On Broadway – Spring Awakening


Pra mim, começar a falar de Spring Awakening é um perigo… eu geralmente não paro mais. Em 2011 até fiz um Mês Temático e escrevi pra caramba… mas é que Spring Awakening é simplesmente uma paixão antiga minha. Há muito anos que eu assisto essa peça repetidamente, e já faz parte de mim – a história, a música, os personagens… tudo me é tão natural, e eu só posso dizer que sou apaixonado por essa produção.
Spring Awakening é uma peça com uma história pesada tratada de maneira descontraída. Em algumas partes. Muitos dos assuntos são discutidos em piadas, mas quando eles resolvem colocar seriedade no palco, não tem pra ninguém – te emociona e te choca. A temática central é o despertar da sexualidade em jovens que vivem em uma sociedade alemã bastante conservadora do século XIX. A peça trata assuntos bastante polêmicos como abuso infantil, estupro, homossexualidade, gravidez, suicídio – e é genial. Eu também vejo um grande sentimento de amizade na peça, e acho que isso é muito importante durante toda ela… especialmente nos personagens de Melchior e Moritz.
Os protagonistas são três. Em primeiro lugar, Melchior – ele representa o garoto além de seu tempo… o que sabe demais, que sofre por isso, mas que acredita num mundo melhor e em uma sociedade menos opressora. E luta por isso; entre os atores que já o interpretaram eu destaco Jonathan Groff, Kyle Riabko, Aneurin Barnard – e Pierre Baitelli na versão brasileira. Wendla é a garota curiosa e inocente, que não sabe nada da vida porque nem sua mãe nem ninguém preocupou-se em explicar para ela… a falta de conhecimento a leva a conhecer as coisas sozinha; entre as atrizes, temos Lea Michele, Christy Altomare, Charlotte Wakefield – e Malu Rodrigues na versão brasileira. E por fim, meu personagem preferido, Moritz; Moritz é o personagem que mais sofre (e o mais difícil de interpretar)… ele está passando pelo despertar de sua sexualidade sem que ninguém o ajude a entender isso, além de passar pela pressão da escola, dos pais… seu transtorno é genial; entre os atores, temos John Gallagher Jr., Blake Bashoff e Iwan Rheon.
Logo na primeira cena, o tema da peça é apresentado: através de Wendla e sua mãe, conhecemos aquela época em que falar sobre sexo era um absurdo e as crianças não sabiam sobre nada, embora quisessem saber – e acabavam descobrindo sozinhas. Também já vemos logo de cara a revolta reprimida dos personagens, sendo sempre frustrados em suas buscas por informações. O tema é apresentado de maneira leve, e bastante engraçada, para então conhecermos cada um dos personagens e suas histórias… a peça muda do cômico para o trágico em alguns momentos, e é realmente difícil de se segurar. A peça é genial por te proporcionar risadas e emoções além da conta – o final é extremamente emocionante, com Those You’ve Known. Não vejo The Song of Purple Summer muito como parte da peça…
A peça estreou pela primeira vez na Broadway em 2006, com Lea Michele, Jonathan Groff e John Gallagher Jr. como Wendla, Melchior e Moritz, respectivamente. É um musical de rock, adaptado da controversa peça alemã de 1982, escrita por Frand Wedekind. A música é de Duncan Sheik e livro e letras de Steven Sater. E a música, como muitas pessoas já comentaram, parece ter intensificado as temáticas trazidas (vide The Dark I Know Well, música bastante forte). Spring Awakening foi nomeado a 11 Tony Award, e recebeu 8, incluindo Melhor Musical. A produção de Londres também ganhou 4 Olivier Award.
A peça é uma experiência única que não deve ser descartada. É um musical muito bem escrito, que conta com personagens incríveis e músicas maravilhosas… te conduz a um mundo bastante real, te apresenta temas interessantes e te convida a pensar. Cada risada e cada lágrima derramada valem a pena. Um dos melhores musicais que a Broadway já produziu, assistam! Até mais!



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