Will Grayson, Will Grayson


O inteligente livro escrito em conjunto por John Green e David Levithan é uma das coisas mais gostosas de se ler que eu li na vida! Com esses dois autores fantásticos, o livro flui deliciosamente, as histórias são próprias para que nos identifiquemos, e as risadas são constantes! Eu ri demais com os comentários, com o vocabulário especialmente do will grayson, me apaixonei por personagens como Gideon (que nem parece o mais óbvio para se apaixonar, mas ei!) e me emocionei com cenas bonitas e verdadeiras, e com um final emocionante que não foi clichê… ELES INOVARAM! Eles fizeram um final muito bonito e repleto de possibilidades… que livro!
A história de dois Will Graysons é muito mais do que isso! Ironicamente parece que o protagonista do livro que se chama Will Grayson, Will Grayson é o Tiny Cooper, e cada autor o representou através de um ponto de vista diferente! Mas esse musical no final (que eu adoraria ver de verdade!) é meio que uma prova que quem realmente importa naquilo tudo é o Tiny… e que nome irônico, huh? Mas não, os Wills são também fantásticos! Amo aqueles dois de maneiras muito diferentes, e nosso sentimento por eles cresce ao longo do livro como se de fato conhecêssemos aqueles personagens, e eu sinto que sentirei muita saudade deles agora que o livro chegou ao fim…
Will Grayson e will grayson.
Essa idéia já me pareceu fantástica. O livro conta a história de dois rapazes muito diferentes e com praticamente nada em comum, que se conhecem por acaso em uma sex shop, na qual nenhum dois deveria estar. John Green e David Levithan dividiram a escrita do livro, cada um narrando a partir de um dos dois garotos, alternando os capítulos – sendo os ímpares de John Green e o Will Grayson melhor amigo de Tiny Cooper, mas silencioso; e os pares de David Levithan e o will grayson depressivo que não usa letras maiúsculas. Em momento algum! No começo parecia tão estranho ler sua parte toda em minúsculas, e nos dois primeiros capítulos me deu uma agonia tremenda, depois passou… e ao fim eu já estava todo acostumado.
O livro cresce. Ao contrário do que você pode pensar, não é um livro para gays. Não só. Conheço pessoas completamente apaixonadas pelo livro, e héteros. Will e Will não é uma história sobre gays, mas uma história com gays. E acho que Tiny Dancer reflete muito bem o que é o livro em si: uma história sobre o amor. Sobre o amor de Will Grayson por Jane, sobre o amor de Will Grayson por Tiny Cooper, que é a amizade mais bonita e verdadeira que eu já vi, e o amor de will grayson pela vida, coisa que ele está aprendendo a sentir aos poucos. É impressionante como esses personagens são profundos, beirando mesmo a realidade, e você passa a se importar com eles como se eles fossem pessoas de verdade… a leitura é simplesmente maravilhosa!
Gays? Impossível não pensar em nós mesmos ao lermos o livro! São dois pontos de vista muito diferentes. John Green narra Tiny Cooper, um gay expansivo, aparentemente muito bem com sua sexualidade, e que tem 17 ex-namorados. Citados. E David Levithan narra will grayson, um gay depressivo que não contou nada para a mãe, que fica recluso e escondido atrás de um computador e fantasias. Eu me emocionei particularmente na cena em que ele finalmente conta tudo para a mãe, e com a maneira belíssima como ela reagiu, que particularmente me lembrou muito a minha mãe. Parecia estar vivendo a minha vida novamente. Por isso o livro se torna tão significativo e tão importante… isso que o will grayson passa a sentir é muito verdade: a sensação de liberdade quando você aceita ser quem é, e não precisa mais se esconder de ninguém. Pode simplesmente ser você mesmo e falar o que quiser para qualquer um.
“Desculpe, Will acaba de me mandar uma mensagem. Está me contando sobre o almoço com esse novo amigo gay que fez. Sei que não é um encontro, já que é na cantina, mas ainda assim… Gideon. Ele parece gostoso. É incrível que Will esteja se abrindo tanto. Ele tipo saiu do armário pro mundo inteiro. Juro por Deus que acho que ele escreveu pro presidente dos Estados Unidos, dizendo: ‘Caro Sr. Presidente, eu sou gay. Atenciosamente, Will Grayson.’ Isso é de uma beleza fodida, Grayson”
Gideon :3
Me apaixonei por Gideon. Sem mais. Lindo, atencioso, simpático e consegue falar as coisas mais certas nas horas mais certas. O que seria de will grayson sem Maura, sem Tiny se não tivesse Gideon? Todas as cenas do fim do livro entre esses dois foi de uma amizade tão bonita e verdadeira que não tinha como não se emocionar. Belíssimo, e um final aberto de David Levithan que nos deixa cheios de possibilidades, e que nos fazem sonhar com o que quisermos. Foi tão mais real, tão mais verdadeiro que qualquer coisa – porque foi lento. Eu consigo ver will grayson e Gideon futuramente. Ah, se consigo!
Dá pra continuar o livro?
Não, não precisa, o fim foi aberto propositalmente para ser lindo! E infinito…
Amei particularmente a maneira como o livro foi escrito. Essa possibilidade de dois autores se alternarem na escrita foi inteligentíssima. E confere uma fluidez inexplicável à leitura. Porque inicialmente parece estarmos lendo dois livros distintos – John era uma coisa, David era outra. Completamente distintos; depois as histórias se entrelaçam, e percebemos o quanto os dois autores realmente estavam trabalhando em conjunto, e foi maravilhoso! Porque víamos duas escritas, percebíamos a mesma história sob pontos de vista diferentes, e era no mínimo curioso ler um Will Grayson falando do outro, por exemplo… ou as diferentes visões de Tiny Cooper e seu musical… então estávamos sempre ansiosos pelo próximo capítulo de um autor ou de outro, e portanto nunca queríamos parar!
Não dá para escolher um favorito. John Green e David Levithan parecem compartilhar uma escrita maravilhosa, indissociável um do outro – a grande magia do livro está nesse trabalho em conjunto, nas diferenças de narrativa, e em como ficou bom unido! Os Will Graysons são tão amplamente diferentes, que também não há um favorito. Eu amo o nervosismo do Will Grayson, a maneira como ele não fala as coisas, ou como seu romance com Jane é lindo (ou a banda, a caixa com o gato, e a visita às 21h47 não foram ótimas?), mas também amo o crescimento de will grayson, e como é bonito ver sua relação especialmente com a mãe – apesar de que a conversa com Maura, um mês depois, foi importantíssima. E me arrepiou!
Portanto… ambos fantásticos!
A mãe de will grayson, e o pai de Will Grayson.
O amor de Will Grayson por Tiny Cooper – o Will Grayson de John, aquele hétero, mas completamente sentimental, que ama Tiny Cooper antes de qualquer outro, porque como ele mesmo diz, um relacionamento você escolhe, uma amizade não; amigo você simplesmente é. Foi emocionante e bonito demais ver como eles se afastaram, e como ele sofreu com isso – suas lágrimas, seus momentos sozinhos no banco de reservas do campo de beisebol, e como foi naquele mesmo lugar que eles se acertaram. E ele pôde dizer ao seu melhor amigo que tanto ama: eu te amo. Porque para mim, o que há de mais bonito é esse amor entre amigos, que é de fato mais importante que qualquer outra coisa. É fascinante! Eles podem acreditar que não são os melhores melhores amigos que poderiam ser, mas é mentira – eles são sim! Todas as cenas do livro deixam isso muito claras, inclusive o musical de Tiny…
Tudo pelo o que aqueles dois passaram juntos! Como um sempre apoiou o outro, como um sempre foi muito bom para o outro! Will Grayson não existe sem Tiny Cooper. Tiny Cooper não existe sem Will Grayson. Will Grayson é uma lua, Tiny Cooper é um planeta.
E o musical? Bem, as audições para o musical foram extremamente engraçadas, e eu juro que pensei estar lendo uma versão escrita de High School Musical, de tanto que eu ri! Daí então eu começo a surtar ainda mais porque Ethan, o melhor até então, entra cantando uma música de O Despertar da Primavera. Vocês têm noção? Ele cantou SPRING AWAKENING! E depois Hazel Grace ainda entra cantando Rent? E no final, ele realmente pareceu um musical adorável que poderia estar na Broadway – apaixonante, grande e repleto de mensagens lindas, bem como o livro. Porque não é mais um musical sobre Tiny Cooper, mesmo que ele ainda seja o protagonista. Não, é um musical sobre o amor. E é absolutamente lindo!
E o que o will grayson faz no final?
APAIXONADO! Sério, apaixonado por esse livro!
O livro transborda naturalidade. Ao ler, as coisas não parecem forçadas ou exageradas, elas simplesmente parecem reais. E é assim que gostamos de ler. Porque vivemos coisas assim, porque gostaríamos de viver coisas assim – e esse vocabulário totalmente descuidado de ambos os autores, que falam de maneira adolescente sem pudor algum, que me levou às gargalhadas repetidas vezes! Tiny, posso roubar uma expressão sua? Esses dois autores são fabulosos! Eles realmente deveriam tentar mais alguma coisa em conjunto, porque funcionou incrivelmente bem. E eles ainda fazem uma alegoria interessante no meio do livro à maneira como eles criaram a história em conjunto: “E mais: pensei que teria tempo de gravar uma playlist pré-show na qual as faixas ímpares fossem punk rock e as pares temas de musicais”. Falar mais? Só leiam.

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