Vale o Piloto? – Bodies 1x01 – You’re Dead Already

“Know you are loved”

UMA ESTREIA SENSACIONAL! Com um visual bonito, quatro épocas diferentes repletas de possibilidades e um mistério intrigante, “You’re Dead Already” é uma excelente estreia para “Bodies”, a adaptação da Netflix da HQ de mesmo nome pela DC Vertigo (a HQ é escrita por Si Spencer e ilustrada por Dean Ormston, e a adaptação para série fica a cargo de Paul Tomalin). Trata-se de uma produção que mescla elementos do terror e do suspense com uma pegada de ficção científica e muito, muito mistério… o estilo me fez pensar, por motivos distintos, em duas outras produções das quais eu gosto bastante: “Dark”, a série de sucesso da Netflix de 2017; e “Cloud Atlas”, filme de 2012 com a história “se dividindo”, também, em narrativas em diferentes épocas.

O ponto de partida para “Bodies” é, como o nome sugere, o surgimento misterioso de corpos… quatro corpos ou o mesmo corpo em quatro épocas diferentes? Afinal de contas, vemos o mesmo corpo sendo encontrado quatro vezes durante o episódio: primeiro em 2023, por Shahara Hasan; depois em 1941, por Charles Whiteman; em 1890, por Alfred Hillinghead; e, por fim, em 2053, por Iris Maplewood. Sempre no exato mesmo lugar, sempre nu, sempre na mesma posição… e sempre o mesmo corpo: uma tatuagem no pulso, um olho faltando onde presumivelmente o tiro o atingiu, embora as autópsias indiquem que não há nenhuma bala no crânio ou ferimento de saída da bala (assim como não há nenhum sangue em volta), e uma cicatriz na cabeça.

A proposta é profundamente INTRIGANTE. Particularmente, eu me empolgo de imediato com todas as possibilidades que se abrem… vai ser gostoso tecer teorias conforme os episódios avançam! Em 2023, acompanhamos Shahara Hasan, uma policial que vê um garoto, Syed Tahir, fugir da cena do crime, mas algo nela a faz acreditar que ele realmente não tem nada a ver com o assassinato. Enquanto tenta se aproximar do garoto para ouvir sua história, no entanto, as coisas se tornam cada vez mais sinistras, culminando naquele momento chocante no qual Syed Tahir se mata no shopping. Shahara percebe o medo estampado em Syed, a maneira como ele estava assustado e como balbuciava coisas que pareciam não fazer sentido… como “tudo tinha acontecido como disseram”.

Em 1941, no meio da Segunda Guerra Mundial, acompanhamos Charles Whiteman, um inspetor judeu em quem as pessoas têm dificuldade de confiar (!), e que recebe uma ligação para um trabalho: ele precisa ir até Longharvest Lane e retirar de lá o corpo antes que ele seja encontrado… tudo sai do planejado quando Whiteman é seguido por Farrell, o inspetor que menos confia nele, mas Charles acaba conseguindo escapar graças a uma bomba que cai ali por perto devido à guerra e acaba matando Farrell – assim, Charles Whiteman tem a oportunidade de usar Farrell como seu bode expiatório, como se ele estivesse dirigindo o carro no qual o misterioso corpo é encontrado… quem quer que tenha dado a missão a Whiteman, no entanto, não está satisfeito…

Eles queriam o corpo.

Já em 1890, acompanhamos Alfred Hillinghead, um detetive que encontra o corpo e um fotógrafo que estava por ali tirando fotos quando a multidão se reuniu e a polícia chegou… Alfred resolve investigar o fotógrafo, Henry Ashe, pedindo que ele lhe entregue as fotos assim que elas forem reveladas, e existe algo de tensão entre eles sendo construída na sequência na qual Alfred aparece na casa de Henry. As fotos trazem duas revelações: a primeira, que Henry Ashe é um homem gay e estava em um clube naquela noite, com pessoas influentes que podem confirmar seu álibi, mas talvez elas não estejam dispostas a ajudá-lo; depois, que em uma das fotos é possível ver um reflexo em uma janela, e talvez ali esteja a chave para a resolução desse mistério.

O roteiro e a direção de “Bodies” brincam com a maneira como um mesmo corpo afeta diferentes pessoas em diferentes épocas. Com protagonismo múltiplo e diferentes anos sendo retratados, a série se sobressai ao retratar a autópsia “rudimentar” de 1890, os horrores da guerra em 1941 e os preconceitos ainda existentes em 2023, tudo em paralelo, tudo contribuindo para a construção de uma mesma história… as possibilidades são INCRÍVEIS, e eu estou muito curioso para saber como a série se desenvolverá. No fim do episódio, o corpo é encontrado pela quarta vez, dessa vez em 2053, por Iris Maplewood, em uma travessa abandonada de uma cidade futurística… dessa vez, no entanto, não é exatamente um corpo; ele parece estar vivo.

“Correction: he’s alive”

EXCELENTE GANCHO! Preciso assistir ao próximo agora mesmo!

 

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