Primeiro Capítulo de Chiquititas Brasil (28 de julho de 1997)


QUE COISA MAIS EMOCIONANTE!
Eu sabia que precisaria assistir pelo menos a alguns episódios de cada temporada para poder escrever meus textos enquanto relembrava de coisas importantes, mas depois de ver o primeiro capítulo da nossa versão de Chiquititas, lá de 1997, tudo o que eu consigo pensar é: “Quem me dera ter mais tempo para ver tudo de novo!” O que no começo parece apenas sua criança interior matando saudades desses momentos fantásticos que tivemos na infância, no Orfanato Raio de Luz, acaba se apresentando uma experiência maravilhosa. Eu ri, eu me encantei novamente com essas garotas, eu percebi coisa que nunca tinha percebido antes… e eu quase chorei.
O primeiro capítulo de Chiquititas é uma grande apresentação dessas personagens, mesmo que algumas ainda não assumam os importantíssimos papéis que assumirão no futuro. Não dava para dizer, ainda, o quanto amaríamos a Carolina como uma espécie de mãe dessas garotas; não vimos nem um pouco de Pata… mas conhecemos as garotas do Raio de Luz, fofas e encantadoras. Vendo como um adulto, a interpretação das meninas parece muito forçada especialmente na primeira cena, no quarto. Depois de alguns minutos você realmente esquece isso e passa a aproveitar, porque é impossível não se render aos encantos dessas [a princípio] seis garotas! Tão absurdamente carismáticas que a vontade que temos é de correr e abraçá-las…
E agradecer por toda nossa infância.
Como muita gente deve recordar, o primeiro capítulo gira em torno do aniversário de 10 anos do Raio de Luz, e o bolo que o Chico faz para comemorar essa data. Como as meninas acabam destruindo o bolo e tentando fazê-lo de volta, o que não dá nada certo, o Chico acaba humilhado por Carmen e despedido – e o capítulo será uma tentativa de mantê-lo no Orfanato das maneiras mais bonitas possíveis que contam inclusive com um primeiro encontro de Mili com seu tio que, convenhamos, foi muito emocionante! A maneira como ela o aborda enquanto ele está chorando, e como sem falar nada eles conversam por uma rápida troca de olhares… me deixou arrepiado!
A icônica cena do bolo é talvez a memória mais antiga que eu tenho de Chiquititas. É aquela coisa simples e infantil do desejo de olhar para o bolo, de não se contentar com isso e acabar comendo-o, e da tentativa de Mili de salvar o bolo que vai ao chão. “Fomos todas nós!” A cena das meninas refazendo o bolo é um dos ápices da novela, porque é tão bobo, infantil e ao mesmo tempo tão natural! Era por isso que assistíamos… porque parecia natural e divertido, porque as meninas pareciam estar vivendo aquilo de verdade, e era muito gostoso! E depois, graças à grande sujeira que essa empreitada causou, ainda temos Até Dez que, por muito tempo, foi minha música e clipe favoritos! COMO EU ADORAVA AQUELA CENA!
E tem o avental delas enquanto elas cozinham…
Mas o que mais me fascinou, foi ver que, diferente do que quando crianças observamos, a novela não é necessariamente infantil! Assuntos muito sérios são tratados, e a própria maneira como essas crianças vivem é sofrida. Quando elas comentam, sobre a demissão do Chico: “Quem se importa com o que a gente fala? Somos órfãs, entende?”, isso realmente me tocou! Bem como a maneira como a Carmen fala com elas… ou como o Chico chora ao se despedir, como as crianças sentem isso, e como a Mili, determinada e muito correta, tenta falar com o senhor José Ricardo para resolver essa situação… que é quando ela se depara com Júnior, que ainda não sabe que é seu tio, mas é uma cena e tanto! Agora como não se encantar com as cenas como as meninas confessando a culpa para dona Emília, ou o emocionante reencontro de Chico com Júnior que, confesso, fez lágrimas se juntarem em meus olhos!
Por outro lado, além das cenas no Orfanato e das fofas dessas meninas, a novela vinha cheia de história, e muita coisa que agora eu entendo a razão de minha mãe também gostar tanto de assistir! Carolina e a mãe de Dani com toda a história da fábrica é uma grande representação da realidade social, e traz a relação trabalhista de maneira inteligente. Como a fábrica vendida exige que elas peçam demissão para depois serem recontratadas, desse modo abrindo mão de qualquer direito como FGTS. É uma coisa absurda e ridícula, e uma discussão adulta que as crianças não entendiam em 1997, mas que estava lá… por isso a novela deu certo com tanta gente, de quase qualquer idade!
Uma profundidade emocional gigantesca é garantida pelo retorno de Júnior, que tem todos seus problemas com a família, e descobre da pior maneira possível que a irmã Gabriela, a única da família que ainda amava profundamente, está em um estado de choque, completamente perturbada sem reconhecer ninguém há 12 anos. Precisamos reconhecer que são cenas fortes. Temas sérios que a novela abordava bem, e a fazia não parecer exclusivamente infantil – mas que, ao mesmo tempo, talvez tenha ensinado muito a crianças de toda uma geração, que cresceram convidadas a pensar acerca de temas como esses, e enfrentar abandono por exemplo. Mesmo as crianças não viviam sempre felizes, mesmo a Tati não era aquela fofa incorrigível o tempo todo…
Não me diga Mentirinhas, dói demais!
O carisma dessas meninas que nos conquistaram depressa e viveram para sempre em nossos corações é praticamente inigualável. Claro que tem toda a carga emocional que nós trazemos conosco ao rever Chiquititas atualmente, mas eu realmente acho que seria algo que eu acompanharia atualmente… porque vale muito a pena! Os capítulos, mesmo com qualidade bem ruim, estão todos disponíveis no Youtube. E pode parecer que não, mas depois que você assistir a um inteiro, você se vê novamente tão envolvido por esses personagens e histórias, que você não vai querer parar. Vai desejar ter mais tempo para que possa assistir toda a novela de volta, não apenas os “melhores momentos”. Que tal? Olha o primeiro capítulo aí!


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