Hércules (2014)


Não era o que eu esperava.
O que não quer dizer nada, além de que eu fui ao cinema esperando um tipo de filme e ganhei outro, mas enfim. É um filme extremamente rápido que abusa da guerra medieval, com boas cenas de ação e efeitos especiais muito bacanas na grande maioria das cenas. Quando o filme começa com uma narração exaltada (que é logo explicada) sobre a lenda de Hércules, eu confesso que minha primeira sensação foi de decepção – porque aquela citação à batalha contra a Hidra e o Leão de Neméia foi tão rápida que eu queria me estender mais, muito mais naquelas cenas. E ver, realmente, os 12 Trabalhos de Hércules sobre os quais eu cresci lendo e ouvindo falar.
Mas não é isso o que o filme nos oferece. Ele não chega realmente a deixar de lado a Mitologia Grega, mas a trata como um mito do começo ao fim. “Supostamente” Hércules era filho de Zeus, e por isso Hera, enraivecida da traição do marido, faz de tudo para destruí-lo, e como prova final lhe propõe doze trabalhos, ao término dos quais, caso ele ainda esteja vivo, ela vai finalmente deixá-lo em paz. A força sobre-humana de Hércules não é atribuída ao parentesco com Zeus, que nem existe de fato, e os 12 Trabalhos não foram designações de Hera, não mais do que “simples” missões que ele enfrentou, e a lenda os aumentou significativamente, tornando-o o que ele é no momento em que o vemos no filme.
Faz sentido, e é tudo muito legal. Eu ainda espero um bom filme que abuse da Mitologia Grega e coloque toda a história de Hércules como a conhecemos, mas eu adorei a inovação. Hércules é um poderoso mortal, decidido, ótimo líder e um mercenário. Em suas diferentes missões ele reúne um grupo de pessoas que lutam a seu lado, além de seu sobrinho – esse encarregado de contar as histórias exageradas das façanhas do tio no intuito de assustar os inimigos. Não que de fato elas os assustem, mas mesmo assim o sobrinho é um dos personagens mais divertidos de acompanhar, por todas as cenas mais absurdas na qual ele não pára de falar.
Ah, mas aquele que nunca morre também…
Temos então um John Hurt interpretando um rei que dá a Hércules o trabalho que guiará todo o filme: vencer uma guerra para ele. É impossível ver o John Hurt, escutar sua voz, e não pensar no War Doctor, então eu fiquei todo nostálgico, pensando no Aniversário de Doctor Who, e isso meio que interferiu em tudo… mas voltando ao rei, não podemos dizer que tivemos muita inovação nessa parte. Foi tudo bastante previsível e seguiu uma fórmula pronta na qual Hércules ajuda uma batalha a ser vencida, descobre que estava lutando para o lado errado, e precisa então consertar aquilo que começou… muita guerra e muitas mortes no meio do caminho.
O melhor, sim, foram exatamente as cenas de guerra. Primeiramente, o intenso treino de Hércules que transforma aquele simples exército em uma arma poderosa, e as cenas todas que foram ótimas… Atalanta com aquela flecha era fascinante, a quase irreverência de Hércules ao matar as pessoas também; e como um conjunto, tudo ficou muito bonito de se assistir, como aquela primeira batalha perdida, na qual eles caem em uma armadilha terrível ao visitar um vilarejo presumivelmente morto. Hércules bancou Sansão, meio que bancou o Atlas também em um momento, e tivemos uma prévia da morte de sua família que foi interessante. Um filme bem bacana, uma boa diversão!

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