Vale o Piloto? – This is Us 1x01

“This is real. This is love. This is life”

Absurdamente tocante, This is Us já é uma das minhas estreias favoritas. É engraçado pensar que eu estava tão ansioso aguardando essa série, e que tinha a nítida impressão de saber muito bem o que aconteceria no Piloto todo, e ser deliciosamente surpreendido. De forma inteligente, eles conseguiram guardar para os últimos 4 minutos da série revelações lindíssimas que elevam tudo a um novo patamar de beleza, de amor e de família. Eu já estava apaixonado desde o começo, mas o final ainda me deu uma mãozinha extra. Com atuações verdadeiramente brilhantes e uma trilha sonora pungente, nós temos a história de várias pessoas que nasceram no mesmo dia. Nada indica que o fato de nascer no mesmo dia faz com que as pessoas tenham algum tipo de conexão especial, mas ainda assim é bacana. Afinal, nós compartilhamos nosso aniversário com milhões de pessoas no mundo todo! Cada história à sua maneira nos emocionou lindamente, e eu cheguei ao fim do episódio todo arrepiado e com lágrimas nos olhos. Curioso para voltar e acompanhar melhor essas pessoas. Entendendo, finalmente, porque não poderia ter sido um filme.

O episódio começa nos apresentando Jack (interpretado por Milo Ventimiglia) em seu aniversário de 36 anos, em uma cena bonita e descontraída com a esposa grávida de trigêmeos, quando as tradições de aniversário não podem ser mantidas porque a bolsa dela estoura e os bebês vão nascer com seis semanas de antecedência. É uma história triste, mas cheia de esperança e possibilidade. Nós temos momentos angustiantes de puro desespero quando Rebecca (interpretada por Mandy Moore) dá a luz ao primeiro filho e, depois, é levada para a cesariana de improviso, precisando respirar através de aparelhos. Mas tudo se desenrola da forma mais bonita possível… Jack é repleto de confiança, às vezes quase até demais, mas eu acho que é bom que ele acredite tanto nas coisas, que ele seja tão confiante. Isso é importante e influencia nos demais personagens muito mais do que eu imaginei que influenciaria. Quando ele perde o terceiro filho e chora, o médico lhe explica que ele tem dois filhos lindos e saudáveis que precisam de um pai. E o ensina que mesmo o limão mais azedo que a vida lhe dá ainda pode ser transformado em algo que se parece, mesmo que remotamente, com uma limonada.

Então o destino o surpreende totalmente.

Por outro lado, acompanhamos a história dos gêmeos, também completando seus 36 anos. Kate (interpretada por Chrissy Metz) é uma mulher que não está satisfeita com o seu peso, e depois de uma crise existencial e uma conversa com o irmão, decide perder peso. Foi muito fofo como ela conheceu Toby, acho que ele vai fazer bem a ela! “Hey… do you wanna be fat friends?” Então a história dela, apesar de tudo, esbanjou um pouco mais de fofura. Por outro lado, temos seu irmão gêmeo Kevin (interpretado por Justin Hartley), um ator preso em uma sitcom chamada The Manny e que não está nada contente com sua carreira e com sua vida. Ele é extremamente gato, e eu particularmente não me incomodo de vê-lo mesmo sem camisa, mas convenhamos que o papel dele na série fictícia é ridículo. É frustrante o quanto ele quer fazer algo sério, com emoção de verdade, e é podado… o desabafo dele no meio de uma espécie de surto no estúdio foi fortíssimo! E a atuação dele estava um máximo. Então ele volta bêbado para casa para conseguir força com a irmã. Gostei do Toby fofo no “Are you The Manny?”, tirando selfie com ele e pedindo ele tirar a camisa…

“Broadway?”

“Can’t sing”

“Porn?”

“Yeah, maybe”

Mas, acima de tudo, foi um momento BELÍSSIMO entre os irmãos.

E, por fim, temos Randall (interpretado por Sterling K. Brown), um empresário de sucesso que ganha uma festa de aniversário surpresa em seus 36 anos no escritório. Sua história envolve ter sido pelo pai biológico quando nasceu, que o deixou na porta do Corpo de Bombeiros. Ali, 36 anos depois, ele finalmente o reencontrou e foi até ele, em uma tentativa de colocar um fim nesse quesito de sua vida. E eu acho que foram cenas muito fortes. Quando o pai biológico de Randall abre a porta e ele dispara a dizer tudo o que sente… ele não sabe bem o que ele queria com aquilo tudo, mas ele precisava colocar aquilo para fora. Quando ele soltou aquele “Do you wanna meet your grandchildren?” eu sabia que seria uma das histórias mais bonitas, embora mais tristes, da série. E assim ele leva o pai biológico para dentro de casa, e explica que ele teve pais adotivos fantásticos que o criaram com todo o amor e todo o carinho, em uma cena em que o avô das meninas olha a foto da família de Randall… uma foto que estrategicamente não nos é mostrada.

“Do you realize? Me and the kids will have the same birthday”

O final é LINDÍSSIMO, e um tanto inesperado. Eu não estava esperando aquela finalização surpreendente. Quer dizer, ao estilo o Piloto de Modern Family, que assistimos às histórias separadamente antes de sabermos que se trata de uma mesma família, é o que também temos em This is Us. Até que tudo se abra numa das ideias de roteiro que mais me agradaram. Jack está no hospital vendo seus dois filhos através do espelho, quando conhece o bombeiro que trouxe um bebê que foi deixado naquele dia na frente do Corpo de Bombeiros. E Jack e Rebecca o levam para casa como o seu terceiro filho, já que já estavam preparados para trigêmeos de todo modo. É emocionante e me arrepiou todo! Perceber que Jack e Rebecca estão 36 anos no passado (só então se revela as roupas, as televisões no hospital), que eles são pais de Kevin, Kate e Randall. Então as conexões todas se estabelecem. O quadro de The Manny no quarto das filhas de Randall (com assinatura do Tio Kevin), Kate lembrando Kevin do que o pai sempre dizia para eles quando as coisas não estavam muito como esperávamos…

Sobre os limões azedos. E algo parecido com limonada…

Ai aquela foto de Kevin, Kate e Randall no final… AMOR POR ESSA SÉRIE <3

Para mais Pilotos de série, Vale o Piloto.