I Feel You Linger in the Air – Episode 1

Resgate.

Com uma estreia impactante e promissora, mas que mesmo com mais de uma hora de duração (!) ainda tem um tom bastante introdutório, “I Feel You Linger in the Air” é um dos BLs pelos quais eu mais estava ansioso nesse ano! Além do visual lindíssimo das fotos de divulgação da série, o que me chamou bastante a atenção, “I Feel You Linger in the Air” traz um dos meus temas favoritos da ficção ao centro da narrativa: a viagem no tempo. Sempre fui apaixonado por histórias de viagem no tempo (nos mais variados gêneros, seja na comédia, como com “De Volta Para o Futuro”, mais dramático, como em “Efeito Borboleta”, ou mais sombrio, como em “Donnie Darko”; por sinal, três filmes que figuram entre meus favoritos da vida), então eu não podia deixar passar.

“I Feel You Linger in the Air” tem uma estreia muito interessante, especialmente por caminhar com tanta destreza por diferentes estilos, mas também por apresentar apenas o necessário para nos deixar curiosos para o que vem a seguir – e ansiosos pelo segundo episódio, no qual finalmente poderemos ver Jom e Khun Yai interagirem de verdade. Há um quê de suspense muito bem trabalhado (até surpreendente, a meu ver) nas cenas em que Jom tenta entender os “sonhos” que está tendo com um homem que nunca viu antes, e um drama carregado em toda a destruidora sequência na qual a vida de Jom toma rumos que ele não imaginara, culminando no acidente que o leva para o passado… e, ali, parece que a série se enche de cor e de um quê de leveza.

Muito me interessa isso de Jom ter sonhos/visões com Khun Yai, porque eu fico me perguntando o que justifica isso… eles já se conheceram em outro momento ou em outra vida? Ainda que Jom vá conhecê-lo no passado, não é o seu passado. Mas exploraremos isso aos poucos. Por ora, ganhamos cenas interessantes como a que abre a série, mesclando presente e passado em uma mesma casa, na qual Jom se vê na cama com um homem que não conhece de verdade… mas que parece surgir para ele em mais de um momento. A direção da cena deixa tudo com um ar delicioso de suspense e de mistério, com o qual a série brinca conforme a narrativa avança e Jom descobre desenhos em um baú – um deles do homem com o qual ele se viu na cama mais cedo.

E é claro que esses desenhos só podem ter sido feitos por ele.

Serão feitos por ele… quando ele estiver no passado.

Jom é um arquiteto talentoso, uma pessoa cheia de sonhos, apaixonado pelo namorado que foi embora para estudar na Europa há dois anos, e que ele prometeu esperar – até que Ohm reaparece com a notícia de que “ele se apaixonou por outra pessoa” e que “vai se casar”. Toda a cena do término do namoro de Jom e Ohm é forte e sofrida, e sentimos toda a dor de Jom… me doeu particularmente ver o Jom tão desesperado para entender “o que ele tinha feito de errado”, quando ele não tinha feito nada de errado, e foi o Ohm quem não teve o mínimo de respeito por ele em nenhum momento… além de não honrar a promessa que fizeram, e que Jom honrara, ele não teve a capacidade de contar a verdade a Jom sobre algo que está acontecendo há sabe-se lá quanto tempo.

A mulher com quem ele vai se casar está grávida!

Sabemos que “se livrar” de Ohm vai ser, eventualmente, um presente na vida de Jom… isso não quer dizer, no entanto, que não doa. Jom está arrasado, sentindo que tudo com o que sonhou e pelo que esperou simplesmente sumiu, e as coisas pioram conforme a noite avança. A quantidade de sofrimento pelo qual Jom passa em um único dia é desumano. Sofrendo pela traição e abandono de Ohm, Jom acaba bebendo demais em um bar, quase é estuprado por um homem que o leva para o seu carro, e sofre um acidente enquanto tenta dirigir de volta para casa, profundamente transtornado… um acidente que faz com que ele caia em um rio de cima de uma ponte, e rende uma cena com uma narração dolorosa de Jom a respeito de como é a morte.

Mas ele não morre… Jom é resgatado por uma versão de Yai que não parece a que acompanharemos ao longo de “I Feel You Linger in the Air” (adorando os mistérios se acumulando para que possamos pensar sobre isso e ir desvendando aos poucos!), e ele sai do rio em um lugar totalmente diferente da vida que ele acabou de deixar para trás – literalmente, um recomeço para ele. Daqui em diante, o tom do episódio muda, mas a série já provou que é perfeitamente capaz de explorar o suspense e o drama, e acredito que teremos uma interessante combinação de gêneros conforme a história de Jom avança. Depois de quase morrer afogado, Jom é encontrado por Ming, um trabalhador que o leva para casa e tem tudo para ser seu melhor amigo.

Aos poucos, Jom vai percebendo a estranheza de tudo ao seu redor… ainda sem entender o que realmente está acontecendo. Ele não sabe onde está o seu carro ou o seu celular, e ninguém parece entender quando ele pede um telefone emprestado. Eventualmente, isso vai rendendo aquela sensação gostosa de desconcerto que acompanha viajantes do tempo em uma nova época, como Marty McFly se sentiu quando chegou a 1955 pela primeira vez. Ming o leva para a cidade de barco, por exemplo, porque “pessoas como ele não têm carro”, e Jom acaba “se perdendo” em uma espécie de feira na qual as pessoas estão bastante agitadas… me diverti muito com a cena de Jom perguntando a um grupo de homens o que está acontecendo ali, já que “estão todos caracterizados e investidos nos personagens”.

MUITO BOM!

Como também é de costume, Jom começa a entender que não é uma encenação, mas que ele pode realmente estar em outro tempo que não o seu, quando vê um homem lendo um jornal, no qual ainda não discernimos uma data. De todo modo, já parece inevitável, e a conversa com Ming (que, inclusive, o resgata de uma confusão!) prova que ele definitivamente não está mais no seu presente. Com tanta coisa girando na sua cabeça, e tendo a primeira visão de Yai na sua frente (os flashes com as “aparições” de Yai no episódio até então!), Jom cai do barco no qual estava com Ming e, assim como da outra vez, ele é resgatado por Yai… mas essa versão do Yai, dessa vez. E é um final impactante para um episódio muito interessante e muito bem construído! Estou animado!

 

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