Foundation 2x02 – A Glimpse of Darkness

Segunda Fundação.

Excelente episódio, e um ótimo direcionamento para essa nova temporada de “Foundation”. Conforme o Império segue perdendo força e encolhendo, e Cleon tenta encontrar uma solução para os problemas apresentados pela Dinastia Genética no último século, Terminus e a Fundação crescem e se espalham pela Galáxia – mas de uma maneira potencialmente perigosa, como uma nova força opressora que pode apenas “substituir” o Império, no fim das contas. É por isso que Hari Seldon baseara o sucesso do seu Plano na criação de uma Segunda Fundação, cujo objetivo é justamente controlar a Primeira. E talvez seja essa a missão do trio formado por Hari Seldon, Gaal Dornick e Salvor Hardin quando eles finalmente conseguem escapar do planeta em que estavam.

Gosto da narrativa do “poder corrompe” e a ideia de que a Fundação, sem controle, se tornaria outro Império, porque é justamente o que vimos ao longo da história da humanidade – “Revolução dos Bichos”, de George Orwell, também fala sobre isso. Para impedir a próxima grande crise, Gaal é “convidada” a projetar sua mente 150 anos no futuro, para tentar ter uma de suas visões, e temos uma sequência eletrizante que começa com privação de oxigênio e termina com uma viagem da consciência de Gaal até um futuro no qual ela consegue algumas informações e nomes como “A Mula”, a “Segunda Fundação” e os “Mentálicos”. Além disso, Gaal é reconhecida como uma mente “da Era do Império, de antes de Hober Mallow o enfraquecer”.

Em paralelo, acompanhamos um pouco de Trantor, conforme os Cleons atuais tentam manter a imagem de que “são uma única pessoa”, precisando treinar continuamente para agir da mesma maneira, já que isso não é mais natural para eles desde que a Dinastia Genética foi adulterada, e o Irmão Day segue com o seu plano desesperado de casamento na expectativa de manter a força do Império, que está encolhendo perigosamente… toda a sequência do Irmão Day com a Rainha Sareth é interessantíssima, com direito a uma espécie de ameaça contínua, porque ele está entrando em terreno perigoso… ela sabe que se Cleon está “arriscando” a “perfeição” da Dinastia Genética com um casamento com ela, é porque alguma coisa está errada no paraíso deles.

Se fosse tão perfeito assim, eles não precisariam dela.

Também acompanhamos um pouquinho de Siwena, um planeta pobre que foi abandonado pelo Império e que luta para sobreviver ainda experimentando exploração e tirania, onde Poly e Constant estão tentando falar sobre o Profeta Hari Seldon, como missionários da Igreja do Espírito Galáctico. Eu realmente gostei de Constant, mas eu confesso que acho angustiante toda essa transformação de Hari Seldon e seus ensinamentos em uma religião, porque isso pode facilmente se tornar um fanatismo cego e perigoso… passei o episódio todo tentando entender qual era a deles, de verdade, e eventualmente me parece que os missionários não são realmente o problema, e eles realmente tentam ajudar aqueles que foram abandonados pelo Império com tudo o que Hari deixou de ensinamento…

O problema principal reside em Terminus.

E, assim, o ciclo do episódio se fecha, porque chegamos a Terminus, eventualmente, para encontrar uma manifestação clara do que Hari Seldon dissera sobre como o poder corrompe e como a Fundação pode se tornar apenas um Novo Império, sem uma Segunda Fundação. E o próprio Poly percebe e fala sobre isso quando chega a Terminus e não querem nem deixá-lo visitar o Cofre para a suposta segunda aparição de Hari Seldon. O ciclo também se fecha em um episódio bem redondinho com a mensagem que é emanada do Cofre, com a população de Terminus reunida ao seu redor, quando se fala sobre como eles precisam encontrar Hober Mallow. Nossa confusão só não é tão grande quanto a de Constant porque presenciamos a visão de Gaal, 150 anos no futuro.

Temos uma noção de quem é Hober Mallow.

“Who the heck is Hober Mallow?”

 

Para mais postagens de Foundation, clique aqui.

 

Comentários