The Awakening of Spring


The Awakening of Spring é o título de um filme estadunidense de 2008, baseado na peça original escrita por Frank Wedekind em 1891. O filme não é uma adaptação da versão musical de 2006, apenas para deixar claro. Assim, não temos nenhuma música (apenas um flautista irritante) e o que importa é apenas a história – que em muitas aspectos ficou muito mais próxima do original do que o musical.
Eu gostei do filme. Nunca o tinha assistido, mas sempre tive certa curiosidade. Gostei de como o filme foi feito, tudo em um estúdio, tudo fechado, sem cenários – que é o que eu digo de Spring Awakening: é um musical quase sem cenários, é tudo bem simples. E nesse quesito, o filme The Awakening of Spring se assemelha bastante a esse tipo de peça – a diferença é que a sala é (em quase todas as cenas) bem clara, quase cansativa às vezes. Mas eu gostei bastante da simplicidade.
Um dos defeitos foram o flautista. Aquela flauta era bem irritantezinha, e desnecessária. E os nomes dos personagens, infelizmente, foram alterados, para deixá-los mais “americanos” – Melchior virou Michael, Moritz virou Matthew e Wendla virou Anne. Além de alguns outros nomes que foram mudados, infelizmente. Mas tirando isso, até é bem interessante. Ainda gosto mais do musical, mas o filme é legal. E para quem já conhece e [como eu] já é fã do musical e da história criada por Frank Wedekind, o filme é praticamente imperdível. Nem que seja apenas a cargo de conhecimento, aconselho-o a assisti-lo… e ele é bem interessante!
Clique em “ler a matéria na íntegra” para ler todo o meu texto, que contém spoilers, e alguns assuntos que talvez nem todos se sintam à vontade para ler. Até mais!

[CONTÉM SPOILERS]
Gostei bastante de Jesse Lee Soffer interpretando Michael (Melchior), achei que ele foi um bom ator. Foi um Michael de quem aprendemos a gostar, e era um Michael muito parecido com o Melchior que conhecemos. Tivemos ótimas cenas com ele – como suas conversas com Moritz, seus sorrisinhos malandros, tudo muito bom, uma ótima interpretação. O ator fez um ótimo trabalho, e conseguiu não me desapontar. Uma pena que não podemos ver se ele tem uma boa voz para cantar também...
Carrie Wiita interpretou Anne (Wendla), e também fez um bom trabalho. Tivemos uma garota inocente, que não sabia de onde os bebês vinham e querendo usar um vestido que sua mãe não aprovava. Mas parece que essa Anne aparece bem menos que a nossa velha Wendla… ainda assim, é uma boa personagem, mas que aqui não tem uma briga com a mãe, e quase não tem importância na cena final, com Michael (o papel fica apenas para Matthew) – e sobre a cena em que ela e Michael tem sua relação, isso foi bem diferente. Gostei da cena, mas foi (apesar de conter um pouquinho mais de nudez) uma cena muito mais romântica, e ela não foi uma Anne relutante, ela simplesmente foi no embalo, não como Wendla – e não como no original escrito por Frank Wedekind, que é ainda pior do que no musical…
E por fim, Javier Picayo interpretou Matthew (Moritz), e eu não sei bem o que dizer dele. Sempre digo que Moritz seria o personagem mais difícil de se interpretar, mas isso seria no musical. Apesar de no geral as dúvidas e os problemas do personagem serem os mesmos, ele parece um personagem bem diferente. Assim, o melhor personagem do filme, para mim, fica sendo Michael; mas Matthew também é legal (só não nos encanta tanto quanto no musical). E aqui ele tem sua revolta antes da morte um pouco diferente, e morre pelado… uma pena que Michael não tenha dito nada no enterro. Gostei da última cena, em que ele faz todo o trabalho de tentar levar Michael com ele, dizendo que é bom depois da morte… tudo só porque queria ter o amigo ao lado mais uma vez. De certa maneira é muito bonito, e antes que alguém reclame que isso “não tem nada a ver com a peça”, digo que no original de Wedekind era bem mais parecido com isso do que foi no musical…
De certa maneira, acho que o filme acaba mais bonito. É uma cena bonita quando todos os personagens andam em volta de Michael, o confundindo, enquanto Matthew continua dizendo: “Give me your hand, Michael” e Anne diz: “Come with us, Michael”, e então Michael diz que ainda tem muito o que fazer, e acaba ficando, pedindo perdão para os dois. É uma cena bem triste e ainda assim muito bonita, então eu gostei do final…
Outras duas coisinhas que gostaria de comentar: primeiro, a cena da masturbação de Hänschen (que também mudou de nome nessa versão, mas não me perguntem o nome dele no filme), que ficou muito mais dramática e menos cômica no filme (ou seja, bem próxima da original) – não tem nenhuma piadinha com mão direita ou esquerda, nem interrupções do pai, mas apenas o personagem rasga a foto de Desdemona, chora e depois de uma grande parte do monólogo igual ao musical, ele sai correndo. É uma cena bem diferente, mas interessante.
E também a cena em que Michael está no reformatório. Tivemos uma cena bem mais forte do que o que temos no musical. No musical, entendemos bem a “brincadeirinha” dos garotos, e também temos Melchior apanhando e toda aquela questão, mas no filme, estamos com uma cena bem mais vívida e bem mais real de toda a situação… essa é a terceira cena de nudez do filme, mas tudo de uma maneira artística e não pornográfica.
O filme é bem interessante, e para quem é fã da história de Spring Awakening, é uma boa idéia – eu gostei, me diverti e me senti bem ao fim do filme. Mas ainda gosto mais da versão musical da Broadway… se você ainda não viu nenhuma versão, te aconselho a começar vendo o musical, mas para quem já é fã, acho que o filme é uma experiência imperdível também, mas não encontrei nenhuma versão legendada, sinto muito. Até mais!

Comentários

  1. Amo muito o musical e assisti principalmente pela Lea, já que em relação a Glee sempre gostei mais de Finchel(Finn e Rachel). A história é muito boa, e eu tinha lido no Wikipédia algum tempo antes de assistir um resumo da história, me apaixonei de principio e uma das partes mais emocionantes, em minha opinião, é quando Melchior recebe a carta de Wendla, assim então então indo a seu encontro, e descobre toda a tragedia envolvida na história.

    ResponderExcluir

Postar um comentário