Sítio do Picapau Amarelo (2006) – O Príncipe Adormecido

“Eu quero ser coroada a nova Rainha de Luterra”

Matilda está prestes a conseguir aquilo com que sempre sonhou: ser a Rainha de Luterra. Depois de roubar a medalha encantada do Príncipe Theo e fazer um acordo com Trévan, o feiticeiro das trevas que está tentando recuperar suas forças e se vingar daqueles que o derrotaram, Matilda colocou em prática um plano através do qual planeja chantagear os atuais reis: transformar Theo em um Príncipe Adormecido. Toda a sequência é bem interessante, porque podemos ver Matilda personificar a clássica vilã dos contos de fadas: uma velha senhora vendendo maçãs envenenadas… de quebra, ainda temos a subversão do clássico no fato de que é o Príncipe que cai em um sono profundo e talvez eterno, e não a Princesa – e para completar a história, é claro, o Príncipe Theo terá que receber um “beijo de amor verdadeiro” de sua princesa para poder despertar.

Para completar seu plano, Matilda procurou os Reinos de Luterra para dizer que sabe como desencantar o Príncipe Theo, mas, em troca, ela quer ser coroada a nova Rainha de Luterra – uma proposta absurda que Basiléia e Basileu prontamente se recusam a atender… mas eles não podem deixar de pensar no que Matilda diz, quando os acusa de estar escolhendo manter o poder ao invés de salvar a vida do filho… em parte, embora pareça que é exatamente isso o que eles estão fazendo mesmo, é compreensível a atitude dos reis, porque eles são responsáveis por aquele reino e por todas as pessoas que vivem ali, e sabem que os súditos vão sofrer nas mãos de alguém cruel como Matilda, e talvez haja alguma outra solução. O Mago Mor, no entanto, aparece dizendo que eles precisam de Theo vivo e fortalecido para combater o inimigo maior, então é hora de todos fazerem um sacrifício… nobres e plebeus.

Mago Mor diz que não pode despertar Theo porque foi magia das trevas que o colocou para dormir e acordá-lo sem o contrafeitiço pode matá-lo. Então, sem opções, os reis chamam Matilda dizendo que aceitam suas condições: “O trono de Luterra é seu… Matilda”. Matilda conseguiu! Mirthes não poderia estar mais radiante, da maneira mais divertida possível, mas Matilda lhe instrui a ser mais fria e séria, agora que elas são da realeza, dizendo que ela precisa fazer cara de superioridade, e explica da melhor maneira possível: “É muito simples: faz cara de nojo, como se alguém tivesse soltado um pum”. EU RI TANTO NESSE MOMENTO! Matilda e Mirthes são as vilãs carismáticas que, mesmo quando estão se dando bem, conseguem fazer com que a gente se divirta… e, assim, o plano de concretiza e Matilda é coroada A RAINHA DE LUTERRA.

Agora, ela diz aos reis como despertar o príncipe: o beijo da princesa que o ama – uma escolha interessante e importante de palavras. Matilda, no entanto, diz que sua primeira ordem como Rainha é impedir que a “lambisgoia” entre no Reino, mas não é tão cruel quanto poderia ser e diz que vai lhes dar uma carruagem para que eles possam ir ao Mundo Real e procurar por Thirza eles mesmos… é assim que os reis e o príncipe adormecido chegam ao Sítio do Picapau Amarelo no meio da noite, bem quando Dona Benta está terminando de contar uma história para as crianças. A dinâmica da cena é divertida e gostosa de se acompanhar, amo ver os “nobres” do Sítio se apresentando (o Visconde de Sabugosa e a Marquesa de Rabicó), mas Basiléia e Basileu ficam mesmo muito contentes quando Dona Benta os apresenta para Thirza, a Princesa de Lumar.

É exatamente quem eles buscam.

Os reis levam todos para o lado de fora da casa para que vejam a situação do Príncipe Theo, e então explicam toda a história e pedem que Thirza o beije para acabar com esse sofrimento. Mexida, talvez assustada, a Princesa Thirza o beija, mas isso não o desperta – afinal de contas, ele precisa de um “beijo de amor verdadeiro” ou, como Matilda disse, o “beijo da princesa que o ama”… e essa não é a Thirza. Desolados, os reis se mudam no dia seguinte para a Pensão do Elias (“É tudo tão… rústico”), sem imaginar que, ali, eles estão muito mais perto da verdadeira princesa que o ama e que pode salvá-lo. Enquanto isso, Chico “comemora” o fato de o beijo de Thirza não ter acordado Theo, porque isso lhe dá esperanças de que ela não seja, no fim das contas, a princesa prometida, então pode ficar ali com ele… ela, no entanto, não gosta do comentário e se chateia, porque o acha mesquinho e egoísta.

Naquela conversa, eu sinceramente compreendi os dois.

Chico e Thirza são personagens muito muito bons!

 

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