Absolute Zero – Episode 4: If this world is a movie theater, you’re a romance movie

“If I tell you I came from the future… will you believe me?”

UAU, QUE EPISÓDIO INCRÍVEL! Embora eu esteja gostando muito de “Absolute Zero” desde a estreia, eu fiquei muito contente de assistir a esse quarto episódio e ver que algumas coisas caminharam mais depressa do que eu imaginava, com o Suansoon de 2018 contando ao Ongsa de 2008 que ele veio do futuro e que eles são namorados há 10 anos. Temos, aqui, um episódio profundamente íntimo, poético, com certo tom de melancolia que eu já aprendi que ajuda a definir “Absolute Zero”, e então as reviravoltas interessantes que devem impulsionar a narrativa em outra direção, impedindo que ela se acomode por tempo demais na “mesma coisa”. Passamos por 1/3 da série, e sinto que ainda há muita coisa a ser explorada… e muita emoção pela frente.

O roteiro bem escrito brinca com a ideia de que “Soon não gosta que mexam nas suas coisas”, sendo um elemento que inicia o episódio e ajuda a dar o tom de pesar que toma conta de Ongsa, e também o mesmo elemento que proporciona toda a última cena do episódio, na qual coisas vêm à tona… isso é mérito tanto do roteiro, que entende muito bem como funciona uma narrativa coesa, quanto da direção, que segue entregando um trabalho lindíssimo, dando cor e vida a essa história bonita, romântica e melancólica. A tudo isso, juntam-se atuações que estão verdadeiramente me envolvendo, e por isso eu sigo amando cada segundo de “Absolute Zero”, sempre curioso para saber quais são os próximos passos da história dos “dois” Ongsas e dos “dois” Soons.

No fim do episódio anterior, Ongsa encontrou o celular de Soon em seu quarto, e Soon o repreende por mexer nas suas coisas no início desse, talvez com medo de que ele veja a sua foto com o Ongsa do futuro… talvez com medo que o Ongsa se reconheça na foto? De todo modo, isso deixa o Ongsa profundamente sentido, mas a verdade é que a sua tristeza vai muito além da “bronca” que ele levou de Soon. Na verdade, ele está triste porque Soon dá a entender que tem outra pessoa por quem é apaixonado e de quem sente falta, e porque Soon está claramente procurando “se afastar” dele, deixando o quartinho que Ongsa encontrou para ele e se mudando para outro lugar, por exemplo… e embora Soon queira, em parte, se afastar, ele também não quer magoar Ongsa.

Soon está vivendo na corda bamba.

Assim, ele procura Ongsa no dia seguinte para pedir desculpas, para dizer que sabe que errou, e para convidá-lo para ir almoçar com ele, e essa é uma cena interessantíssima: Soon o leva para comer em um restaurante que os dois costumavam frequentar juntos, e comenta que conhece aquele lugar porque “é o restaurante favorito de alguém que o levou ali”, e é curioso ver a tristeza tomar conta de Ongsa, sem saber que esse “alguém” é ele mesmo, no fim das contas… e é quase um paradoxo pensar que esse provavelmente é o restaurante favorito de Ongsa porque o Soon o levou ali. Preciso dizer que me dói o coração ver o Ongsa-2008 sofrendo, vê-lo sozinho deitado na cama, pensando nas coisas que Soon dissera e que o fazem ter certeza de que ele tem outra pessoa.

Sério.

Além disso, tudo é tão confuso para o Ongsa… assim como é confuso para o Soon. Depois de uma conversa bastante bonita de Soon com o dono da locadora (a sensação de que o dono da locadora sabe quem ele é e de onde ele veio!), Soon resolve seguir o seu conselho sobre o que faria se pudesse voltar no tempo: ele abraçaria muito forte a pessoa que ama. É isso o que torna a relação deles tão dolorosamente confusa para ambos. Soon pega Ongsa de surpresa o abraçando carinhosamente e, por alguns minutos, Ongsa deixa para trás todos os medos e todas as certezas sobre “o outro homem que Soon ama”, para poder curtir aquele momento… aquele momento em que a atenção de Soon está plenamente dedicada a ele. O sorriso no rosto de Ongsa!

Uma coisa que eu ainda espero em “Absolute Zero” é uma participação maior do Soon de 2008 (já me conformei que o Ongsa de 2018 terá pouca participação, já que a ação se desenvolve em 2008 e ele está em coma lá no futuro), porque cada pequena cena em que ele aparece meio que me faz prender o fôlego… aquela cena em que o Soon-2018 está assinando os documentos para se mudar para um apartamento vazio ao lado do apartamento em que mora sua versão mais jovem (!), por exemplo, conta com o Ongsa do lado de fora, esperando por ele, e uma câmera lenta mostrando Soon-2008 passando ao seu lado: algo tão simples e tão impactante! E gosto das pequenas “intervenções” que o Soon-2018 faz na vida do Soon-2008, como quando recolhe toda a sua roupa!

(Destaque para o sorriso do Soon-2018 com a confusão do Soon-2008 com os varais vazios!)

Mesmo percebendo que, em parte, Soon está tentando afastá-lo, Ongsa permanece decidido ao seu lado, e isso nos entrega uma das melhores cenas do episódio, no quarto novo de Soon, quando Ongsa se deita no seu colo e, mexendo em seu cabelo, Soon pergunta se ele ficaria bravo se um dia ele “desaparecesse”. A beleza e a intensidade que apenas a viagem no tempo pode proporcionar naquele diálogo resulta em uma cena grandiosa. Soon explica que ele “tem alguém para quem voltar” e, triste, Ongsa pergunta se “ele ama essa pessoa” e Soon responde que “o ama muito”. É tão triste e, ao mesmo tempo, tão irônico ouvir o Ongsa perguntando se “ele ama esse homem mais do que ele o ama”, e Soon responde que ama os dois na mesma medida… não é mentira.

Mas como Ongsa poderia saber que são a mesma pessoa?

Logo, ele descobre. E é aqui que um ciclo se fecha, retornando ao conceito de “mexer nas coisas de Soon” que iniciou o episódio. Quando Soon vai tomar um banho e deixa a carteira para trás, Ongsa mexe nela, curioso, e se depara com o documento de Soon que diz que ele supostamente nasceu em 1989… quer dizer, Ongsa sabe que Soon é um homem mais velho que ele, mas o documento na sua frente diz que ele teria 18/19 anos, como ele, em 2008, e então ele resolve confrontá-lo assim que ele sai do banheiro. Ele quer saber quem ele é, afinal de contas. Dessa vez, Soon não tem uma nova bronca por ele “mexer nas suas coisas” nem nada… ele não planejou nada daquilo e está vivendo conforme as cartas são dadas, e por que não dizer a verdade?

Então, Soon confessa que veio do futuro, por mais “inacreditável” que isso possa parecer, e termina de contar tudo o que poderia contar a Ongsa… ele também diz que, no futuro, ele tem um namorado, e que esse namorado é ele, o Ongsa – e mostra a foto dos dois juntos em 2018, a mesma foto que, no início do episódio, ele não queria que Ongsa visse. Esse é um momento tão grandioso, tão impressionante, eu fiquei realmente sem fôlego enquanto assistia a essa cena! E, agora, Ongsa tem um monte de coisas a processar… essa é uma “novidade” que ele definitivamente não estava esperando; tampouco é simples “traduzir” essa paixão que ele está sentindo pelo Soon-2018 pelo Soon-2008, que é alguém que, teoricamente, ele ainda nem conhece…

Mas eu fiquei muito, muito feliz por Soon ter dado esse passo, ter sido sincero e fico curioso com como as coisas se desenvolverão agora. Mais cedo ou mais tarde, chegaremos aos eventos que deram início a “Absolute Zero”, lá no primeiro episódio. A dúvida é: eles vão ser alterados ou eles sempre foram dessa maneira? Para mim, eles sempre foram assim, o Soon de 2008, que foi o ponto de vista que nos guiou pela estreia da série, só não sabia disso. De todo modo, o Soon de 2018 parece disposto a evitar que os dois fiquem juntos, porque abriria mão de sua felicidade para garantir que o Ongsa de 2018 não estivesse no hospital… eu acho que o Soon chegou à essa conclusão porque o acidente acontece no aniversário de 10 anos de namoro deles, mas quer saber?

NÃO FAZ SENTIDO!

Eu não sei de onde o Soon tirou que ele precisa “evitar que eles se conheçam para salvar a vida de Ongsa em 2018”. Quer dizer, evitar que eles se conheçam mudaria toda a vida de Ongsa a partir de 2008, e talvez o salvasse daquele acidente em específico em 14 de março de 2018, mas quem garante que ele não poderia, por exemplo, ser atropelado enquanto caminhava pela rua ali em 14 de março de 2008 mesmo, quando ele deveria estar no cinema a céu aberto com Soon-2008, mas não estaria se o Soon-2018 mudasse as coisas? Além disso, se o Soon é mesmo tão apaixonado por filmes assim, ele já deve ter assistido “A Máquina do Tempo”, e deve saber que evitar um acidente de Ongsa em 2018 poderia apenas causar um diferente, se fosse mesmo para acontecer.

“Impedir” que eles se encontrem me parece precipitado.

De todo modo, acho que Soon não consegue evitar isso, mesmo que tente.

 

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