Sherlock – The Abominable Bride


“It’s not the fall that kills you, Sherlock. […] It’s the landing”
The Abominable Bride é, na verdade, o Sherlock tentando entender como o Moriarty pode ter morrido (inegavelmente morto, porque ele mesmo viu acontecer), mas depois ter ressurgido dos mortos, como vimos no final da terceira temporada. Did you miss me? Desse modo, Sherlock se fecha no seu Palácio da Mente – com uma ajudinha de 7% de drogas – para visitar um caso semelhante de aproximadamente 100 anos atrás: de uma noiva que se matou, na frente de todo mundo, e depois voltou para matar o marido. O roteiro inteligente e instigante consegue feitos admiráveis, e eu consegui mais desse especial do que esperava, de fato. Com ele, retornamos ao Século XIX, época em que Sherlock Holmes foi escrito e originalmente se passava, o que permite à trama trazer elementos da obra de Sir Arthur Conan Doyle em uma divertida brincadeira e bonita homenagem… como é o caso da cena de Sherlock e Moriarty na cachoeira. Aquilo é sensacional e só possível, na atual conjuntura da série, em algum tipo de retorno como esse. Mas o que mais me surpreendeu foi que eles souberam fazer isso, de retornar ao Século XIX, sem serem à parte da série e/ou descartável…
…ainda eram os acontecimentos do fim da terceira temporada! Real.
E pareceu um pouco Inception, em algum momento.
No século XIX, temos a história de Emelia Ricoletti. Imaginemos que, mais ou menos como aconteceu no Piloto, Watson conhecesse Sherlock uns 100 anos antes, e ambos se mudassem para a Baker Street 221B. Temos uma gostosa recriação da sequência da primeira temporada, e é maravilhoso. O tempo passa depressa, sugerindo que Sherlock e Watson estão juntos há muito tempo, mais ou menos como na série atual, com os casos que resolveram (paralelos) e até o casamento com Mary – e Watson escreve as histórias para a Strand! Achei divertida demais a revolta da Sra. Hudson porque não tinha fala nenhuma nas histórias de Watson! Anyway. Emelia Ricoletti é uma mulher, vestida de noiva, que chamou a atenção de todos ameaçando a população com duas armas. Supostamente, ela se matou em frente a todo mundo, mas logo em seguida apareceu, novamente viva, para matar o marido, também em público. É uma trama inteligente que Sherlock tenta resolver. Instigado, ele coleta informações e faz conjecturas, sempre acompanhado por Watson e com participações especiais deliciosas como a de Hooper e, especialmente, Mycroft Holmes, o seu irmão mais velho. E mais gordo. Em uma aposta por sua vida.
Vai entender.
Achei bastante interessante o caso! Eu estava curioso para entender como Emelia Ricoletti poderia ter voltado para matar o marido depois de se suicidar na frente de todo mundo – e mesmo que todo mundo estivesse disposto a assumir o sobrenatural, Sherlock sabia que havia algum outro tipo de explicação. Adorei ter uma ideia de como seria Sherlock, feito na atualidade e se passando no Século XIX, mas tenho que confessar que, embora o cenário me apeteça, eu não acho que seria melhor. Sherlock está muito bem sedimentado na época em que se passa atualmente, e eu adoro. Mas eu adorei as referências. Adorei ter James Moriarty de volta, adorei a proposta de que ele nunca estará morto na mente de Sherlock, e adorei o sarcasmo peculiar dele, sempre presente, em cenas como quando ele atira em sua própria cabeça e continua vivo, ou quando ele é jogado da Cachoeira de Reichenbach, remontando à história original de Conan Doyle. Claro, isso sem falar do cachimbo, do chapeuzinho, de todo o figurino. Clássico Sherlock Holmes.
EXCELENTE!
Mas a história do passado se resolveu. Não se resolveu de fato, mas se Sherlock tivesse estado lá, teria se resolvido… e foi bastante simples, no fim das contas, mas muito forte em sua intenção. Emelia forjou seu próprio suicídio para poder chamar a atenção ao matar o marido na frente de todos. Por fim, se matou de fato para provar seu ponto, mas, assim, chamou a atenção para a submissão que as mulheres enfrentavam, além de dar força a elas para que pudessem fazer alguma coisa. É genial. O que isso tem a ver com o que Moriarty está fazendo, na atualidade, fora do Palácio da Mente de Sherlock? Ainda está a se decifrar. Eu vibrei de verdade ao retornarmos para o presente, especialmente porque, como disse, eu estava esperando algo não-relacionado à série… mas cá estamos, Sherlock lidando com o retorno de Moriarty. E isso é fenomenal! Me deu uma saudade tremenda ver o Sherlock e o restante do elenco dentro daquele avião, ver que as coisas estão retornando, ver que temos muita coisa pela frente na quarta temporada. E Moriarty? Segundo o Sherlock, definitivamente morto.
Mas ele sabe o que ele vai fazer em seguida.
E eu não sei o que isso significa.

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