Sítio do Picapau Amarelo (2006) – A tirania de Valdo Serrão

“O Grito do Valdo”

Quando o Valdo Serrão se anunciou como “o novo dono do Arraial dos Tucanos”, todos sabiam que tempos sombrios aguardavam os tucanenses. Visitando a antiga casa do Coronel Apolinário, seu sogro, Valdo Serrão descobriu escrituras que lhe tornavam herdeiro de todas as terras sobre as quais o Arraial foi construído, e é claro que ele não perde tempo e assume o comando do lugar, tornando aquilo uma ditadura, na qual todos são obrigados a fazer o que ele manda e qualquer um que discorde dele é mandado para a cadeia… na verdade, muito parecido com o que aconteceu no Reino de Luterra um tempo atrás, quando Matilda conseguiu chantagear o rei para se tornar rainha, e tomou decisões absurdas, mandando para o calabouço abarrotado todos que ousassem discordar dela… inclusive, a solução para a tirania do Valdo vai ter alguma influência da experiência em Luterra…

Chico Maciel, ao que tudo indica, está sendo “preparado” para lutar contra o Valdo Serrão quando chegar a hora – mas, na verdade, o eremita lhe avisa que Valdo não é o inimigo principal, que ainda não despertou… mais cedo ou mais tarde, Chico e todos os demais terão que enfrentar as verdadeiras forças do mal: Trévan. Depois de Chico Maciel e o eremita terem se conhecido na mata, o eremita confia nele e o leva até a caverna na qual o cristal está guardado, compartilhando com ele esse segredo e tornando-o, também, um guardião do cristal; o eremita também mostra para Chico uma espécie de “passagem secreta”, que conecta a caverna até uma árvore no Sítio do Picapau Amarelo, e diz que essa passagem (e outras) será muito útil na hora certa… em breve, Chico precisará aprender a se esgueirar por essas passagens, sem ser descoberto.

No Arraial, a tirania de Valdo Serrão está a todo vapor – mas eu gosto das escolhas criativas da temporada de 2006 de como fazer maldade… diferente da temporada anterior, que pegou mais pesado em algumas cenas, a maioria das vilanias de “Entre o Amor e a Promessa” tem uma pegada mais cômica que funciona muito bem, e é um dos motivos de eu gostar tanto da temporada! Me divirto muito com a dupla de Valdo e Jovino, que entregam ótimos momentos cômicos, e o exagero todo do Valdo nomeando tudo no Arraial com o seu nome… a Praça Valdo Serrão, a Rua Valdo Serrão, e quando o Samuel é preso para que não possa continuar escrevendo no jornal e falando mal dele, Valdo pensa em reabrir o jornal com o nome de “O Grito do Valdo” ou “The New Valdo Times”, o que foi um momento genial que me arrancou risadas sinceras e gostosas.

Os desmandos e absurdos do Valdo Serrão se intensificam… ele invade uma sessão de cinema privada na casa de Flor (aquela na qual eles estavam mandando o Capitão Kosmos de volta para o filme), obriga Samira a fazer um busto seu para a “Praça Valdo Serrão”, e coloca uma empresa mineradora para escavar tudo ao redor do Sítio do Picapau Amarelo, no limite de suas terras, causando barulho e todo tipo de transtorno para os moradores do Sítio… além disso, é claro, Samuel é apenas a primeira prisão do novo xerife do Arraial dos Tucanos, o Jovino. Depois de Samuel ser preso, o Zé Carijó também é mandado para a cadeia por “amarrar a sua carroça na placa com o nome da praça”, e a Flor por não deixar o Valdo revistar a sua casa em busca de algo que prove que ela é cúmplice do novo herói que aparece pelas redondezas… eventualmente, até a Emília é presa!

Visconde, então, decide construir uma filmadora, para que eles possam filmar e denunciar todas as maldades do Valdo Serrão, e ele promete que a Filmadora Sabugosa será tão poderosa que “poderá ver até pensamento” (ou fantasmas, porque Pedrinho consegue ver e falar com o Coronel Apolinário através dela!). Pedrinho, então, assume a posição de “diretor do documentário”, e como Emília sempre tem que aparecer, ela vai até a Dona Aranha para pedir que ela lhe faça uma nova roupa, e então ela surge no meio da gravação do documentário, vestida toda de rosa e com um microfone na mão, querendo ser a “apresentadora” – talvez seja uma brincadeira/referência à Penélope, de “Castelo Rá-Tim-Bum”, porque é impossível não associar a bonequinha à personagem, naquele figurino e naquela função! Mas Pedrinho não quer a Marquesa se intrometendo no seu documentário… ele é quem vai tomar as decisões.

 

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