All That’s Known




All that’s known, in History, in Science
Overthrown, at school, at home by blind men

Aqui seria o plot da peça. Mas não se preocupem, não pretendo fazer grandes revelações sobre o roteiro para não estragar a surpresa daqueles que ainda não tenham visto a peça. Mas ainda assim, tem algumas coisas que eu queria comentar: primeiro, a peça é ótima, como vocês já estão cansando de ler por aqui. E tudo é tratado de maneira absolutamente perfeita, te faz pensar, te faz rir e te emociona… às vezes não dá para evitar lágrimas, e muitas vezes não dá para evitar gargalhadas. Spring Awakening é capaz de tudo isso…
Vocês vão entender vendo a peça. Algumas músicas, como My Junk, apresentam cenas tão divertidas (e por vezes quase ridículas), que você tem que rir, tem que admirar aquele momento de descontração na narrativa. E a sexualidade é bem evidente na peça (sendo seu tema central), então não é perfeito para crianças (devido a principalmente duas cenas, em My Junk e I Believe) – mas para adolescentes, jovens e adultos, a peça é quase uma obrigação…
Outras músicas, como Left Behind, mostram momentos tão melancólicos, tão sofridos, que você se pega com o coração pesado. É por isso que logo temos Totally Fucked, para nos aliviar um pouco. Spring Awakening tem uma grande distinção entre primeiro e segundo ato. O primeiro prepara todo o terreno para o segundo, mas de uma maneira um pouquinho mais leve e descontraída (sem deixar de lado os temas polêmicos). Já o segundo ato nos mostra que nem tudo é fácil e que sofremos muito. O segundo ato não é leve, o segundo ato não é descontraído. A gente passa por muitas cenas tristes, muito sofrimento, e a peça se finaliza com perfeição, passando sua mensagem e discutindo bem os seus propósitos.
Sabe aquele musical que quando acaba você se pega dançando? Bem, não é o caso. De maneira nenhuma. Ao fim de Spring Awakening você não sabe o que pensar. Quando assisti pela primeira vez, fiquei aqui, parado em frente ao computador, pensando: “Nossa…”. Estava de olhos arregalados, nem sabia o que fazer… até que me levantei, e fui para a sala, dizendo algo como: “Mãe, a Wendla…”, como se minha mãe ao menos soubesse quem era Wendla. Agora ela sabe, mas não sabia naquela época… não sei se vocês me entenderam, mas a emoção que Spring Awakening te passa não é aquela de pura alegria, mas de certa perda, e da necessidade de pensar… mas de uma coisa você está certo ao fim da peça: ela era ótima.

Abaixo, trouxe uma listinha com os principais personagens que vocês verão ao longo da peça.
Entre as meninas, temos Wendla, a protagonista, inocente e que se apaixona por Melchior. Não sabe de onde vem os bebês, e não recebe nenhuma explicação da mãe (Mama Who Bore Me); também temos Ilse, uma das melhores personagens, que sofreu demais na infância (The Dark I Know Well) e agora, tendo fugido de casa, vive meio sem rumo; Martha, personagem similar a Ilse, mas que não fugiu; e Thea e Anna, ambas personagens um pouco mais simples que as outras três.
Entre os meninos, temos Melchior, o protagonista, já mais conhecedor da sexualidade, tendo aprendido nos livros – também se apaixona por Wendla, e é um grande questionador do que julga errado (All That’s Known), gerando ótimas cenas na escola; meu personagem favorito, Moritz, problemático, e que sofre bastante – entre ir mal na escola, e não saber lidar com a sexualidade aflorando, ele passa por muitas coisas ruins, chegando a pedir ajuda a Fanny Gabor, mãe de Melchior; Hänschen, um pouco mais arrogante que os demais, mas um ótimo personagem (responsável por uma cena um tanto polêmica e extremamente divertida em My Junk), é ele que seduz Ernst, um jovem bastante inocente do grupo – os dois formam o casal pelo o qual o público (mesmo aqueles mais preconceituosos) começam a torcer; Georg, que se apaixona por sua professora de piano e Otto – responsável por sonhar com a própria mãe (mas o assunto é apenas brevemente mencionado, em um momento muito cômico que antecede The Bitch of Living).
E entre os adultos (sempre interpretados por apenas dois atores, um homem e uma mulher), temos Fanny Gabor, mãe de Melchior, Herr Gabor, pai de Melchior, Herr Stiefel, pai de Moritz, Fräulein Grossenbustenhalter, a professora de piano, Frau Bergman, mãe de Wendla, Herr Rilow, pai de Hänschen e os professores.

Mais uma vez, fica o convite: assistam à peça. Até mais!

I’m calling…
And one day, all will know!

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