Doctor Who 7x10 – Hide


Meu episódio favorito na temporada.
Hide foi um maravilhoso episódio que misturou gêneros de uma maneira inteligentíssima, resultando em algo grandioso. Tão repleto de conteúdo que eu tranquilamente chamaria isso de um filme, não me pareceu apenas 45 minutos de episódio, pareceu muito muito mais. Caliburn House, night four. November 25th, 1974. 11:04 p.m. O episódio começou como um suspense Supernatural muito interessante, com toda a questão do fantasma que assombrava a casa e tudo o mais…
Até a chegada do Doctor e da Clara. “Hello, I’m looking for a ghost” “And you are?” “Ghostbusters” foi ótimo, e eu achei que a chegada do Doctor acabaria totalmente com o estilo sombrio e creepy do episódio, mas felizmente me enganei. Mesmo dando sua personalidade à narrativa, com momentos irreverentes e tão encantadores, o episódio continuou com suas cores escuras, com os barulhos misteriosos pela casa e a tempestade caindo do lado de fora.
Mas também foi um episódio de tentar desvendar Clara, o real motivo pelo qual o Doctor se propôs a ir até ali: falar com Emma Grayling sobre ela. Quando um começa a desconfiar do outro, ainda incertos sobre quem eles são, descobrimos que a TARDIS não confia na Clara (a conversa entre as duas foi espetacular!), mas ao mesmo tempo notamos o quanto um se preocupa imensamente com o outro… como o desesperador momento em que o portal se fecha e vemos o Doctor preso no Universo Compacto… a determinação, raiva, desespero de Clara é palpável.
Certo, mas o episódio. O episódio vai se desenvolvendo muito bem, com aparições da tal fantasma regularmente, e aquelas fotos tiradas ao longo dos anos nas quais, bem notado por Clara, a fantasma aparenta estar sempre na mesma posição. Gostei da questão toda do lugar ficar gelado, dela se aproximando, dos barulhos pela casa, da Clara e do Doctor morrendo de medo, a correria – a primeira vez que a fantasma aparece para que o Doctor veja, implorando por ajuda. Sem contar que foi a primeira vez em que vimos aquele misterioso portal.
É o momento em que o Doctor sai, no meio do episódio, para uma inusitada viagem ao Ciclo da Terra que não me pareceu fazer sentido, além de colocar Clara e Doctor em uma situação pesada entre eles. Engano meu, já volto a isso. Mas foi ao mesmo tempo bonito e enigmático ver o Doctor visitando aquele tempo todo e tirando fotos… bem como foi triste ver as lágrimas nos olhos de Clara e ouvi-la questionar o Doctor: “We’re all ghosts to you. we must be nothing” – me partiu o coração vê-la enfrentando o Doctor daquela maneira, dizendo coisas realmente pertinentes das quais ele tentou se esquivar.
Deixado isso de lado, o Doctor retorna e explica: “She’s not a ghost… but she’s definitely a lost soul. Her name is Hila Tacorian” – uma pioneira da viagem no tempo presa em um Universo Compacto no qual um segundo para ela pode significar 100 mil anos para nós, o que explicaria as fotos ao longo dos anos, todas parecidas. E é impecável a maneira como o Doctor cria todos aqueles equipamentos e prepara Emma para que ela crie um buraco de minhoca que o leve até lá, e toda a angústia e sofrimento que provém dessas cenas… uma corrida contra o tempo, um suspense crescente, ótimas cenas, de verdade.
Eu gostei muito das cenas no Universo Compacto pela esterilidade do lugar, pela falta de cores, pelo estranho e assustador ambiente. Gostei de ver o desespero de Clara, os gritos de Emma, e mais do que isso, a vulnerabilidade do Doctor. É muito estranho vê-lo sem a gravata, vê-lo com pânico nos olhos, ouvi-lo dizer: “I am the Doctor. And I am afraid” – e talvez seja o momento em que a TARDIS finalmente comece a confiar em Clara, já que elas e Emma trabalharam todas juntas para poder trazê-lo de volta ao nosso universo, são e salvo.
E eu gosto das pequenas coisas que compõem a história de Doctor Who. Há muita coisa pequena, muito detalhe que vai sendo colocado aos poucos e que ficamos observando. Como por exemplo, a relação entre Clara e o Doctor, ainda tão cheia de mistérios – não sei que segredos Clara guarda, se guarda algum, mas o Doctor também não desiste de tentar descobrir isso (o que inclusive foi a causa de toda a viagem, mas a conversa com Emma deixa claro que ela é apenas uma menina comum, linda e inteligente, mais assustada do que aparenta). Enquanto em pequenos olhares o Doctor parece dizer o que não diz em voz alta, e ele é quite sedutor em vários momentos. “This isn’t a ghost story. It’s a love story” com o braço em volta dela foi ótimo!
E por fim, eu adoraria mencionar uma das coisas que mais me divertiu nesse episódio. Quando o Doctor chega até a casa, lá no começo do episódio, é claro que o Professor o questiona a respeito de sua identidade. “I’m the Doctor” dessa vez recebeu como resposta “Doctor What?” que me divertiu demais! “If you like”… simplesmente genial! O episódio estava ótimo, maravilhoso e envolvente, com uma história fantástica. Na próxima semana visitaremos o centro da TARDIS, e descobrir, quem sabe, alguns de seus segredos mais obscuros… enquanto a Clara e o Doctor parecem enfrentar mais um momento de questionamentos. Bem, ansioso pela próxima semana!

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