Smash 1x10 – Understudy

“Never give all the heart”

Assistir a “Smash” é SE APAIXONAR MAIS pela série a cada revisita! “Understudy” é mais um excelente episódio dessa primeira temporada: é incrível como o roteiro se desenvolve, como retornamos para o musical sobre a Marilyn Monroe, agora oficialmente chamado “Bombshell”, e como podemos ver o crescimento dos personagens e da trama… finalmente, as coisas estão voltando a andar depois da recepção não tão calorosa do workshop – ou quase. Na verdade, Eileen convenceu todos a conseguirem uma estrela do cinema para interpretar a Marilyn, porque isso a ajudaria a conseguir investidores, mas Rebecca Duvall não aparece na primeira leitura do roteiro, e nem vai aparecer tão cedo: ela está em Cuba e seu voo foi cancelado. Então, como o título do episódio sugere, a equipe de “Bombshell” precisa escalar alguém que interprete Marilyn por ora…

E Derek escolhe Karen Cartwright… e, sinceramente, não podemos julgá-lo. Ivy poderia ter conseguido esse papel de substituta, mas ela se recusou a continuar no musical porque não queria ficar no coro, e desde o fiasco em “Heaven on Earth”, a coisas não estão lá muito boas para ela (inclusive, temos um momento musical lindo com “Breakaway” sobre isso) – então Karen é a escolha mais óbvia… mesmo que ela talvez não esteja preparada para isso. Karen foi rejeitada em um zilhão de testes porque “seu currículo era muito leve”, e sempre ficou muito claro, no musical da Marilyn, que ela é talentosa e promissora, mas sua falta de experiência na Broadway pode ser um empecilho. Não que passar o dia todo com o Derek gritando no seu ouvido seja algo muito bom. Por mais difícil que seja, no entanto, Karen está feliz com essa oportunidade.

Aos poucos, “Smash” está desconstruindo a relação de Karen e Dev – algo que eu sabia que ia acontecer, mas que ainda me entristece, na verdade… nos primeiros episódios, o personagem de Dev foi construído como um namorado quase perfeito: ele sempre confiou no talento de Karen e sempre lhe deu toda a força que podia… agora, no entanto, o roteiro está tentando desviar o personagem em outra direção, e consegue fazer isso muito bem. Ele não é parceiro o suficiente quando Karen chega em casa depois de um dia estressante de ensaios, e se exalta quando fica sabendo sobre o que Derek fez (embora eu tenha que concordar com o Dev que assédio sexual é algo gravíssimo, então sua reação nem foi das piores, convenhamos), mas os caminhos de Dev e Karen estão mesmo prestes a se separar quando ele vê a oportunidade de trabalhar na Casa Branca.

Quando os sonhos colidem, um deles vai ter que abandonar o seu?

Ou cada um segue seu caminho?

Derek, por sua vez, passa por uma “transição” durante o episódio, inusitadamente com a ajuda de Ivy. Ele começa o episódio extremamente grosseiro (o que é típico de Derek, sempre soubemos que ele era assim), fazendo inclusive com que o pessoal do ensemble aposte no destino de Karen (apostam que ele vai fazê-la chorar ou que ela vai ser despedida, por exemplo), mas Ivy comenta algo sobre como Karen é inexperiente e como Marilyn também era, e os diretores que mais conseguiram tirar algo de Marilyn foram aqueles que a trataram bem… é chocante para toda a equipe criativa presente, no entanto, ver o Derek “tratando alguém bem”. Gosto muito da cena na qual Karen se impõe e Derek acaba “vendo a Marilyn” nela, e até da cena na qual ele vai à sua casa para dizer que Rebecca Duvall chega no dia seguinte e pedir desculpas pelo episódio do apartamento.

Ivy, por sua vez, tem seus próprios planos, é claro… não é nada excessivamente traiçoeiro nem nada, então eu não a julgo: ela está bancando a boa moça para mostrar que ela “merece uma segunda chance” e conseguir retornar para “Bombshell”, nem que seja no ensemble – afinal de contas, ela sabe que se estivesse lá, ela teria sido escalada como a substituta de Rebecca na ausência da “estrela de cinema”. Inusitadamente, mesmo que ela esteja apenas “bancando a boazinha”, foi gostoso acompanhar uma Ivy que é menos maldosa, e embora ela e Karen não precisem ser grandes amigas nem nada, Ivy sendo legal com a Karen meio que nos remonta à sequência maravilhosa do episódio passado, quando as duas beberam juntas e foram cantar no meio da Times Square – e, diga-se de passagem, arrasaram em uma das melhores cenas de “Smash”.

Julia, por sua vez, continua lidando com o fato de que Frank saiu de casa e não atende aos seus telefonemas, e isso acaba interferindo em sua relação com Tom, que não sabe de nada. Foi muito triste ver a “celebração do aniversário” deles (inclusive, um ritual muito bonitinho dos dois!) sendo manchada por uma atitude de Julia que acaba magoando o Tom e várias outras pessoas, mas é lindo ver o Tom a acolhendo quando descobre o que aconteceu e por que ela está agindo assim, e ver a Julia falar que não tinha contado para ele porque, enquanto não contasse, “era como se não fosse verdade”. Abro parênteses para comentar a cena maravilhosa do Tom cantando “Don’t Say Yes Until I Finish Talking” (Christian Borle é incrível, amo assisti-lo e ouvi-lo em “Legally Blonde”), e a cena tristinha, mas sensata, na qual John Goodwin termina com ele.

Vou sentir falta de ver o lindo do John, mas Tom e Sam de fato têm química.

Eileen, enquanto isso, continua lidando com uma série de problemas no musical – ela conseguiu investidores em potencial, é verdade, mas eles estão mais interessados em investir em Rebecca Duvall do que investir no musical em si, e o atraso de Rebecca está gerando um desconforto tremendo e comentários revoltantes sobre como “Jerry nunca os faria passar por isso”. FELIZMENTE, no entanto, Eileen consegue uma alternativa inesperadamente com Nick, o bartender com quem ela anda flertando, porque ele conhece um cantor famoso, muito rico, que gosta de investir em produções e que “não precisa de dinheiro”: Randy Cobra. Foi incrivelmente satisfatório assistir à Eileen dispensando os outros possíveis investidores e a queima dos contratos, porque ela não precisa mais deles… agora, talvez tenha chegado a hora de o musical caminhar?

“Bombshell” tem um longo caminho pela frente, é claro, e a presença de Rebecca Duvall não é lá tão promissora, convenhamos. Rebecca é interpretada por Uma Thurman, uma participação incrível e impressionante em “Smash”, mas foi preciso apenas dois segundos de tela para percebermos que ela vai dar trabalho – vai se comportar como diva, ser tratada como diva, e tem ainda menos experiência que Karen em teatro musical… e, certamente, menos interesse em aprender do que Karen, na verdade. Karen continua no papel de Marilyn Monroe como substituta até a chegada da estrela de cinema, e interpreta “Never Give All the Heart” de maneira lindíssima… talvez a própria Ivy tenha que reconhecer isso, quando chega para fazer parte do ensemble e vê Karen cantando, mas a sua expressão, na verdade, é bem difícil de decifrar.

Agora, “Bombshell” entra em outro momento! E vamos lá!

 

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