Doctor Who 7x11 – Journey to the Centre of the TARDIS


O mais complexo e bonito episódio da temporada. Como os produtores prometeram há muito tempo, teríamos um episódio centrado especialmente na TARDIS e um pouco de seus segredos, além de uma revisita às suas origens para desmistificar um pouco o lugar, e deixá-la mais natural e assombrosa do que o lugar aconchegante em que tinha se transformado de uns tempos para cá. Foi um episódio maravilhoso capaz de fazer tudo isso além de apresentar belíssimas cenas profundas entre o Doctor e a Clara.
E segredos.
O episódio começa com o Doctor convencido de que precisa que a TARDIS e Clara gostem uma da outra, mas sem muito sucesso em sua missão, ele pede que ela a pilote por um tempo. O que resulta em um perigosíssimo acidente que além de liberar o Doctor em um lugar desconhecido com pessoas desconhecidas, parece ser o início de mais um episódio comum em Doctor Who. Mas no momento em que ele se dá conta que a Clara ficou perdida dentro dos “restos” de sua nave, a aventura e a preocupação começa.
Se a intenção era desmistificar a TARDIS, parabéns. O episódio assumiu, a partir desse ponto, um tom bastante escuro de confronto e mistério. Corridas em labirintos sem fim enquanto a própria TARDIS agonizava, sem contar os monstros zumbis loucos por sangue, nas profundezas da nave. Foi uma longa sequência de corrida contra o tempo, agonia, cenas sombrias e muito suspense. Maravilhoso. Além de um desespero palpável em um Doctor mais uma vez vulnerável; e também o momento em que eu o senti mais vulnerável do que nunca, que foi tendo seus segredos revelados.
Enquanto sozinha pelos misteriosos corredores da TARDIS, Clara se deparou com a inusitada biblioteca que continha até mesmo uma enciclopédia em garrafas, mas a mais interessante de todas: o livro “The History of the Time War”, na qual ela descobre várias coisas que todos os fãs de Doctor Who anseiam e refutam saber. Um delicioso sentimento paradoxal que apenas os maiores fãs da série entenderão. Mas só eu sei o quanto eu segurei a respiração em “You call yourself The Doctor. Why do you do that? You have a name, I’ve seen it” – foi um momento em que eu realmente gritei e tentei conter a emoção e ansiedade dentro do meu coração saltitante.
Bem…
O Doctor pode ter se aventurado com as pessoas erradas ao entrar na TARDIS com seu plano esquisito de salvar a Clara, mas só graças a ele que as coisas melhoraram na vida daquelas pessoas que queriam o poder e a glória. Ainda não consigo parar de acreditar que ter roubado aquele circuito foi uma das principais coisas que causaram tudo aquilo. Mas não foi apenas salvar Clara que o episódio fez, porque depressa o Doctor conseguiu se reunir a ela, mas mais do que isso era se salvar dos monstros zumbis e salvar a TARDIS – e foi aí que começou a viagem ao centro da TARDIS.
Posso dizer que eu amei os ecos de todas as maneiras que esse episódio apresentou? Primeiramente os ecos da sala de controle, teoricamente o lugar mais seguro da nave, o qual ela reproduz para salvar as diversas pessoas em ecos distintos. Mas depois ainda o eco do passado por causa da tal fenda temporal, aquele que nos permitia ver e ouvir Claras e Doctors de outros tempos, falas repetidas, tudo vago e fantasmagórico, no estilo noir do episódio. Perfeito. E o inteligentíssimo eco do futuro que me arrepia até agora apenas em pensar nessa possibilidade.
O Eye of Harmony, um dos mais clássicos mistérios da cultura whoviana. Ele me pareceu diferente de tudo o que já vimos, e com um sorrisinho em me lembrei de como ele foi retratado lá no filme do oitavo Doctor… consideremos a diferença da época, huh? Além disso, também foi maravilhoso ver o Doctor em seus momentos de desespero e de pensar que tudo estava acabado, fazendo perguntas interessantíssimas a Clara que continuam sem respostas, coisas que ansiamos por ver!
“You died again”. Quando o episódio se aproxima do fim e Doctor e Clara estão no abismo, temos a melhor sequência com Clara como companion, na qual o Doctor faz uma nova tentativa de entendê-la e a confronta a respeito de suas mortes e suas duas identidades anteriores – “WHAT ARE YOU? A TRICK? A TRAP?” foi absurdamente forte e intenso. Os dois estão de parabéns nessa cena, abusando da emoção e convencendo-nos da importância do momento. E depois ainda tivemos aquele belíssimo coração da TARDIS (meus olhos brilharam a ponto de quase chorar de emoção) e o conceito todo de fenda temporal que me fascinou…
É realmente uma pena que Clara não se lembrará desse dia para o resto de sua vida, mas talvez seja melhor dessa maneira porque assim ela nunca ficará tentada em usar o verdadeiro nome do Doctor. E isso tudo me deu esperanças de que The Name of the Doctor no fim da temporada não NOS revele o nome dele, apenas a alguns dos personagens… porque descobrir o nome do Doctor é a coisa que os fãs menos querem! Mas foi maravilhoso acompanhar esse episódio, ver as descobertas de Clara, entender um pouco da TARDIS, temer pelo futuro… maravilhoso!

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