Harry Potter and the Cursed Child, Part 2 – Act 3 (Texto 1 de 2)


“Hermione, you’re the most wanted rebel in the wizarding world”
É um mundo verdadeiramente ASSUSTADOR. Depois que Scorpius Malfoy e Albus Potter voltaram no tempo mais uma vez e mudaram o passado uma segunda vez humilhando Cedrico Diggory durante a segunda prova do Torneio Tribruxo, nós ganhamso uma realidade duramente comandada por Voldemort. “For Voldemort and Valor”. E tudo é terrível. Trata-se, na verdade, de um recurso comumente utilizado em histórias de viagem no tempo, como quando o Marty McFly volta para uma versão assustadora de seu 1985 em De Volta Para o Futuro II. Também pensei um pouco no Mundo Invertido de Stranger Things, porque parecia exatamente o “mesmo” mundo macabramente alterado e manipulado. O fascismo chega a ser citado em bandeiras espalhadas pelo escritório de um maldoso Draco Malfoy, que agora assumiu no Ministério o emprego que devia ser de Harry Potter e, então, eu penso em uma última equivalência: conhecem o mundo dominado pelo nazismo depois da Segunda Guerra Mundial (caso a Alemanha tivesse ganhado a Guerra) apresentado para nós em O Homem do Castelo Alto?
Então…
Como o mais novo protagonista (e eu acho que Scorpius Malfoy devia MESMO ser o protagonista, desde o início, porque ele continua SEMPRE sendo o meu personagem favorito), Scorpius Malfoy comanda parte do Terceiro Ato (início da Parte II), tentando entender esse novo mundo no qual se encontra e tudo o que causou. É eletrizante, embora apavorante. Umbridge é, agora, a Diretora de Hogwarts, enquanto Scorpius era, nessa outra realidade, uma pessoa completamente diferente. Maldoso. Um líder natural. Atlético (embora ele sempre tenha sido bonito). E não há um pomo de ouro que não pegue no Quadribol. Super popular. Usa vestes mais escuras. Tem um trabalho antigo com Dolores Umbridge, que envolve a ideia (DELE!) de prender “Sangues-Ruins” nas masmorras, de onde ainda se pode ouvir seus gritos sendo torturados. É natural que Scorpius Malfoy esteja completamente perdido, e é natural que ele fique transtornado por estar em um universo em que ele odeia tarefa de casa [!] e em que Snape está vivo.
“What is this world – and what is he within it?”
Assim, Scorpius Malfoy entende que algo precisa ser feito. E ele busca que algo o seja. Ele pergunta sobre Harry Potter. Assume uma obsessão louca por Cedrico Diggory. Ele quer entender o que houve. “How did Cedric become a Death Eater? What have I missed?” Isso tudo lhe causa momentos de violência abrupta e surpreendente de Draco contra ele. “The ‘Mudblood’ death camps, the torture, the burning alive of those that oppose him. How much of that is you?” E ele se dá conta de que realmente eles são outras pessoas. Draco é outro Draco e o próprio Scorpius que ele conheceu de ouvir falar NÃO É ELE. Scorpius tem momentos introspectivos e sacadas tão inteligentes que me fascinam. Me deixam arrepiado. E apaixonado. “But that was – another you. I’ve done bad things, you’ve done worse. What have we become, Dad?” E dói muito pensar que é culpa dele e de Albus que tudo isso tenha se tornado possível, já que a humilhação que ambos impuseram a Cedrico na segunda tarefa do Torneio Tribruxo o tornou mau.
Um Comensal da Morte.
É muito BOM ver Severus Snape novamente vivo, embora tenha sido tudo tão rápido. Scorpius, ao saber que ele está vivo, imediatamente vai até ele. “Are you still undercover now? Are you still working secretly for Dumbledore?” Eu achei que ele fosse apanhar. Me encolhi todo. Mas é TÃO BOM ver que o Snape ainda está lutando, mesmo depois de todo esse tempo, mesmo depois de o mundo ser tomado por Voldemort, Dumbledore e Harry terem morrido. Acontece que Cedrico, como um Comensal da Morte, matou Neville Longbottom, que deveria ter matado Nagini na Batalha de Hogwarts, e então Voldemort venceu, porque parte dele ainda permaneceu viva. E Scorpius usou o seu conhecimento sobre o amor de Snape por Lily para convencê-lo. Ele realmente tinha informação demais para não ter saído de algum outro mundo. Mas foi lindo. Ver a Armada de Dumbledore ainda viva – mesmo que com pouquíssimos integrantes, que precisam viver às escondidas, mas ainda determinados. Snape, Scorpius, Ron e Hermione.
Bravamente Severus Snape luta novamente. E é lindo. Por isso Scorpius diz que é uma honra conhecê-lo. Por isso ele conta que Harry Potter nomeou seu filho em sua homenagem. “He said you were the bravest man he’d ever met”. E quando, pouco antes de morrer de novo, Snape diz que se sente orgulhoso por isso, eu achei uma atitude muito mais digna e bonita do que aquela de Albus Dumbledore, o quadro. E então Hermione retorna. Corrige as ações de Albus e Scorpius na Primeira Prova. Os dementadores atacam (e eles devem ter estado assustadores e lindos, surgindo como formas escuras da plateia, queria muito ter visto!) É forte Hermion e Ron morrerem tendo suas almas sugadas pelos dementadores, mas é bom que eles tenham podido professar seu amor antes de morrer. Me alegrou muito ver Snape SORRINDO e enfrentando Dolores Umbridge, mas foi crueldade vê-lo morrer também pelo Beijo do Dementador. Como devem ter ficado os Patronos nos palcos? Lindíssimos, certamente. E então Scorpius precisa terminar tudo sozinho.
E vai para o lago.
E corrige o futuro.
Parece tão fim de peça quando ele retorna, emerge no presente e Albus Potter emerge ao seu lado, e eu estava um pouco em dúvida sobre o que ainda teríamos dali em diante, mas fiquei satisfatoriamente feliz com o que vimos. É bom demais ver a alegria imensa de Scorpius Malfoy por ter o seu grande amigo de volta. É lindo vê-lo o abraçando e quase afogando-o por isso, especialmente porque os outros dois abraços da peça foram iniciativas de Albus! E a felicidade de Scorpius por ver Albus de volta com suas roupas de Sonserina é emocionante. Nós adoramos o Scorpius… quer dizer, eu ADORO o Scorpius! Então eu fico amplamente feliz por poder vê-lo feliz… mesmo que eles tenham toda uma bronca para enfrentar, mesmo que até os adultos levem uma bronca da Professora McGonagall. Mesmo que muita coisa ainda precise ser dita e não o é. Pelo menos eles estão de volta em um mundo que é o deles. Não é perfeito, mas é o melhor que eles poderiam ter. Qualquer diferença daquilo seria assustadoramente desesperador.
Então tudo bem.

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