Heated Rivalry 1x03 – Hunter

“He deserves the best. He deserves sunshine. And so do you”

O ROMANCE DE SCOTT HUNTER E CHRISTOPHER/KIP. Exibido em 05 de dezembro de 2025, “Hunter” é o terceiro episódio da primeira temporada de “Heated Rivalry” e eu só tenho uma única reclamação a seu respeito: eu queria que ele fosse o piloto de um spin-off inteira e exclusivamente dedicado ao romance de Scott e Kip. Eu amei tudo a seu respeito, até mesmo a velocidade do que, em uma série independente, poderia ter sido espaçado em diferentes episódios, e acho que a série conseguiu se sair muito bem com o tempo que tinha, contando uma história contida e que, felizmente, ainda não está finalizada – e embora eu fale sobre como assistiria uma série protagonizada por Scott e Kip (e assistiria!), eu entendo a sua importância para a história de Ilya e Shane.

Scott Hunter é um companheiro de hóquei de Shane Hollander – alguém que Shane nem imagina que também é um homem gay. Devido à sua carreira no esporte, no entanto, Scott vive no armário, o que traz alguns elementos interessantes para o episódio, bem como o principal dilema para um romance que começa intenso, com flertes gostosos de se assistir, e se desenvolve depressa ao longo de alguns meses fadados a terminarem enquanto as coisas não puderem ser diferentes… não é nada necessariamente revolucionário, mas funciona muito bem, e eu não posso negar que François Arnaud e Robbie Graham-Kuntz são dois homens lindíssimos que abrilhantaram a minha tela. Teve interesse, teve tesão, teve romance… e teve sua parcela de dor e sofrimento.

A história de Scott e Kip começa na Straw+Berry, o lugar onde Kip trabalha como barista, preparando smoothies – e, para Scott, ele faz um especial com banana. Eu gosto de como, desde o primeiro momento, há algum reconhecimento e interesse mútuo, que envolve também aquela fase do flerte em que estamos tentando ler a outra pessoa e entender se ela também é queer e se ela está interessada. Sim e sim. A primeira ida de Scott Hunter ao Straw+Berry não dá a Kip nenhuma informação a seu respeito a não ser que ele é um homem muito bonito e potencialmente interessado, mas o próximo cliente chega falando sobre como “aquele era o Scott Hunter, jogador de hóquei” e, subitamente, Kip se torna alguém interessado em assistir aos jogos e ler as notícias…

No dia seguinte, Scott aparece novamente – escancaradamente apenas para ver o Kip, deixar claro o interesse… e eles ficam algum tempo nesse jogo, no qual Kip diz à amiga que “ele provavelmente nem é gay”, apenas porque não quer se permitir uma ilusão… mas ele também tenta estar sempre presente para a próxima aparição de Scott, que vai em busca do “smoothie especial” a cada dia de jogo, como um novo ritual. Até o dia em que Scott fica para tomar o smoothie ali mesmo ao invés de levá-lo embora, e os dois compartilham a primeira conversa mais longa, que envolve um assunto sobre preparação para a temporada de jogos e o não fazer barba, e quando Kip pensa que tudo pode estar indo por água abaixo, Scott o convida para assistir ao jogo dele naquela noite…

É uma espécie de “primeiro encontro”, embora ele esteja na arquibancada com a amiga e o Scott esteja trabalhando… eles voltam a se encontrar dias depois, sem planejar, quando Kip está trabalhando em um evento de gala como garçom e, por chegar atrasado e excessivamente afobado, ele acaba esbarrando em alguém e derrubando uma bandeja inteira de comida – e esse “alguém”, é claro, é o próprio Scott Hunter. Gosto da ousadia do flerte em público, da piscadinha convidativa, o convite direto para sair dali e comer alguma coisa quando eles saírem… e de como tudo parece funcionar à perfeição quando eles vão a um restaurante de comida mexicana, mas a fila está muito grande e Kip se pergunta se vale a pena esperar ou se esse é o fim dos planos e tudo o mais…

Scott o convida para “pedir comida para entrega”.

Não vou negar: estava ansioso para vê-los no apartamento de Scott. E QUE CENA DELICIOSA! Como eu disse, os atores são incrivelmente bonitos, e ver o Scott sem roupa pela primeira vez… é uma visão de tirar o fôlego – entendo perfeitamente o Kip no “Or. I pick ‘or’”. A cena da primeira noite de Scott e Kip é breve, mais breve do que as cenas que vimos de Ilya e Shane nos primeiros episódios, mas também é repleta de tesão, vontade e entrega… gosto muito dos detalhes do Hunter beijando o corpo perfeitamente desenhado de Kip, por exemplo. A grande diferença para o casal protagonista da série é o romance… aqui, além do tesão e do desejo, há também o cuidado, a conexão escancarada, o romance mais poético que funciona muito bem para eles…

“Can you stay?”

“Yeah”

“Then stay please”

Acho que esse é o primeiro elemento que torna a história paralela de Scott e Kip tão importante para a trama de Ilya e Shane, porque proporciona a audiência esse contraste bem-vindo: depois de eles terem transado, enquanto Kip está se vestindo para ir embora, Scott pergunta se ele pode ficar e, quando recebe uma resposta afirmativa, ele pede que ele fique. Na manha seguinte, ele desperta levemente assustado ao ver a cama vazia ao seu lado, até ouvir o barulho do liquidificador e perceber que Kip ainda está ali, preparando um smoothie para ele – quase como se eles já fossem namorados há sabe-se lá quanto tempo. Talvez não muito, é verdade, já que existe também aquele desejo de transar o tempo inteiro, aquele gostinho de novidade, a vontade de impressionar…

“Can I fuck you?”

“Absolutely”

Há também, um quê de “emoção”. Scott não demora para convidar Kip a ficar ali com ele por mais tempo… quanto tempo ele quiser, para sempre se for o caso. Ele nunca viveu nada como aquilo naquela intensidade, com aquela vontade, mas ele quer que Kip esteja ali quando ele voltar de um treino ou de um jogo importante, por exemplo… ele quer abrir a porta de casa e ter alguém para recebê-lo. O problema, no entanto, é que ele está no armário, e ele pretende continuar no armário indefinidamente, pelo menos até ele “se aposentar do hóquei”. É uma sinceridade curiosa que encontra aceitação de Kip porque, naquele momento, ele não entende o quanto isso o afetará no futuro, ele não entende o conflito entre querer estar com Scott, mas não querer ser um “segredo”.

Isso começa a vir à tona na exposição de um artista de quem Kip gosta, na qual ele vai com Scott para comprarem um quadro para a sala deles… e Scott imaginou que “conseguiria fazer isso”, mas ele está praticamente “disfarçado”, e age como se precisasse se esconder. Ele tem uma espécie de crise do pânico e acaba voltando para casa correndo, e depois pede desculpas para Kip por ter achado que conseguiria fazer isso e não ter conseguido – Kip diz que “está tudo bem”, porque ele quer que esteja, mas o próprio Scott sabe que não está e diz isso. E é algo que Kip só começa a entender concretamente quando Scott sai em viagem para jogos que não acontecerão em casa, e ele tem a chance de conversar com a sua melhor amiga, Elena, sobre o que eles estão vivendo…

Elena é quem abre os olhos de Kip para a sua infelicidade – e não é porque ele não ame o Scott, ou porque o Scott não o ame ou não seja uma pessoa incrível… mas toda a história de viver no armário e de se esconder de todo mundo, com sua família e seus amigos não podendo saber sobre sua relação, é difícil. Quando Scott retorna, Elena faz questão de conversar pessoalmente com ele, sobre suas intenções com o seu amigo… ela fala sobre como Kip é louco por ele, mas está terrivelmente infeliz. E quando Kip convida Scott a comparecer ao seu aniversário, apenas como um amigo, que seja, e Scott diz que “não pode”, ambos percebem que isso não vai dar certo – pelo menos não assim, não agora. Então, eles colocam uma pausa no que estavam construindo…

Ganhamos duas cenas igualmente tristes na conclusão desse episódio: primeiro quando Kip retorna para casa depois de tanto tempo sem visitar o pai e, sem explicar nada para ele, ele o abraça e chora; depois, quando Scott assiste do lado de fora do bar, à celebração do aniversário de Kip com os amigos. Não acho que esse seja o fim da história de Scott e Kip, e não pode ser, porque eles precisam encontrar uma maneira de fazer funcionar… e espero que isso signifique crescimento, reconhecimento e liberdade para ambos. Sei que “Heated Rivalry” é a história de Ilya Rozanov e Shane Hollander, e estou ansioso para encontrá-los novamente no episódio da semana seguinte, mas também estou curioso para o que o roteiro guarda para Scott Hunter e Kip.

 

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