Sweeney Todd


I love Tim Burton.
Tim Burton já é meio que um indício de sucesso, right? Afinal eu amo o seu estilo impresso em todas suas obras… tão sombrio e inusitado, que sempre me encanta. Sua parceria com Johnny Depp então, outro motivo de alegrias! Pode colocar na receita metade do elenco de Harry Potter e uma cena em que eu juro que vi o Oitavo Doctor, pronto Sweeney Todd é uma obrigação dos fãs de terror, suspense, musicais e claro… Tim Burton.
Já vi esse filme mais vezes do que posso me lembrar, mas assisti recentemente novamente, com minha prima. À noite, escuro e frio… pelo menos a coberta me dava a desculpa perfeita para não olhar para os momentos em que os pescoços eram cortados… se você me perguntar, eu sei que o sangue era bem falso. Mas essa falsidade do sangue é outra característica impressa de Burton, que tornou esse sangue vermelho vivo e que jorrava longe apenas uma maneira mais eficaz de mostrar a veracidade e estranheza das mortes. Creepy. E Johnny Depp interpretando perfeitamente o barbeiro demoníaco…
Embora a sinopse me encante, foi o fato de ser um musical que me chamou a atenção pela primeira vez. E as melodias inesquecíveis e as músicas recorrentes e melancólicas são deliciosas e dão o toque final à toda a construção inicial. Porque cada personagem consegue ter a sua canção mais marcante, aquela que fica tocando instrumental nos seus momentos mais importantes, e que nos arrepia só de pensar… ouvir os acordes de Johanna, por exemplo, é uma das coisas que mais me lembram de Sweeney Todd no mundo. Poor thing, poor thing também, e isso é a cara da Helena Bonham Carter…
O próprio Sweeney eu colocaria My Friends como sua música tema. Sweeney Todd (que estreou na Broadway em 1979) é um musical clássico e tem todo o jeito de um… num estilo mais rock ópera do que o normal, Todd é um daqueles musicais que são cantados through e você quase não se recorda de uma cena em que a legenda não tenha sido em itálico. Dessa mesma maneira, uma grande quantidade de músicas é colocada, e várias delas são retomadas em incontáveis reprises e versões, às vezes em “mash-ups” interessantes, como a mais que fabulosa versão de Johanna cantada por Anthony enquanto Todd mata incontáveis clientes, e a mulher na rua avisa que “the city is on fire”.
Na história, Benjamin Barker era um barbeiro que foi preso por 15 anos injustamente, pelo juiz Turpin que estuprou sua mulher (causando seu posterior envenenamento) e roubou-lhe a filha. Agora, assumindo o nome de Sweeney Todd e se associando à perversa Sra. Lovett, ele busca vingança. E no caminho conhece Anthony, que após o ajudar se apaixona por Johanna, sua filha, e também é o responsável por frustrar os planos de vingança de Todd… o que o leva a uma série de assassinatos desenfreados, onde os corpos são diretamente mandados à loja de tortas de Lovett, usados então como carne…
Creepy.
O filme, com essa temática toda, não pode ser dito simples ou com classificação livre. É um quanto forte, as músicas são bastante melancólicas, o final é surpreendente e ainda mais triste do que se imaginava, e não se vê cor em momento nenhum. Ok, um pouco de injustiça aqui. A gente vê um pouco de vermelho às vezes. A única cena mais colorida está em By the Sea, que parece completamente descolado ali. Ou seja, só Tim Burton para depois de uma hora e meia de escuridão nos colocar cor e fazer com que aquilo seja ainda mais assustador do que a estética monocrômica das duas primeiras partes do filme…
Um ótimo filme. Não espere sair todo contente nem nada assim. Agora já não é mais um choque, mas lembro-me claramente da primeira vez em que vi, e como foi terminar o filme e entender algumas coisas, vendo aquelas assustadoramente surpreendentes cenas finais. Mas tem toda uma equipe maravilhosa de atores, músicas melancólicas e fortes que nos marcam e a estética de Tim Burton que constantemente levam tantas pessoas ao cinema… fã de qualquer uma dessas coisas? Você precisa assistir.

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