Glee 5x17 – Opening Night


É justo comparar com Smash?
Acredito que provavelmente não, mas também é muito difícil de não fazer isso. Depois de acompanharmos duas temporadas da outra série apenas voltada para o mundo da Broadway, com, indiscutivelmente, muito mais veracidade em suas narrativas e em seus dramas, um episódio como esse em Glee nos entristece. Tudo bem que é bom ver a Rachel realizar seu sonho de interpretar Funny Girl, mas sério? Quando que isso seria tão fácil? Cadê todos os sofrimentos e correrias de estréia? Cadê todos os problemas de uma Opening Night? Só tivemos Rachel sendo Rachel, vivendo num mundo colorido que Ryan Murphy criou para ela.
Faltou a profundidade de Smash, e portanto tentaram nos convencer com nostalgia. Lovefool foi sim uma música muito fofa, e parecia que estávamos voltando no tempo – estávamos de volta com uma Rachel e seu suéter verde, o cabelo de menininha, e os seus colegas de escola. Tina meio gótica e de volta gaguejando, Kurt com a roupa de Defying Gravity, que ainda é uma espécie de trauma meu, Blaine e o uniforme dos Warblers e Santana de líder de torcida… e depois durante Who are you now quiseram colocar mais um flashback de Finn. Eu entendi as motivações, não reclamo disso, mas acho que a série deveria parar de tentar nos empurrar pequenos momentos de lembranças do Cory, só para chamar audiência. Eles estão comercializando a morte do garoto, e isso não é certo!
Minha maior satisfação foi escutar os sinos do McKingley tocando, ver Ohio mais uma vez, mesmo que não tenhamos tido o Ryder lindo cantando, ou a Marley fofa sorrindo, ou o Jake dançando… foi Will e Sue, nada mais. E eu achei legal que eles fossem para Nova York nessa grande noite de Rachel, mas quer saber? Sei lá! Sue foi completamente avulsa no episódio, e tirando alguns comentários engraçados, nem ela se salvou. Will teve uma bonita cena com Rachel, porque eu realmente gosto dos dois, e do amor que o Mr. Schuester realmente sempre sentiu por seus alunos – é muito verdadeiro e convincente. Mas o bebê tinha mesmo que nascer agora? Ele não podia assistir à estréia da Rachel?
O glee club está quase reunido novamente, pelo menos uma grande parte do elenco que acompanhamos nas primeiras temporadas – já estava com saudades da Tina e de seus comentários impensados que não são de grande valia. Mas nada melhor do que ter a maravilhosa da Santana de volta, e só ela mesmo para conseguir tirar a Rachel da cama depois de todo aquele desastre. Amei o seu plano, e a maneira como ela conseguiu convencer a amiga a ir para a estréia. O que, por sinal, me irritou. Tudo bem que Julia passou vários episódios na cama com o Tom cobrindo por ela, mas o trabalho dela já “estava feito”. Se Karen ou Ivy tentassem fazer qualquer coisa parecida com o que Rachel fez o Derek nem hesitava em colocar outro no lugar.
Porque parece que não existe Funny Girl ou um espetáculo da Broadway. Existe Rachel Berry. Me irrita essa narrativa fantasiosa que criam para ela, na qual ela simplesmente não ensaia, na qual ela pode passar o dia inteiro da estréia em casa, sem nem saber se vai ou não se apresentar à noite, e no qual ela não tem nenhuma relação com equipe criativa ou elenco da peça. Ela está sozinha no palco do começo ao fim? Porque sabemos que criamos vínculos com as pessoas com quem trabalhamos, e o processo de ensaio e estréia de um musical da Broadway é uma segunda vida, você vive com essas pessoas… Rachel simplesmente não fez nenhum outro amigo?
Assim como todo o restante do episódio nos faz acreditar. A cena da crítica me incomodou profundamente. Foram todos juntos à banca comprar o The New York Times, e foi uma cena bonita e terna – adorei os comentários da crítica que elogiaram ela bastante, e o momento bonito que os amigos compartilharam. Mas até onde uma crítica de um espetáculo abrangerá apenas UM ator? Isso é desvalorizar o trabalho de todos os outros – os demais atores, o processo de adaptação (um revival passa por todo um processo de reescrita!), a produção e direção! Olha como o trabalho de dirigir um musical é pesado, não é à toa que diretores ganham Tony Awards. Mas eles são irrelevantes?
E onde em uma estréia da Broadway, de um clássico, teríamos apenas UM crítico?
NUNCA.
Daniel Finn Schuester nasceu, e talvez nunca mais vejamos o Will. Quem salvou mesmo o episódio [e é muito bom te ter de volta, meu bem!] foi a Santana. BRILHANTE do começo ao fim, maravilhosa! Tivemos algumas coisas positivas, mas não consigo simplesmente ignorar o lado negativo. Usaram apenas a voz e emoção da Lea, tentaram fazer com que nos sintamos nostálgicos, na esperança da construção de um episódio que nos emocionasse, e portanto esquecêssemos os defeitos. P.S.: Adorei a cena da boate à qual eles vão para comemorar! Pumpin’ Blood foi uma das melhores músicas, e aqueles caras dançando sem camisa estavam de tirar o fôlego! Safadinho você, hein, Blaine?

Curta nossa Página no Facebook: Parada Temporal


Comentários