On Broadway – Hair – Let the Sunshine In…


Tudo o que eu posso dizer é que Hair é revolucionário. Um dos slogans é “O musical que mudou o mundo” e você pode entender isso perfeitamente o assistindo e lendo um pouquinho sobre sua história… Hair é um espetáculo perfeito, com ótimas músicas e uma história incrível – você ri e você se emociona. Eu ainda me emociono assistindo, ainda me arrepio todo em várias cenas, e as cenas finais ainda fazem lágrimas se juntarem em meus olhos.
O musical conta a história de uma tribo de hippies vivendo em Nova York na época da guerra do Vietnã. É sobre amor, sobre paz, sobre viver. Eles levam a vida da maneira deles, se amando e se cuidando a seu jeito, e lutando pela paz. A mensagem da peça é linda e emocionante. E ela sabe ser ousada, atrevida. Parece que eles não têm medo de contar sua história, eles não têm barreiras… e isso dá a tudo um aspecto inovador e desafiador, acima de tudo.
A peça mescla tudo com perfeição. Ela traz assuntos importantes sem se preocupar em “ser leve”. Profanação, sexualidade, cena de nudez, descaso à bandeira, drogas. E os personagens estão em sintonia para nos deixar no clima de cada um dos momentos. A peça pode ser leve e divertida (engraçadíssima em alguns momentos) – e também pode ser escura, pesada, triste. E tudo parece se encaixar perfeitamente, resultando em uma das peças mais icônicas que a Broadway já viu.
Be whatever you are. Do whatever you want to do. Just so long as you don’t hurt anybody.
Os personagens são todos carismáticos e tem sua importância, conquistam o público à sua maneira. Eu sou fã, particularmente, de Claude. Ele representa as dúvidas não apenas de um jovem daquela época, mas de qualquer jovem. Ele entoa um desabafo no nome de todos nós em I Got Life. Ele é a pessoa invisível que pode operar milagres… ele é mais um cidadão no mundo, mas que pode fazer a diferença. Ele te faz imaginar quem é você e o que você está fazendo…
Os demais personagens completam a trama. Berger é o garanhão, o líder, o pra frente. Sheila é idealizadora. Jeanie me encanta por sua atmosfera, seu estilo de ser (sempre drogada) – uma personagem divertidíssima. Woof é aquele com o segredo, que não importa qual seja, todos têm o seu. Crissy é sonhadora, espera por algo que sabe que nunca vai acontecer. E quem nunca fez isso na vida? Essa imensidão de personagens nos dá a sensação de que o mundo é imenso e nós não somos nada em comparação a ele… você é apenas mais um na tribo.
Um dos maiores questionamentos envolvendo Hair está no fim do primeiro ato, em Where do I go?, em que, com Claude cantando, os demais atores fazem uma cena de nudez – a cena se encaixa na história, e a nudez é apresentada de uma maneira tão natural que é poético. Não tem como existir Hair sem aquela cena. E quem não ouviu essa frase e ficou imaginando: Where is the something, where is the someone, that tells me why I live and die?
Tudo o que começa colorido e divertido, com músicas animadas e descontraídas (como Hair, sempre uma das músicas mais aplaudidas do espetáculo – mostra a energia dos personagens, é uma música que te deixa eletrizado) muda totalmente no segundo ato. Acho admirável a proposta de mostrar a mente de Claude funcionando sob o efeito de uma droga forte – nenhum outro meio de ficção mostrou com tanta perfeição uma alucinação quanto Hair o faz. Embora devo dizer que, tendo assistido ao vivo em São Paulo a versão brasileira, prefiro bem mais a versão nacional. Bastante diferente, acredito que nossa versão pesou um pouco mais a mão e trouxe algo muito mais desafiador, chocante e sério. A sequência brasileira me deixa sem fôlego, parece muito mais viva, muito mais real… de qualquer maneira, a cena merece aplausos.
Don’t ask me. It’s your hallucination.
E as cenas finais. As últimas músicas, as últimas falas, as últimas interpretações. Aquilo, mesmo agora depois de um bom tempo, ainda me dá vários arrepios, e sim, ainda me faz chorar. Realmente a peça termina de maneira muito emocionante, e ver a cena final de Claude, seguida por todo o elenco cantando “Let the Sunshine In” não tem preço. O coração acelera, o cérebro gira… e quem conhece sabe como é. Poucas cenas conseguem me passar tanta emoção em poucos minutos.
Assistir Hair é uma experiência única. Você vivencia mais emoções do que se pode imaginar. O musical consegue te passar a sensação de que você faz parte da tribo e parece que você está mesmo vivendo tudo junto àqueles personagens. Não tem emoção maior do que ver o fim de Hair e sentir aquele pesar no peito. Eu recomendo esse musical a todos. Aposto que muitos assistiram à versão brasileira, e podem me apoiar de que vale a pena. Um leque de sensações indescritível. Assistam! Até mais.

I know what I want to be…
Invisible.


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Comentários

  1. Copiando porque diz tudo:

    Assistir Hair é uma experiência única. Você vivencia mais emoções do que se pode imaginar. O musical consegue te passar a sensação de que você faz parte da tribo e parece que você está mesmo vivendo tudo junto àqueles personagens. Não tem emoção maior do que ver o fim de Hair e sentir aquele pesar no peito. Eu recomendo esse musical a todos. Aposto que muitos assistiram à versão brasileira, e podem me apoiar de que vale a pena. Um leque de sensações indescritível.

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