The Switch – Coincidências do Amor


Com um erro de tradução horrível no título, Coincidências do Amor é um filme ótimo. Classificado como uma comédia romântica, não é assim que o considero. Traz Jennifer Aniston no papel principal, então eu tinha razões para assisti-lo. E ela tem o dom para comédia; o filme foi divertido, mas em minha opinião, não é na piada que o filme se ancora, as partes engraçadas não são a melhor parte do filme. Ele se solidifica no sentimentalismo e em como é emocionante em algumas cenas.
Repetindo, Jennifer Aniston no papel principal, como Kassie, que querendo ter um filho, mas sem marido ou mesmo namorado, resolve usar a inseminação. Por isso, a solução é encontrar um doador de esperma. Jason Bateman entra como seu melhor amigo neurótico, Wally, que fica contra a idéia. Mas nada pode ser tão simples. Kassie não simplesmente engravida e fim da história.
Ah, não.

[CONTÉM SPOILERS]
Tivemos uma introdução engraçada, com toda a idéia da inseminação, e Kassie atrás de um doador; mas vemos exatamente para onde o filme caminha, na cena do banheiro (que dá nome ao filme – no original, A Troca), em que “brincando” com os “ingredientes” de Roland, Wally causa um acidente e precisa fazer uma substituição. A cena foi extremamente engraçada, uma pena que ele não se lembrasse disso mais tarde.
Após os sete anos, conhecemos Sebastian, o filho de Kassie, e toda sua paranóia, como coleciona porta-retratos, e como fala quase como um adulto quando começa suas lições médicas e em defesa aos animais. É legal ver como as semelhanças entre Sebastian e Wally vão ficando cada vez mais evidentes.
A relação que se estabelece entre pai e filho foi muito bonita, emocionante em vários trechos, e foi a principal razão de eu ter gostado do filme, porque conseguiu me comover. Como quando Sebastian pergunta se ele ainda vai à sua festa, e como na festa, ele abraça a mãe, mas pega na mão do pai. A cena dos piolhos, com tudo para ser cômica, ficou mais emocionante que cômica; foi lindo ver como Wally se preocupou e cuidou de seu filho, mesmo que nunca tivesse feito isso na vida.
O diálogo explicando a razão da coleção de porta-retratos foi bonita também; tivemos um Sebastian que sente falta do pai, imaginando que as pessoas no porta-retrato fazem parte da família daquele que não conheceu; mais bonito ainda é a maneira como ele dá um dos porta-retratos para Wally, após ele contar que também não conheceu seu pai. O ator que faz Sebastian, Thomas Robinson, se mostrou muito bom, sem dúvida, ainda mais para sua idade, porque conseguiu convencer em seu papel.
E na finalização, gostei de ver Sebastian procurar Wally quando precisou de alguém (mesmo que estivesse a 20 quadras de lá). Senti pena de Wally quando ele conta tudo à Kassie (“Eu seqüestrei sua gravidez”), mas gostei de ele dizer ao filho que tinha orgulho dele, e receber o pacote de ervilhas do pai. E finalizamos com Sebastian com saudades de Wally, Kassie contando que terminou com Roland “porque ele não é você”, e a festa de aniversário (em que Sebastian, de novo, deu show).

Gostei do filme, acho que ele transmitiu uma emoção legal, e recomendo para quem quiser assistir. Vocês vão rir um pouco, mas mais do que isso, se emocionar com a história que nos é contada. Assistam, porque vale a pena.

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