As Tartarugas Ninja


Uma diversão bacana.
Eu fui ao cinema com minhas expectativas não muito elevadas – e agora eu vejo que isso foi uma coisa inteligente a se fazer, pois me preveniu de qualquer decepção. As Tartarugas Ninja (um nome simplório em português, infelizmente, que deixa a piada das “tartarugas, ninjas, mutantes e adolescentes” sem sentido) era algo que eu assistia e gostava muito quando criança, mas que deixei de ver quando cresci, e portanto pouco me lembrava de qualquer coisa. Fui ao cinema mais numa tentativa de resgatar essa memória e ver como elas seriam reinventadas, e foi um filme bem simples.
O que não quer dizer que tenha sido ruim. Mas foi extremamente simples. A história bastante linear não trabalha com subtramas, e os personagens são pouco desenvolvidos. Ou você acha que conhecemos muito bem cada uma daquelas tartarugas apenas por as termos visto quando ainda eram muito pequenininhas? Ou que o vilão teve profundidade o suficiente por causa daquele começo pretensioso? Na verdade, parece muito com um filme de sessão da tarde, daqueles que te jogam piadas descaradamente na esperança de te fazer rir, e que você leva a família toda, com crianças, para assistir.
Mas eu gostei das referências.
As tartarugas ganharam uma origem de laboratório – e essa transformação tanto nos quatro como em Splinter já me lembraram O Espetacular Homem-Aranha. April O’Neil é a protagonista interpretada por Megan Fox que salvou a vida de quatro minúsculas tartarugas mutantes que viriam a se tornar as “tartarugas ninjas”, criadas por um rato também mutante nos esgotos de Nova York. Eu achei bonitinho vê-los crescendo com aquelas brincadeiras tolas e profundamente inocentes, e como isso foi utilizado durante o clímax do filme, e ficou bem interessante. E o momento em que cada um deles finalmente coloca sua máscara, realmente ficou muito legal.
Cada uma daquelas tartarugas age de uma maneira distinta, mas eles são basicamente paspalhões de filme de comédia. Aquele jeito ameaçador, o corpo maciço, e a aura de durões é apenas fachada, e eles são um bando de comediantes. Me diverti sim com muitas piadas. Michelangelo não é o grande mestre da piada no filme justamente por ser muito óbvio. Prefiro, por exemplo, a simplicidade e inteligência de Donatello, e a sensibilidade escondida de Raphael enquanto ele se declara aos irmãos dizendo que os ama quando pensa que está prestes a morrer. Leonardo, por algum motivo, acho que ficou o mais apagado dos quatro irmãos.
O filme é bem previsível e acaba muito parecido com O Espetacular Homem-Aranha, com o Andrew Garfield. Sério, aquele plano de jogar um gás tóxico do alto daquele prédio… só faltou dizer que era o “Ganali Device”, e eu me pergunto se foi proposital. Parecia que eu já tinha visto aquilo antes. De qualquer maneira, tivemos algumas piadas com “Não entendi o final de Lost”, “Hogwarts”, “Instituo Xavier” e “Talvez ela seja uma Jedi”, que eu particularmente adorei. O que importa mesmo é a diversão, e cenas como aquela do elevador na qual eles começam a fazer sonorização são o que realmente ficam em nossa memória… não é para ser levado a sério, de maneira nenhuma, mas é uma coisa divertida. Não é prioridade, de maneira alguma, mas eu verei a sequência, em 2016. COWABUNGA!

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P.S.: A cena de April tirando foto deles e o primeiro encontro. Aquilo ali foi bom!

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