado. E ela mesma foi quem mandou matar Reese.
“The Machine thinks we’re monsters”
Por isso tudo, o final foi ainda mais ESPETACULAR.
A conversa da Máquina com Finch foi perfeitamente emocionante, e profundamente dolorosa em vários momentos, especialmente quando ele lhe garante que nunca mais vai machucá-la, mas ela explica que ele a está machucando nesse exato momento. É doloroso, e é uma belíssima conversa entre pai e filho. Entre criador e criação. A Máquina soa exatamente como uma criança confusa, crente de que está fazendo o que é certo, sem entender a profundidade e a maleabilidade dos discursos. Não importa que seja contra Finch, afinal era aquilo que ele tinha ensinado para ela tanto tempo atrás, sobre diferenciar as pessoas boas das pessoas más. Foi isso o que ela reteve. Mas ele convencendo-a, mostrando as pessoas todas que eles salvaram ao longo das quatro primeiras temporadas… aquilo foi lindo. E ele conseguiu chegar até a Máquina finalmente. “I AM SORRY”. Não teve como não adorar aquele final, ter a Máquina de volta. Viva e se recuperando, começando a ser alguém em quem podemos confiar novamente. E a equipe tendo um último momento de paz antes da grande guerra contra a Samaritan.
E que venha essa guerra, temporada promete!
Me arrepiou Mona contratando Jeffrey Blackwell.

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