Lançamento de “Goblet of Fire”


08 de Julho de 2000.
O mais genial livro de todos!
O Harry cresceu, amadureceu, e com ele sua história, bem como a maneira de Rowling de narrá-la. Apenas um ano depois do lançamento de Prisoner de Azkaban, no dia 08 de Julho de 2000, Goblet of Fire era lançado, e eu ainda não fazia idéia do quanto esse livro seria importante na minha vida… aqui o universo se expande, e começamos a descobrir que existe muito mais além da vidinha que conhecíamos de Harry, e que o mundo talvez não gire a seu redor. E também é um momento marcante em sua vida em que ele mesmo descobre que não precisa sempre ser o centro das atenções. Embora seja um quarto nome sorteado pelo Cálice que deveria sortear três, além de ser o mais jovem Campeão Tribuxo, mas ok…
Mas quem concorda comigo que esse não foi um livro do Harry, mas foi um livro do universo? Também por ser um livro bem extenso, no qual a autora pôde desenvolver a história em vários âmbitos, mas eu acho que embora todo o destaque que Harry tenha recebido naquele momento, ele foi meio apagado pela imensa quantidade de acontecimentos, e também pela velocidade do mesmo. E me parece um livro bastante complexo, muito cheio de informações, além de muita aventura e ação, o livro mais movimentado da série, em que a ação está inclusa do começo ao fim, e não apenas no último ato. Essa impossibilidade de respirar ao ler Cálice de Fogo é que me fascina. O livro nunca pára!
Eu também acho que a atmosfera que o livro tomou aqui deve ser valorizada. É a última capa (da versão americana) na qual o Harry aparece sorrindo, e ele parece ainda mais contente que em todas as outras – o que contrasta com a história e os acontecimentos de maneira incrível. E o livro brinca com isso o tempo todo. Já começamos de maneira muito mais sombria com a história da Casa dos Riddle, em um ótimo capítulo e uma assombrosa morte que nos prova que as coisas agora estão mais sérias do que elas eram antes. E então o livro nos mostra acontecimentos “felizes” – como a Copa Mundial de Quadribol – mesclados a horrores, como o ataque dos Comensais e a Marca Negra no Acampamento.

Os habitantes de Little Hangleton continuavam a chamá-la de “Casa dos Riddle”, ainda que já fizesse muitos anos desde que a família Riddle morara ali. A casa ficava em um morro com vista para o povoado, algumas janelas pregadas, telhas faltando e a hera se espalhando livremente pela fachada. Outrora uma bela casa senhorial, e, sem favor algum, a construção maior e mais imponente de toda a redondeza, a Casa dos Riddle agora estava úmida, em ruínas, e desocupada.

Harry Potter e o Cálice de Fogo, J.K. Rowling
Capítulo 1 – A Casa dos Riddle, p. 7

Essa é uma constante do livro. Parece muita cor, alegria e entusiasmo enquanto o Torneio Tribuxo está acontecendo, ao mesmo tempo em que Harry descobre informações sinistras do passado (a Penseira é apresentada aqui) e não parece haver nenhum motivo pelo qual se ficar feliz com o Torneio, com um perigo eminente a cada acontecimento. Também há o espírito de competitividade constante, a parceria no entanto, e as sombras constantemente tomando conta. Quão surpreendente não é sair do agito todo para entrar no sombrio Labirinto, e passar do momento de glória de encontra a Taça para a terrível cena no Cemitério…
E que cena é aquela!
Porque a cena do Cemitério é algo que realmente marcou minha infância. Um dos momentos mais tristes e mais assustadores da minha vida, sim. Hoje eu revejo tudo isso com um puro sentimento de prazer e nostalgia, mas foi algo bem marcante. O fantasma da morte aparece aqui, e a maneira fria como Cedrico é assassinado é assustadora, e também todo o ritual escuro que traz Voldemort de volta à vida é chocante. Foram apenas 6 páginas no capítulo Osso, Carne e Sangue, mas algo que me marcou para sempre… lembro-me claramente de terminar de ler o capítulo e ouvir minha mãe chamando para a janta, mas eu estar sem fome e sem vontade de largar o livro. Maravilhoso!
E em meio a tudo isso, Harry Potter cresceu. Harry Potter se mostra verdadeiramente apaixonado pela primeira vez, com um amor a princípio não correspondido. Os hormônios adolescentes estão por toda parte, e o Baile de Inverno é uma ótima prova disso, a maneira como Hermione age com Krum, como ela se transforma grandiosamente para se tornar uma menina bonita e admirada, e como Rony percebe que está apaixonado por ela e tem umas crises de ciúme maravilhosas… ah, e claro! Embora o filme não tenha feito isso bem (como não fez a maioria do filme), foi ótimo ver Rony e Harry tendo sua primeira briga de verdade, e também foi algo que nos partiu o coração ao ler o livro… eram os amigos perfeitos e inseparáveis, mostrando que a amizade também pode se quebrar e sofrer com fatores externos… foi o que nos provou que nada é indestrutível, e ver Harry e Rony sem se falar por tanto tempo…
Nem sabíamos o que ainda nos esperava.
E uma das minhas coisas favoritas no livro, é aqui a primeira vez que os sonhos de Harry aparecem. Então embora muito mais estivesse acontecendo, acho que aqui sua conexão com Voldemort estava mais forte do que jamais antes, e ele foi atormentado por isso durante todo o ano, sempre vivendo sobre essa sombra, ainda tendo dificuldade para interpretar seus significados e conviver com isso… era sempre ótimo ver cada um dos planos de Voldemort, e ver Harry tendo acesso a isso em suas turbulentas noites de sono.

E, então, a poltrona ficou de frente para Franco e ele viu o que havia nela. Sua bengala caiu no chão com estrépito. Ele abriu a boca e soltou um grito. Gritou tão alto que nunca ouviu as palavras que a coisa na poltrona disse ao erguer a varinha. Houve um relâmpago de luz verde, um ruído farfalhante e Franco Bryce desabou. Morreu antes de bater no chão.
A trezentos quilômetros dali, o garoto chamado Harry Potter acordou assustado.

Harry Potter e o Cálice de Fogo, J.K. Rowling
Capítulo 1 – A Casa dos Riddle, p. 17-18

Então você me entende o quão grandioso o livro é. Eu não sei se consegui aqui expressar metade do que estava em minha cabeça quando percebi que teria que escrever essa postagem para o Mês Temático. Mas no meu plano de reler os livros logo chego em Cálice e então vocês poderão esperar uma detalhada análise do livro, com certeza com muito mais páginas… mas ficou claro o quanto eu gosto dele, e os meus motivos, por ele ser tão distinto dentro de si mesmo, e ainda parecer tão controverso e contrastante, nos provocando uma gama de emoções indescritível… Cálice é meu livro favorito sim, eu o amo, e gosto de como mexe conosco… é aqui que se inicia a nova fase de Harry Potter, isso ninguém pode negar. 13 anos atrás… até mais!


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