Absolute Zero – Episode 5: If we both lose something, who will get hurt more?

Despedidas?

Chegamos a um momento-chave de “Absolute Zero”, e ganhamos mais um episódio bonito, emocionante e sensível… no fim do episódio anterior, depois de Ongsa encontrar os documentos de Suansoon dizendo que ele nasceu em 1989 e, portanto, deveria ter 18/19 anos como ele, ele quer respostas a respeito de quem Soon é e de onde veio – e Soon percebeu que não havia mais motivo para esconder a verdade de Ongsa: ele veio do futuro. Conforme Soon sabe que está chegando a sua hora de voltar para 2018 (porque se lembra de quando “o homem do apartamento ao lado ‘desapareceu’”), ele se pergunta qual é a sua missão, de fato, em 2008… ele está ali para mudar alguma coisa da sua história? Ou ele está ali para aprender alguma lição, talvez?

Eu acredito que “Absolute Zero” faz um excelente trabalho ao equilibrar o que é profundamente triste com o que é bonito e poético… parece-me que há uma pequena mudança na dinâmica de Soon e de Ongsa quando Ongsa descobre mais sobre a história deles: uma mistura curiosa de alívio e de pesar; é bom, para ele, saber que ele terá o Soon em sua vida, que, em 10 anos, eles ainda estarão juntos e vivendo uma vida feliz… é triste, no entanto, que não seja com aquele Soon, por quem ele se apaixonou primeiro. Eventualmente, Ongsa vai ter que encontrar esse homem por quem se apaixonou no Soon de sua idade, que ele ainda está para conhecer, no cinema, no dia 05 de março – pouco depois de o Suansoon de 2018 voltar para o seu próprio tempo.

Talvez, em parte, o Soon de 2018 precise ir embora para que o Ongsa siga em frente… por ora, ele está preso nele, porque é o único Soon que ele conhece. Achei muito bonita e muito simbólica a cena do “cinema ao ar livre”, uma ideia que foi dada por Ongsa a um de seus professores, e à qual ele leva o Soon de 2018, evocando uma série de memórias. Afinal de contas, é ali que, no dia 14 de março, Ongsa e Soon começarão a namorar, como vimos no episódio de estreia de “Absolute Zero”. E muita coisa parece passar pela cabeça de Soon naquele momento, enquanto olha para Ongsa e ele consegue ver toda a história deles, porque, embora um pouco mais novo, aquele é o Ongsa que ele conhece, o Ongsa que ele ama, o Ongsa com quem ele passou uma vida…

O Ongsa cuja vida ele quer salvar.

Comentei no episódio anterior sobre como o “plano” de Soon não faz sentido nenhum. Em uma cena forte e emocionante desse quinto episódio, vemos o Soon despertar de um pesadelo com o acidente de carro de Ongsa em 2018 e, então, ele abraça o Ongsa de 2008 aliviado, porque ele está bem e está vivo… e ele quer garantir que ele continue assim. Por isso, ele conta a ele toda a história e como acredita que ele veio para o passado para impedir que eles se conhecessem, porque “não era para eles ficarem juntos” ou algo assim. Na verdade, é doloroso que Soon tenha chegado a essa conclusão, como se não fosse merecedor da felicidade que conquistou, quando impedir que eles se conheçam não garante, de maneira alguma, a segurança de Ongsa naquele dia…

Acredito que Ongsa tem razão quando ele diz que “talvez o Soon só tenha vindo para o passado para avisá-lo para ter cuidado”. Assim como o Marty McFly arriscou dar informações do futuro ao Doc Brown quando esteve em 1955, para impedir o seu assassinato no estacionamento do shopping em 1985, Soon pode fazer o mesmo para salvar a vida do homem que ama, sem precisar abrir mão de 10 anos de história e de felicidade ao seu lado… anular toda a história deles é desnecessário e triste, e não atende ao objetivo, quando um aviso pode impedir que o Ongsa saia de carro no dia 14 de março de 2018, por exemplo. Afinal de contas, o acidente que pode lhe custar a vida acontece no aniversário de 10 anos deles, o que quer dizer que é uma data fácil de se lembrar.

Portanto, “fácil” de se prevenir.

De todo modo, é evidente que Soon não vai conseguir impedir o encontro de Ongsa com o “outro” Soon – até porque ele diz claramente ao Ongsa como e quando eles se conhecem: no cinema, no dia 05 de março. É impossível o Ongsa não ir atrás dele, e então as coisas devem acontecer como sempre aconteceram… até porque “Absolute Zero” está se preparando para um episódio poderoso e dramático na próxima semana, quando Soon retornar para o futuro. Conforme o dia de ele “desaparecer” se aproxima, Soon vai preparando as despedidas, tanto com Nan, por exemplo, quanto com o próprio Ongsa… Ongsa pode não querer pensar nisso, mas sua partida é inevitável. E, de coração partido, mas com esperança, Ongsa vai buscar o “seu próprio Soon”.

Preciso destacar duas cenas desse episódio… primeiro, a sequência na qual o Soon devolve a Ongsa a pulseira que ele lhe dera, que ele pede que seja um símbolo do amor deles e que ele não dê a mais ninguém – e que é a mesma pulseira que, depois, o Ongsa dará de presente a Soon no “cinema a céu aberto”, no dia do aniversário de Soon e no dia em que eles começarão a namorar. Por algum motivo, eu sou muito fascinado por paradoxos, e essa cena gera um Paradoxo de Bootstrap, no qual não podemos determinar a origem de um objeto: afinal de contas, ele foi dado a Ongsa por Soon, que ganhou a pulseira de presente do próprio Ongsa. Não existe origem e não existe resolução, mas, particularmente, eu acho esse tipo de coisa tão fascinante!

Outra cena que eu preciso destacar é a cena em que Ongsa e Soon estão no ônibus, voltando para casa depois do cinema a céu aberto, e Soon cantarola uma canção que deve ter deixado muita gente feliz (Renan, você está aí?): Soon cantarola “We Meet and Love to Say Goodbye”, música de “Until We Meet Again” (que compartilha o diretor com “Absolute Zero”, por isso a referência). Além da referência/homenagem deliciosa, também ganhamos um diálogo gostoso que só é possível graças à viagem no tempo, quando Ongsa pergunta que música Soon está cantarolando e ele diz que “ele não saberia, mesmo que ele lhe contasse, porque ela não existe ainda”. Então, de alguma maneira, Ongsa foi a primeira pessoa no mundo a ouvir a OST de “Until We Meet Again”.

A honra!

Antes de partir de volta para o futuro, Soon tem algumas coisas a fazer… ele leva Ongsa à locadora, onde eles compartilham mais um momento muito fofo em um lugar que significa muito para a história do romance dos dois, e queima a folha na qual anotara a ordem e a data de alguns acontecimentos, conforme ele tentava “mudar a história”, sabendo que em breve ele “desaparecerá” e não haverá mais nada que ele possa fazer. Então, ele acompanha Ongsa até o ponto de ônibus no dia seguinte e se despede dele, como ele faria em um “dia normal”, mas tudo naquela cena parece estar nos contando que aquela é a última vez que eles se veem… pelo menos daquela maneira. Agora, Ongsa encontrará seu próprio Soon; e Soon retornará para o seu Ongsa no futuro.

E o que a viagem no tempo pode ter alterado?

Ainda temos um longo caminho pela frente, estou curioso!

 

Para mais postagens de “Absolute Zero”, clique aqui.

 

Comentários